1-Depois da tempesta

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Capitulo 1

Miguel estava la novamente. Fazendo as mesmas coisas, tudo de novo. Um movimento aqui, um choque ali. Os médicos disseram que ele não poderia mais se levantar, mas contra todas as espectativas ele levantou. Novamente disseram que ele não iria andar sem as muletas e novamente ele os surpreendeu quando voltou a andar sozinho. Agora iria faze-lo de novo, faltava pouco, ele sabia, mas logo logo ele estaria vencendo outros torneios de karatê.
- Porque esta sorrindo Miggis? - Carmem perguntou também sorrindo.
- Estava pensando no próximo torneio de karatê.
- Filho...já falamos sobre isso, mesmo que Johnny não esteja mais no Cobra Kai, eu não acho uma boa ideia você voltar la.
- E eu já disse que se fosse outro esporte como futebol ou atletismo a Sra. não me proibiria de voltar. - disse franzindo o cenho em sinal de frustração - alem do mais, não há motivos pra eu continuar me esforçando se não for pra voltar a treinar.
- Ok. - Carmem suspirou resignada- você pode voltar quando e somente quando o medico te liberar.
Carmem não queria admitir, mas foi o anseio de voltar a lutar que deu a Miguel a garra para sair da cadeira de rodas e da profunda depressão que se instaurou no peito do menino. A ausência de Johnny, tanto pela sua proibição á sua visita quanto pelo sumisso repentino do sensei não ajudaram em nada na recuperação do menino.
De início Miguel não o culpou pelos seus problemas como fizeram Hawk e os outros alunos, mas o desprezo que sentiu ao não receber nem mesmo noticias dele só fez crescer a raiva, até ela virar fúria. Agora não só Miguel sabia que ter misericórdia era um erro, como acreditava que confiar em Johnny contra seu próprio filho foi burrice. O ódio de Miguel não parou apenas em Johnny e Robby. Ele odiava Tory, por começar a briga, odiava Sam, por ter causado o motivo da briga, odiava Aisha, por ter se aliado ao inimigo, quando se juntou ao Miyagi-Do, seus professores por terem se acovardado na luta.O ódio o consumia cada vez mais.
Carmem segurou a mão do filho o ajudando a levantar e ambos caminharam para a saída, Ele ainda feliz, sabendo que iria fazer todo o possível para voltar ao karatê, ela preocupada, pois apesar de seu corpo estar se recuperando, a sua alma parecia perdida para sempre.
Nesse mesmo momento, em uma cidade não muito longe dali, Johnny tomava a sua segunda cerveja do dia. Apesar de ter ido ali para se embebedar e esquecer seus problemas, não conseguia mais chegar ao estado de topor que costumava. O jovem Miguel o havia mudado no âmago e apesar de querer muito esquecer as últimas notícias na embriaguez não conseguia se dar ao luxo de faze-lo. Rebecah Allen, era o nome da garota, apenas 1 ano mais nova que Robby. Ele se lembrava muito bem de sua mãe. Helena era uma mulher perturbada, como obviamente provou ao vender a filha para traficantes. Sua filha não, nossa filha. Pelo menos era o que dizia o exame de DNA em sua mão.

Não conseguia imaginar como foi o sofrimento da garota até ser adotada, aos 10 anos. Obviamente seus pais adotivos eram boas pessoas e se importavam com ela, pois foi a partir do pedido dela para encontra-lo que eles contrataram um detetive particular e um advogado e foi assim que chegaram até ele. Ela também parecia que mesmo com um início difícil, tinha conseguido se dar bem e era uma boa menina. Apesar de isso ser uma coisa boa, era o que estava corroendo Johnny por dentro. Será que era uma boa ideia trazer Rebecah Allen para a confusão que era a sua vida? Talvez essa fosse a sua terceira chance, mas o que garante que ele não estragaria tudo de novo, afinal, Robby e Miguel tinham sido o seu maior fracasso e arrependimento..

Johnny respirou fundo e decidiu. Iria para casa arrumar a sua vida tanto quanto possível e o quanto antes viria buscar a garota para uma temporada com ele.

A primeira parada seria na casa de Daniel Larusso, onde aceitaria se juntar ao Miyagi-Do como sensei e unir forças com seu antigo rival para derrotar John Kreese. A segunda parada é na casa de Carmem. Apesar de ela odia-lo ele precisava fazer algo para ser perdoado e precisava da ajuda dela... Não sabia nada sobre garotas e queria que Rebecah estivesse o mais confortável possível. A terceira e talvez mais difícil seria visitar Robby. Não tinha noção de como ele estava nem de como reagiria a noticia de ter uma meia irmã. Definitivamente essa seria a tarefa mais dolorosa, mas ele iria conseguir se reerguer pois ele era um Cobra Kai e Cobra Kai nunca morre.

Cobra Kai never die (Hiatus)Onde histórias criam vida. Descubra agora