Olhe o final para notas,
Boa leitura <3
O soar do apito no velho trem de pintura barata anunciava não só a minha chegada, mas dos outros que estavam no mesmo trem. Me lembrava que ao descer do vagão eu deixava para trás tudo, a antiga mancha do meu passado que ainda me deixava totalmente anestesiado de toda a realidade que me cercava, as mudanças e acontecimentos me davam esperança de recomeçar e reconstruir a parte que me foi tirada.
Seguindo para a plataforma, pude notar uma quantidade de população rodando por ali consideravelmente média e ao olhar um mapa na parede descobri que aquela plataforma era uma de várias outras ao longo dos trilhos, que se dividiam uma para cada vilarejo do reino, individualmente. Aparentemente, eu estava na "capital" do reino.
O suficiente para mim, comecei a caminhar em direção a uma fonte que ficava no centro da praça. Notei pessoas sentadas embaixo das árvores, pequenas barraquinhas de comércio, algumas lojas que dividiam terreno e outras maiores, alguns bancos ao redor e pessoas que seguiam sua vida normalmente, assim como eu desejava.
Uma coisa que me intrigou foi um homem encostado num poste me observando, então decidi caminhar até ele para ver qual a fixação comigo
- Com licença, o que você tanto olha para mim? - Endireitei minha postura ao ficar de frente para o homem
- Nada meu rapaz, estava tentando adivinhar se você é novo por aqui ou só está perdido, já que não carrega muitas malas
- Eu acabei de desembarcar...
- James – Me estendeu a mão e eu peguei para cumprimentar - mas pode me chamar de J, e você é?
- Sergio – Tenho a impressão que já ouvi o nome desse cara...
- Quer ir tomar algo comigo ali no Hanói? Depois posso te mostrar a vila - convidou
- É claro - Acenei com a cabeça
- Ótimo venha – Ele segurou minha mão e saiu me puxando pela rua
Depois de alguns minutos tentando não ser arrastado pelo homem que estava mais animado que uma criança, chegamos em uma barraca pequena com teto de palha e bancos de bambu, ao lado de uma ponte que supus ser onde chegavam barcos.
- Lugar agradável - comentei olhando ao redor e vendo a água se movimentar
- Eu concordo completamente, o refúgio mais acolhedor de toda Espanha. - Movimentou os braços e eu sorri
- LOUIS! - gritou cumprimentando o homem que adentrava a barraca - Como vai mi amigo?
- Muy bien, tem companhia hoje? - retribuiu o cumprimento e voltou o olhar para mim
- Recém chegado - deu um soquinho no meu ombro e eu estendi o braço para cumprimenta-lo também
- Sou Sergio, prazer - sorri
- Aloisio ou Louis se preferir - apertou minha mão - Qual o pedido dos cavalheiros então? - se posicionou apoiado na bancada
- Duas doses - J piscou para mim e fez um dois com os dedos
Depois de alguns copos, nos despedimos e James me levou de volta à clareira que tinha a praça bem movimentada, então soube o motivo ao ver cavalos, homens engravatados e com roupas requintadas que aparentavam ter o calor de um forno por dentro. Me aproximei junto a multidão que se formava.
-Senhoras, Senhores, Senhoritas, crianças e jovens! Hoje tivemos uma perda em nossa família real, o cavaleiro responsável por cuidar da princesa está em um lugar melhor - fez uma pausa e pude escutar alguns suspiros - Por isso em nome de vossa Majestade o rei Max eu venho comunicar duas coisas, a primeira é que faremos uma homenagem ao falecido em breve e a segunda é que o vilarejo de vocês foi selecionado para esse cargo! Alguma alma se interessa? - formou-se um burburinho entre os moradores
- Senhor, com todo respeito - disse alguém - Mas esse tipo de coisa não ocorre de forma seletiva entre nós? Por exemplo, um campeonato ou coisa assim?
- Sim meu caro, mas as ordens do rei para encontrar alguém são claras e rápidas.
A multidão começou a soltar mais murmúrios e fiquei pensando no que o homem disse em relação a seleção para cavaleiros, então perguntei a J que estava ao meu lado esboçando discretamente uma cara risonha
- O que ele disse é verdade né?
- Sobre a seletividade? Sim, o rei sabe que essa função requer arriscar a vida pela realeza e a maioria dos jovens daqui são casados de família formada. Se fosse antigamente os homens colocariam suas vidas em função do reino, mas agora a família é importante e se quiserem é só sair daqui para um lugar seguro. O ideal seria um cara novo na cidade que quer recomeçar tipo como você comentou, mas vai de você – ele se falou
Eu comecei a pensar e fazia um pouco de sentido, afinal havia acabado de chegar ali. Comecei a andar em direção ao homem, de forma decidida, bem vestido que aparentava estar preocupado falando com um outro cara.
- E se não conseguirmos ninguém? O chefe vai nos matar quando voltarmos ao castelo e...
- Eu me disponho- Disse arrumando meu óculos no rosto
- Oh! E como se chama?
- Meu nome é Sergio.
- Temos um candidato de bom grado aqui senhoras e senhores, Sérvio!
- É Ser..- ia falar meu nome correto quando ele me interrompeu
- Em nome dos nossos superiores e do reino agradecemos a sua disposição imensamente. Agora faça suas malas para voltarmos ao castelo o quanto antes - falou me agarrando depois de dar pulinhos.
Notas:
Muito obrigada a você que leu até o final, esta é a minha primeira fic grande e por isso ainda estou aprendendo. Quero avisar que alguns capítulos são menores que outros, então quando for o caso vou postar dois seguidos, não desistam de mim ainda, a história tem muito chão pela frente. Não esqueçam de deixar o voto e comentar se quiser, abraços de mel.
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A nossa História (Concluída)
RomanceSergio Marquina é um jovem fugitivo de suas próprias cicatrizes. Depois de ter andado por alguns lugares ao redor do mundo, retorna para a terra em que nasceu para recomeçar uma nova vida. Ele vai enfrentar um novo presente cheio de experiências no...