Keiha

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Um extenso corredor branco.

Um poderoso contraste da anterior imensidão rochosa.

De aparência cristalizada era o extenso corredor branco.

Os guerreiros corriam. Não mais precisando de suas montarias, corriam com a maior pressa que podiam sentir em suas vidas. Ofegantes, ainda exalavam Motus de suas marcas emocionais. 

Atrás deles, via-se Allegro, Varunna, Rousé, Aegeus e Nihara a segui-los, além de muitos outros guardiões. Todos percorriam, juntos, o grande corredor de cristal.

A medida em que se aproximavam, desaceleravam o passo.

Keiha sentiu uma forte presença.

Era estranhamente familiar.

Cruzando o imenso corredor branco, o jovem Mishima sentia seu coração socar sua caixa torácica de forma agonizante.

Alcançavam o epicentro do conflito.

Enorme, do mesmo tamanho de um núcleo planetário, era a Câmara do Gênesis.

Uma vez todo em branco, feito de cristal, impecável, o coração do Katathorium, agora, era manchado de roxo e preto em um verdadeiro desastre. 

Os olhos de Keiha arregalaram-se.

Ele se viu catatônico.

Mais uma vez.

...

Gigantesco, diante do guardião sem marca, rugia:

Katastrophe.

O mal revelava-se em sua própria carne. Não mais na forma de uma simples assombração, estava lá. Podia voar. Pairava sobre o Gênesis e seus guardiões. Espalhados pelo chão de cristal; mulheres e homens sem vida.

Era como uma imensa serpente espinhosa, de pele extremamente arrepiada e uma imensa boca de incontáveis dentes. Um dragão das trevas. Não tinha olhos, assim como suas crias. Tinha chifres diabólicos, espessos e afiados.

Não tinha braços nem pernas, apenas seu corpo volumoso e carnudo inteiramente espetado, como se feito por completo de espadas mortais de matéria escura; pura Motus instável, estática e nebulosa.

Orbitado por infinitas lâminas, mostrava suas armas ao rodear a fonte de toda Motus Energia. Pela extensão de seu corpo, giravam três anéis da dor. Neles, em translação perante a personificação de todo o mal, estava seu imenso arsenal...

A flutuar sobre sua cabeça, havia sua marca nefasta: uma coroa indigna, de um falso rei. Possuía uma marca do Gênesis bem ao centro, assim como qualquer Motus Marcam.

Katastrophe virava-se na direção de Keiha, que mal conseguia respirar, e ria. Ria com a mais tenebrosa risada reverberante e monstruosa que podia-se ouvir. A mais pura forma da malícia.

No centro de sua câmara, estava a própria fonte mãe de toda Motus: o Gênesis, o grande e mais poderoso cristal no universo. Em sua batalha incessante contra sua contraparte, não podia mover-se. Era sustentado em pleno ar pelo que aparentavam ser veias e artérias de cristal que vinham ao seu encontro. Por elas, pura Motus bombeava. Agora instável,  a energia corrosiva corria por essas:

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