Capítulo 10

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Óia quem voltou rsrsrs 🤠

Boa leitura <S



A semana final havia chegado, o castelo estava um completo caos de agitação tanto pelo evento, quanto pela espera da investidura de um novo membro para servir a realeza. Eu me preparei firmemente para assumir o cargo. Ensaios, postura, posições e repetindo tudo mais uma vez.

Estava ansioso e muito feliz por minha conquista repentina e maluca, mas algo continuava a me atormentar. Raquel. Nossa relação, mesmo que sem existir, piorou desde o dia que ela me viu sem camiseta e eu já não aguentava mais tudo aquilo. Para ela eu não existia, o que me irritava demais e me fazia sentir como se algo quebrasse por dentro de mim. Tantas sensações que comecei a sentir desde que coloquei meus olhos em Raquel...

Eu sabia que ela tinha problemas, todos os problemas do mundo se possível, estava tentando entender, mas de nada adiantou. Não tinha nenhum sentimento agradável em pensar de violar sua privacidade e sua vida tão do nada, mas não tinha escolha, aquele era meu trabalho agora.

Me dei conta de que precisava conversar com ela urgentemente, para ao menos estabelecer uma relação de conhecimento e não estranheza e desconforto, seria o certo e bom para nós dois. Algo dentro de mim concordava, e ainda dizia para investir mais e ir para frente com isso cada vez mais, eu me questionava toda vez que esse algo falava dentro de mim..

— Paco? — chamei adentrando a arena.

— Hey, Sérgio! — ele acenou para mim atrás de umas tábuas.

— Que aces? 

— Estou carregando essas madeiras para fora, poderia me ajudar? — eu assenti e agarrei um par de tábuas nos braços.

— Queria te perguntar se vamos treinar hoje — falei — Eu precisava resolver algumas coisas antes da investidura. — abaixei a cabeça enquanto andávamos para o lado de fora do palácio.

— Hum, e eu poderia saber quais são essas coisas? — disse enquanto largava as madeiras em um canto.

— É que ... am ... certo, o caso é a princesa. Desde que eu pisei aqui ela não me dá a mínima, tenho certeza de que se ela tivesse uma espada, se livrava de mim a qualquer momento. E como eu vou ser basicamente a sombra dela o tempo todo, achei que desenvolver uma amizade ou não sei qualquer coisa do tipo, só para ter certeza de que não vou levar um golpe a qualquer momento sabe? — ele gargalhou.

— Pois então guarde sua espada na bainha sempre. — continuou rindo — mira, hijo, — respirou fundo — Sabe que todos os anos por aqui, quase nunca vi ela acompanhada por ninguém além das meninas e de uma garota filha de um embaixador. Fora isso, ela demorou um tempo para associar que os outros não sairiam da sua vida tão cedo, acredito que uma solução para isso seja o tempo mesmo. Claro, vai demorar se esperar os anos, então se quer desenvolver algo entre vocês dois, vá devagar. — Eu suspirei e ele colocou a mão sobre meu ombro — A não ser que aí dentro tem mais alguma coisa. — deu um sorrisinho malicioso e me deixando vermelho.

— Não, não. — neguei envergonhado — Ao menos acho que não. — sussurrei.

— Lembre-se, até pode enganar seu inimigo, mas a ti mesmo não.

— Vale. — balancei a cabeça.

— Muy bien, está dispensado hoje. Aproveite para resolver aquilo que te atormenta. — deu um tapinha nas minhas costas e saiu andando de volta para dentro, me deixando sozinho.

Pedi permissão ao Denver para pegar uma rosa do jardim, claro que não escapei de seus questionamentos totalmente vergonhosos. Ele queria saber se eu já tinha beijado Raquel ou algo na mesma linha de raciocínio e depois de notar que aparentemente não tinha acontecido nada, cedeu uma das rosas.

