Capítulo 25- Uma dose, uma tragada

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Cheryl POV

Faltava alguns dias para o ano chegar ao fim, e mesmo depois de ter quebrado contato com meu passado, ainda tem assuntos a ser resolvidos. Na verdade, não são bem meus assuntos, mas de qualquer forma, me meti no meio deles. Não sei porque deixei escapar que Betty ainda poderia estar em nosso antigo apartamento para Josie. Mesmo minha amiga já tendo uma outra vida, tendo a fama que sempre sonhou, ela não perdeu sua essência e humildade. Desde que me conheço por gente, Joise é assim. Eu, ela e Betty nos apegamos mais no fim do fundamental, onde descobrimos ter vários gostos em comum.

Como já disse uma vez, Josie e Betty eram mais amigas. Viviam grudadas enquanto eu convivia mais um a família Berry. A morena sempre foi sentimental, e de certa forma, encontrou um apoio em Betty que nem eu, nem Fangs conseguimos dar quando viemos para Nova York. Não sei bem explicar, mas Betty praticamente foi o pilar de Josie antes de largar tudo e focar apenas nos estudos policias. Assim que a loira conseguiu uma vaga no FBI, focou completamente em seu trabalho, nos deixando de lado. Tempo depois, Josie explodiu na mídia pop, com suas músicas contagiantes e melancólicas.

Mesmo tendo o mundo em seus pés, a morena nunca deixou de ser aquela amiga humilde e simpática. A fama nunca subiu a sua mente, diferentemente de Betty. Sua alta fama trabalhando ao lado de um dos melhores agentes do FBI, Charles Chavier, a deixou louca. Betty esqueceu quem era, e fez grandes loucuras nesse meio tempo. Fiz de tudo para que Josie não soubesse de muita coisa, pois ficaria abalada com as atitudes da antiga amiga, mas pelo jeito, as mentiras logo se tornaram palavras cruéis.

Eu esperava o sinal voltar a ficar verde, para prosseguir o caminho até o antigo apartamento. Josie batia os dedos no vidro impaciente. O trânsito naquele dia estava um verdadeiro inferno, a cada dois minutos, o semáforo fechava. Estávamos na mesma avenida a mais de dez minutos. De certa forma, estava com medo de encontrarmos Betty lá. Faz alguns anos que ela parou de me procurar e pedir ajuda. Depois do que lhe ocorreu, voltou para o FBI, assim, voltando a seu orgulho. Acho que os dois anos fora da sociedade foram a mesma coisa que nada.

- Eu estou prestes a te jogar desse carro se não parar de batucar o vidro Josie.- Falei chamando a atenção dela, aquilo estava me irritando.

- Prefiro ser jogada desde carro do que ficar mais um minuto nesse trânsito infernal. Os carros dessa cidade não sabem o que é acelerar?- Ela estava completamente sem paciência.

- Nervosa?

- Óbvio! E se ela não estiver lá? Vamos ter feito esse percurso por nada.

- Você que insistiu em vir.- Dei de ombros e finalmente, consegui virar a esquina, que estava mais tranquila.

- Eu quero saber se ela está bem. Algo que diz que tem algo de errado para acontecer, ou que já aconteceu.

- Você e esses seus sentimentos ruins.- Digo zombando, e ela me olhou como se fosse me matar.

- Não fale dessa forma Blossom. Sabe bem que meus precentimetos sempre estão corretos.- Disso eu não tinha como negar.

As vezes gostava de pensar que Josie era um tipo de vidente ou tinha visões. Sempre que tinha algo de errado acontecendo, ela descobria. Mesmo que essa coisa ainda nem tivesse acontecido, ela já sabia que algo ruim estava por vir.

- Não se preocupe vidente, aposto que tudo está bem com ela.- Tomara que minhas palavras sejam verdadeiras.

Alguns longos minutos depois, chegamos ao velho prédio, onde muitos jovens com pais que os bancavam moravam. Esse prédio era famoso por ter muitos universitários, que preferiam ter uma casinha ao invés de um dormitório no campus. Tanto que nosso apartamento foi escolhido a dedo, por ser perto de tudo e felicitar a vida do estudante.

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