4 - gradativamente

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Boa leitura♡

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05:45 AM

Acordo com o despertador, tomo um banho rápido, visto uma blusa moletom verde da banda Xanses, calça Jeans azul e o all star verde musgo que era quase o tom da blusa, passo o gloss como de costume e penteio os cabelos ajeitando a cânula.

Pego uma maçã e as chaves e me sinto uma adolescente de ensino médio, saindo de casa sem avisar os pais, mas eu não sou uma dessas adolescentes então deixo uma mensagem em cima da mesinha de centro na sala:

"Fui ao hospital para a cirurgia do Isaac, volto logo se tudo ocorrer bem. Bjs H."

vou ao hospital escutando The Night do The hectic Glow, e imaginando o que Augustus teria a dizer sobre esse novo álbum, que ele não teve a chance de ouvir, e tenho a certeza que seria algo como "Eles fazem sua própria crença" ou "são pensamentos pretensiosamente narcisistas mas incríveis"

Chego ao hospital memorial bem rápido e ao chegar ao quarto de Sack não encontro ninguém e meu peito da um leve aperto.
Pego o celular e olho as horas e
"06:18 AM" brilham na tela, porque ele não esta aqui? A cirurgia é só as sete.

Quando vou sair pela porta a caminho da recepção Isaac entra sendo guiado pela enfermeira me dando um alívio, eu o abraço e ele sem entender nada me abraça de volta. Ele sabia que era eu pelo cheiro do perfume de bebê que eu tinha a mania de usar.

- ai ainda bem, você esta bem? Ai meu deus - respiro fundo

- mas heim? Aconteceu algo? - ele pergunta estranhando minha reação

- não, é alívio. Não te vi no quarto e me assustei.

Ele se senta na cama com a minha ajuda e toca as próprias pálpebras

- vai ser estranho se a cirurgia der certo - ele abaixa a cabeça - mesmo que eu tenha a chance de enxergar de alguma forma vai ser estranho.

- é claro que vai ser estranho, você ficou cego por muito tempo.

- e lá vem você novamente, mas não digo em relação a isso. Quando eu fiquei cego ele ainda tava aqui, matando aula pra ficar comigo depois da cirurgia e a gente tava discutindo sobre olhos robóticos e a possibilidade de encher através das roupas das mulheres. - ele diz se referindo a Augusto e eu começo a rir da mesma palhaçada dos olhos robóticos e sua pervertida possibilidade de ver através das roupa.

Logo a enfermeira vem e o coloca no soro e aplica uma dose de calmante.

- você acha que Mônica se arrependeria de ter terminado comigo se soubesse que voltaria a enxergar? - ele pergunta

- Isaac, você não deveria pensar nela, depois do que ela fez você não deveria nem pensar na existência dela! - digo furiosa por lembrar do surto dos troféus destroçados por culpa dela - mas tenho certeza de que sim, ela deve se arrepender muito.

Ele da um sorriso torto e fecha os olhos, efeito do calmante. Puxo a cadeira e me sento ao lado de sua cadeira segurando sua mão, como Gus fez comigo na noite em que estava hospitalizada.

A culpa é das pequenas estrelasOnde histórias criam vida. Descubra agora