Capítulo 4- O ocorrido

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Toni POV

Ontem foi o melhor dia desde que cheguei nessa vila. Passar um tempo com Cheryl me fez rever minha definição amor, principalmente depois de minhas próprias palavras ditas a ela. Cheryl é uma garota misteriosa, que tem muitos segredos e traumas escondidos de baixos de suas ondulações ruivas. Mas eu quero desvendear todos eles. O plano não era esse, nunca foi. Meu plano não foi me apaixonar por uma ruiva que carrega a única coisa que no momento está me fezendo sentir viva. Esse nunca foi meu plano, mas agora estou aqui, sorrindo atoa por ela.

Mas ela também não ajuda, tem uma áurea linda, uma mente brilhante, um corpo de se invejar, mesmo que não o mostre tanto, olhos brilhantes feito a lua, a pele branca feito a neve, um sorriso que tira a sanidade de qualquer um, e aqueles fios de fogo, nem se fala de suas mechas avermelhadas que tem cheiro de lavanda pelo seu shampoo. Ok, se eu me lembro até mesmo de seu cheiro, talvez meu plano realmente tenha descido pelo poço e encontrado com a Samara do chamado lá no fundo.

Segunda-feira, mais quente que o normal para uma segunda de inverno na França. Graças a Deus, o quarto de Verônica já está arrumado e limpo, sem nem um bicho além dela. Agora finalmente posso dormir sem me preocupar se vou acordar com minha irmã jogada na escada em um sono profundo.

Me levantei com certa preguiça, não estou com nem um pouco de vontade para estudar hoje. Porém, vou rever os ruivos que (talvez) amo. Me direcionei ao banheiro para fazer minha higiene matinal, mas ao entar vi um belo sobretudo vermelho dobrado perfeitamente, deixado em cima do cesto de roupa suja. Estávamos tão entretidas que esquecemos de suas roupas. Pelo jeito terei que entregar a ela hoje.

Depois de fazer o ritual matinal, fui até o closet escolher alguma roupa. Como não está aquele frio que faz até a pelo do meu dedo do pé arrepiar, vou bem desarrumada mesmo. Uma calça de moletom da Adidas preta, junto à uma camiseta larga e grande branca e allstar preto. Deixei os cabelos soltos, guardei as roupas de Cheryl na minha mochila e desci para tomar café.

- Buenos dias abuelo.- Falo para meu avô, como esta ficando cada vez mais velho, agora ele apenas entende sua língua Natal, o espanhol.

- Buenos dias hija. Donde esta tu madre?- Ele perguntou vindo até minha direção.

- Debería estar durmiendo abuelo. Quieres café?

- Si, quiero hija, por favor.- Assenti indo até a cozinha preparar nosso café.

- Hija, donde está?- Escutei minha mãe me chamar.

- Na cozinha mama.

- Acordou cedo, que milagre.

- Quero passar na casa de Cheryl, ela esqueceu sua blusa aqui ontem.- Digo colocando a água no coador de café.

- Queria saber sobre isso, onde foram no domingo? Vocês deveriam estar na igreja. Penélope falou que Cheryl estava doente, mas eu sabia que a senhorita estava envolvida nessa mentira.- Mama falou se sentando.

- Levei ela para a cidade. Acredita que ela quase nunca vai para lá? E se vai passa menos de meia hora.- Digo me virando para ela com duas xícaras de café.

- Hija, não sabe onde está se metendo. Não deveria ter feito isso.- Ela disse de uma forma seria.

- Por que mãe?- Pergunto confusa.

- Cheryl é filha dos Blossom's Toni. Eles não são tão liberais como a nossa família. São rígidos e tradicionais. Principalmente depois do ocorrido com...

- Que ocorrido mãe?- Do que ela estava falando?

- Não posso te contar agora, irá se atrasar.- Tentei lhe falar alguma coisa mais ela continuou.- Verônica não irá hoje, está doente. Pode ir, quando chegar em casa conversamos melhor.

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