Boa leitura♡
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18:14 PM
Isaac está dormindo, se preparando pra cirurgia de amanhã e cansado dos exames de hoje, novamente me sinto enjoada e até mesmo um pouco tonta.
Me levanto rápido sem fazer barulho, vou até o banheiro e lá se foi o almoço também, acho que nem água tenho mais no meu estômago. Outro privilégio do câncer: não engordar porque nada fica no estômago por muito tempo.
Volto ao quarto e Sack já esta acordado, estava sentado na cama falando ao telefone, resolvo dar privacidade mas ele ouve o barulho da porta
- Hazel? - aceno com a cabeça mas lembro que ele não pode ver
- sou eu!
faz sinal para que eu fique e logo desliga o celular- era minha mãe, ela vai me ligar muito pelo fato de não poder estar aqui - ele diz
- é eu entendo, como se sente?
- bem, ainda cansado mas bem.
A porta é aberta pelo Dr. Grey
- como se sente sr. Yoseph? - ele diz sorrindo olhando para Sack com uma mão no bolso do jaleco e a outra segurando uma prancheta com os possíveis resultados dos exames de Isaac.
- estou bem, só ansioso.
- entendo, então vamos aos resultados? Seu exames parecem estar normais.
- isso quer dizer? - pergunto
- Isaac Yoseph entrara na cirurgia amanhã 07:00.
Vejo um sorriso se abrir no rosto de Sack, e pela ausência dos óculos seus grandes olhos de vidros destacam-se, tenho certeza de que se fossem seus olhos ali estariam brilhando.
- como está meu bebê? - a sra. Yoseph aparece na porta
- mãe? -Isaac pergunta
- tem outra pessoa com a minha voz que te chama de bebê? -ela pergunta com um leve sorriso e o abraça
- Achei que não podesse vir.. Acabou de falar comigo pelo celular - ele diz com a mão no rosto dela, era algo natural de Isaac, ele gostava de tocar o rosto para imaginar a expressão da pessoa.
- eu estava aqui perto, e queria te fazer surpresa. Ah Hazel querida, obrigado por trazê-lo
- ah, não fiz nada demais, ele é um bom amigo.
- hey Hazzie? - Isaac me chama pelo apelido estranho que ele criou por eu ter dito que nunca tive apelido.- to com fome, busca um café pra mim?
- primeiro que você não pode tomar café agora, segundo que café não é comida! - digo e ele resmunga - quer um pudim...? - ele assente e eu saio da sala para buscar o pudim
- oii Hazel, obrigado mesmo por estar dando tanta força depois do que aconteceu com Gus..- ela diz meio arrependida de ter falado em Augustus.
- imagina, ele também tem me dado muita força.
- quer ir pra casa? Eu posso passar a noite aqui com ele, Graham ficou com os avós hoje e já que vou trabalhar durante a cirurgia, e você volta amanhã de manhã?! - ela sorri
- acho uma boa ideia, preciso de um banho.
- me sinto tão mal por isso, não estar aqui num momento como o de amanhã... O trabalho tem me sugado e tem o Graham, não posso o deixar na escola.
- claro eu entendo, pode contar comigo. - sorrio enquanto ela esfrega as mãos no rosto como se estivesse cansada. Me levanto para ir buscar o pudim de Sack
- Hazel espera... Obrigado! - ela diz
- relaxa - sorrio e vou a lanchonete do hospital pegar o maldito pudim de chocolate e logo volto ao quarto e eles estão abraçados e sorrindo
- ta aqui seu pudim - entrego a ele que pega parecendo uma criança.
- preciso ir tomar um banho. Até amanhã gente - me despeço deles e volto a minha casa, ainda dento do carro olho pro céu pela janela e respiro fundo, tentando respirar algum ar que não venha do cilindro de oxigênio, sem sucesso.
Pra ser sincera me sinto cada vez mais cansada, tento ignorar tudo isso mas não dá pra não pensar toda hora, eu esgotei minhas tentativas de ficar bem nas primeiras três semanas em que enterramos Augustus e agora não dava pra segurar a onda terrivelmente grande e atormentadora que tomava posse dos meus resquícios de força e de vontade de viver.
A verdade é que eu sinto muita falta do meu Gus, meu incrivelmente corajoso, forte, sorridente e "estonteante" Augustus Waters.
De certa forma ele é eternamente imortal, vai viver dentro de mim até que eu morra.
"- Augustus, talvez você queira falar de seus medos para o grupo - Patrick, líder do grupo de apoio, disse.
- meus medos?
- é.
-eu tenho medo de ser esquecido - disse ele de bate-pronto - tenho medo disso como um cego tem medo do escuro"
De certa forma seu medo não se tornou realidade, Augustus Waters nunca vai ser esquecido. Não enquanto eu existir, mesmo que o dia da minha morte chegue logo, ainda sim alguém vai se lembrar dele mesmo que ele não tenha cometido um golpe de estado ou construído um shopping center. Augustus Waters foi Augustus Waters, o grande amor estrela-cruzada da minha vida.
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Roii, obrigado por permanecerem aqui. O que estão achando? Deixem suas idéias que vou ler com carinho💖
(Se não acharam a fala do Augustus idêntica a do filme é porque ela foi retirada do livro original e não do filme)Deixe sua estrelinha
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A culpa é das pequenas estrelas
Fanfictionessa é uma obra original minha mas que vem de outro livro, não é uma tentativa de plágio. É uma fanfic continuação do meu filme-livro favorito: "a culpa é das estrelas" sabemos que Augustus Waters morre jovem vitima de um câncer, mas o que acontece...