Capítulo 15

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Aproveitem o clima soft deste cap... e boa leitura <3

Realmente foi necessário usar mais de um dia para o anúncio. Estávamos no terceiro e último dia, caminhávamos rumo ao último lugar, San Sebastian.

— A sua cidade natal é a próxima, não é? — eu assenti olhando para baixo — Sérgio, ei — Raquel pegou no meu queixo, direcionando meu olhar para o seu — Quem deveria estar nervosa pelo anúncio era eu, mas você parece mais ainda.

— Eu vou voltar para lá depois de anos, não sei o que esperar, nem o que imaginar e nem como me portar. Estou sendo um idiota né? Eu devia te apoiar e estar do seu lado nesse momento.

— Escuta aqui seu teimoso, eu já disse que estou bem. Me acostumei com o povo, e não tenho mais tantas preocupações como antes, e agora se for a sua vez de precisar de apoio, eu estarei aqui, Sérgio. — falou enquanto se sentava do meu lado, tombou a cabeça para o lado — Fala comigo vai

— E se meu pai estiver lá, ou sei lá, aquela garota? — suspirei — A real é que eu amava aquele lugar, o conheço como a palma da minha mão.

— Que tal fazermos assim, é nossa última parada então podemos dispensar Kevin e Matt, e você me mostra as coisas por aqui. Você sabe que eu gosto quando pessoas me mostram suas paixões, no final elas se tornam as minhas também, não desista desse lugar só por conta das suas cicatrizes.

— Tudo bem, eu irei mostrar. Tem um lugar que eu nem sei se ainda existe, mas se existir, você precisa conhecer.

— Estou empolgada. — ela entrelaçou nossos dedos.

— Tenho tanta sorte por ter te conhecido, Raquel. Acho que atualmente não enxergo mais minha vida sem você.

— Eu também não vejo outros caminhos, a não ser aqueles que me levam para você, Sérgio. — nós sorrimos juntos.

Passado o anúncio, comuniquei aos dois guardas que estavam nos levando para que deixassem um dos cavalos e que voltassem para o palácio com a carruagem, revelei uma parte dos meus planos, dizendo que iríamos conhecer a vizinhança melhor e que aquela era minha terra. Então seguindo o caminho de volta, me aproximei de Raquel, oferecendo meu braço.

— Vamos ver se aquele lugar que te falei ainda existe. — Puxei ela comigo em direção ao comércio.

— Poderíamos perguntar para alguém. — sugeriu.

— Não precisa, eu sei onde fica, ou ficava ao menos. — estava levando ela para o lugar que considerava seguro para mim na infância, e que até hoje eu sentia que era.

Ali estava. A pequena loja do meu avô. A pequena loja do artista mais velho da cidade.

— Uau! — Raquel disse ao entrarmos pela porta. Estava tudo exatamente como antes, os quadros de exposição, algumas tintas velhas de coleções, pincéis por todo lado, armários com telas e cavaletes que meu avô conservava, o meu banquinho preferido que usava para tentar pintar algo às vezes, a luz entrando somente pela janela e alguns tocos de velas que iluminavam o lugar de noite.

— Posso ajudar? — uma voz familiar soou pelo ambiente.

— Andrés? — meus olhos se encheram de lágrimas.

— Hermanito? Hermanito! — ele correu até mim e me abraçou forte — Achei que nunca mais iria te ver algum dia, seu idiota você foi embora, quando voltei você tinha ido e pensava que nunca mais te veria.

— Estou aqui agora. — nos encaramos sorrindo — É tão bom te ver.

— Senhorita, gostaria de algo? Conhece ela por acaso? — sussurrou perto do meu ouvido, direcionando a pergunta para Raquel, que observava o ambiente com os olhos brilhando de curiosidade — Oh meu deus, que bela dama. — Andrés se aproximou dela e beijou sua mão — Qual seu nome? — Raquel olhou para mim confusa, e eu segurei minha risada.

A nossa História (Concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora