Coração

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Em algum canto do Katathorium, ouviu-se o gargalhar de um menino.

Keiha enxugava lágrimas de alegria.

Ele abriu os olhos.

Tudo o que podia ver à sua frente era uma longa passarela branca ao meio de águas tranquilas que seguia para um pedestal circular, a céu aberto; um templo de pedras brancas.

O guardião em treinamento procurou por Allegro com os olhos por um momento, com um resquício do sorriso tão intenso que outrora tinha em rosto; um sorriso gentil.

A observa-lo à distância, aguardavam, dois, uma garota e um rapaz. Vestidos em branco e rosa, em diferentes tonalidades, um claro e um fúcsia, estavam pacientes, até que o veterano em rosa exclamou:

"Ei, garoto!! Estamos bem aqui, não está vendo??" de cabelos claros, praticamente platinados, com uma mecha em rosa forte em sua franja, sua voz esbanjava o deboche.

"Rousé!" interveio a outra, uma loira, com um coque baixo bem amarrado. "Não fale assim com o novato..!"

O guardião tinha vestes com um elegante capuz, o qual mesclava-se a uma echarpe; tudo em branco. Os adereços em suas vestes, em rosa fúcsia, saltavam glamourosamente aos olhos. Ele tinha sua Motus Marcam em seu abdômen, e por isso, não o cobria. Sua marca do Gênesis era envolta por símbolos que lembravam flores. A garota, por sua vez, exibia sua marca emocional em seu colo. Parecia formar a imagem de um coração estilizado.

"Quer mesmo me ensinar boas maneiras ao meio de um Kataklysmo eminente?" respondeu, o debochado. "Meu amor..."

"Olá." disse Keiha, prestando atenção a eles. Como sempre, os olhos do jovem não pareciam fixarem-se nas pessoas.

"Seja bem-vindo, Keiha! Eu sou Varunna!" encostando uma de suas mãos delicadamente sobre seu peito, a garota não demorou para olhar para o guardião que a acompanhava, de pé ao seu lado. Esse, parecia simplesmente ignorar a apresentação, olhando para suas unhas enquanto fazendo beiço, perdendo sua deixa.

Varunna o deu uma cotovelada.

"Ficou maluca?!" ele bufava forte, cansado. Finalmente, olhou para Keiha. "Olá, fofura, eu sou Rousé, mas pode me chamar de bombom!" ele ria, debochado.

"Varunna e 'bombom'..." Keiha repetiu, os reconhecendo como tais.

Rousé riu ainda mais alto, em certa histeria.

"Ignore ele. Estamos aqui para te levar à sua provação do amor!" ela sorriu, educada e confiante.

"Certo..." o novato deu alguns passos à frente, na passarela. "Me mostre o caminho!"

"É pra já..!!" a loira sorria, chorando uma única lágrima tingida de rosa como seus olhos.

Sua Gun Lacrimam era evocada: um lindo arco rosa estruturado no formato de um coração. Varunna a empunhava com confiança e força, como a verdadeira artilheira que era.

"Rousé!!" ela chamava a atenção do guardião hiper vaidoso.

Ele a respondia ao derramar sua própria lágrima tingida de rosa fúcsia, que então tomava forma: Uma besta, para combate à distância. Tinha como sua temática, flores feitas de Motus que a decoravam. Mais especificamente, da espécie 'brinco-de-princesa'.

A dupla de cupidos apontou suas armas em posição ao céu, em ângulos cruzados:

Motus Liberação: Meu Amor!!

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