Busquei a loira por todo canto. Até que trombei com Mônica, ela me disse que sua amiga estava em uma sala perto de seu quarto e me acompanhou até o lugar. Enquanto batia na porta, eu pude ouvir algumas notas de piano ecoando por trás, o que me deixou totalmente distraído até a porta ser aberta e eu ver a cara de Raquel.

— Oye guapa, belo som — Mônica falou sorrindo, depois se aproximou dela e disse algo que não consegui ouvir — Esse cara estava perambulando o castelo todo, procurando você, então eu trouxe ele aqui de uma vez.

— Me procurando, Marquina? — Cruzou os braços e semicerrou os olhos. Eu olhei para o lado buscando Mônica, mas ela tinha ido embora. Ri nervoso, realmente me sentia um tolo, da onde tinha tirado coragem para falar com ela sozinho? — Entre. — sinalizou com a mão e eu entrei. Ouvi a porta se fechar e engoli seco.

Ela se virou para mim e nos encaramos por alguns segundos, até que eu desviei o olhar do seu e pigarreei.

— Bem, na verdade eu vim para te pedir desculpas. — ela levantou uma sobrancelha, ainda me encarando. — Por aquela noite que puxei seu braço e talvez tenha te machucado e desculpas principalmente por estar invadindo sua vida repentinamente, eu realmente nem sei o que pensei quando me interessei por este cargo. Só queria experimentar algo novo, mas não é culpa minha ficar tão próximo assim de você, é meu trabalho. Digo, você é forte o suficiente para se cuidar sozinha e se defender, eu sei disso, mas é meu trabalho garantir sua segurança, agora. — respirei, enquanto falava minhas mão não paravam quietas. Nem nos bolsos, nem nas costas e nem na frente. Pude perceber a expressão dela suavizar — E já que aparentemente vou ficar perto de você o tempo todo, vim pedir ao menos uma relação menos estranha entre nós. — cocei a nuca ela sorriu.

— Você foi bem ousado, sabia? — Falou se aproximando.

— Por que? — arrumei meus óculos no rosto, nervoso e Raquel riu.

— Nada, deixa para lá. Não se preocupe, aquela noite você não me machucou, só fiquei assustada. — vi ela ficar tensa. — Desculpa pela mão pesada — falou envergonhada.

— Eu entendo, está tudo bem. — entreguei a rosa para ela — Li em algum lugar que branco significa paz e lealdade.

Raquel agarrou a flor e a levou até o nariz para sentir o cheiro, depois voltou seu olhar para meu rosto me analisando por um tempo. Naquele momento eu fiz a mesma coisa e senti como se o tempo estivesse parado, sem sinal de querer se mover, me fazendo aproveitar o máximo. O que estava acontecendo? Todo momento me questionava. Mas tinha certeza de que mesmo não sabendo, era diferente. Para ambos.

Saindo do transe, ela chacoalhou a cabeça voltando para o momento e corou.

— Sobre aquela noite na fonte, espero que mantenha a discrição e não conte para ninguém, sim? — ela falou e eu assenti.

— Que noite? — brinquei a fazendo rir.

— Aliás, preciso muito te perguntar. Qual o motivo daquela dobradura de papel? — dessa vez eu corei — Juro, li alguns livros mas não compreendi.

— Sobre isso, era meio que algo com a intenção de te chamar para conversar. — coloquei as mãos no bolso — Na verdade queria ter tido essa conversa antes com você.

— Entendi. — ela sorriu sem mostrar os dentes.

— Então, amigos? — falei me aproximando um pouco mais dela e estendendo a mão.

— Acho melhor "não desconhecidos", vamos ver para onde caminha tudo isso. — pegou em minha mão e apertou, senti um arrepio.

— Tudo bem, qualquer coisa é melhor do que ser um desconhecido. — pisquei e ela assentiu.

Eu me retirei da sala com um sorriso bobo no rosto, feliz. Será que depois de tantos anos eu estava sentindo aquilo outra vez?


Notas: 

E dizem que 13 é o número da sorte, ou é do azar? 😗💃🕺💘

A nossa História (Concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora