Opa boa leitura [3
Era oficial, eu estava completamente apaixonado por Raquel Murillo. Acima de todos os sentimentos, o medo se destacava.
Felicidade era pouco para descrever o que existia dentro de mim, talvez a sensação fazia parte do que era a paixão de fato. Raquel voltou a conversar mais vezes comigo, ela estava se soltando mais nas refeições com todos, conversando com Silene e com Mônica, até fazendo parte das brincadeiras bestas de Ricardo, e acima de tudo, estávamos caminhando juntos em responsabilidades no reino.
Eu levava algumas cartas que tinham comunicados importantes para o escritório e dava apoio em decidir coisas sobre a noite de coroação, meus treinos seguiam todos os dias para me ajudar a não sair do ritmo e junto a isso minhas tarefas diárias no escritório.
E finalmente o dia que antecedia o anúncio da ascensão de Raquel chegou. Bati na porta do quarto dela, para descermos juntos para o café como estávamos fazendo nos últimos dias. Eu me sentia um bobo apaixonado, saltando em nuvens fofinhas e sentindo borboletas no estômago quando ficava perto dela. Pensava que tinha me apaixonado anos atrás, mas nada se comparava ao que eu sentia com Raquel, era intenso, diferente, quase como uma barreira que eu tinha rompido e agora estava desfrutando de uma paz sem igual.
Ela era a tempestade de sentimentos mais bonita que eu já tinha visto em toda minha vida, e que me fazia sentir o prazer de querer me molhar todas as vezes. Os últimos dias no banho, me fizeram pensar em como contar para ela, como chegar em alguém e dizer sobre isso? Mesmo depois de ter lido vários livros sobre expressões, eu não tinha nenhuma solução para os meus problemas.
— Alteza real? — falei ao bater na porta — Bom dia, vim te acompanhar até a sala de jantar para o café. — olhei para os lados, me certificando de que não havia nenhum guarda ali. Apesar do tamanho do lugar, as coisas corriam soltas feito ar em questão de minutos.
— Raquel? Está aqui? — com medo, puxei a maçaneta para baixo para abrir a porta. Não encontrei ninguém, a porta do banheiro estava aberta e ela não estava ali. Fechei rapidamente e saí andando.
No café não tinha nem sinal dela. Ricardo comentou que tinha visto alguém no jardim de madrugada, mas não tinha certeza já que estava com Mônica. Passei na cozinha para falar com Helsinki, ele disse que Raquel tinha passado para pegar uma xícara de café e alguns pãezinhos doces, fiquei tranquilo por saber que ao menos ela estava se alimentando, mas algo dentro de mim ainda dizia que nada estava bem.
Desisti de procurar e resolvi ir para o escritório, supus que ela estaria ali, mas nem sinal. Sequer tinha algo mexido em sua mesa, os lápis estavam no mesmo lugar e os papéis para assinar também, não dei nenhuma palavra sobre Raquel para Max. Não queria ser dispensado do serviço que tinha começado tão recentemente.
— Sir Sérgio? — Cincinnati bateu na porta, tímido — Me foi pedido para te entregar isso aqui. — ele tirou do bolso um barquinho de papel pequeno.
Caminhei até ele e peguei a dobradura.
— Quem mandou, pequeno? — perguntei ajeitando meu óculos.
— Alguém disse que você saberia o que significa. — fez uma reverência ao rei e saiu andando.
Franzi o cenho e encarei Max, que tinha a mesma expressão confusa que a minha estampada no rosto. Voltei para a minha escrivaninha e sentei na cadeira, coloquei a figura de papel em cima de um potinho de grampos e continuei a assinar papéis.
Eu saberia o que significa? Certo eu faço dobraduras mas quase ninguém sabe.
"— Aliás, preciso muito te perguntar. Qual o motivo daquela dobradura de papel?
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A nossa História (Concluída)
Roman d'amourSergio Marquina é um jovem fugitivo de suas próprias cicatrizes. Depois de ter andado por alguns lugares ao redor do mundo, retorna para a terra em que nasceu para recomeçar uma nova vida. Ele vai enfrentar um novo presente cheio de experiências no...