04

9.7K 810 461
                                    

Reviro os olhos por dentro, estava com dor de cabeça por causa da noite passada. Não tinha ninguém hoje, por algum milagre.

O que quase aconteceu como John ontem é errado, não deveria ter feito aquilo com bebida na mente. Ele é um homem sem compromisso, trepa com qualquer uma, mas eu não sou qualquer uma e jamais vou ser.

Vejo John entrar sozinho na sala VIP, ele abre a janelinha.

-Uma garrafa de wisky e você.-Fala.

-Eu?-Junto as sombrancelhas.

-Tira a porra do avental, pega uma garrafa de wisky e vem aqui.-Fala entre dentes.

Assinto. Ele fecha a janelinha. Tiro o avental, pego a garrafa de Wisky e dois copos. Saio de trás do balcão e, tranco a porta da entrada e vou pra onde o John estava.

Abro a porta e vejo ele sentado fumando charuto. Me olha e sorri de canto. Faz um sinal para que eu me sente. Deixo as coisas em cima da mesa e me sento ao seu lado.

-O que quer?-Pergunto.

-Está bem? Não lhe vi mais depois da festa.-Serve Wisky para nós.

-Fui para casa.-Mexo meus pés em baixo da mesa.-Por que me chamou?

-Sabe por que um homem não precisa que sua mulher trabalhe?-Questiona.

-Pois é estúpido o suficiente para não aceitar o fato de que se dois trabalham mais dinheiro tem?-Bebo o Wisky.

-Desisto. Não é possível falar com você.-Fala irritado.

Rio dele.

-É brincadeira, bobinho.-Seguro seu rosto para que me olhe.-O que você queria dizer?

Nossos rostos estavam tão próximos que eu percebia como estava ofegante e com vontade.

-Não lembro mais.-Sussurra.

Sorrio de canto. Colo nossos lábios e beijo ele devagar, sei como é apressado. Amo provoca-lo.

Me levanto e tranco a porta. Abaixo as alças do meu vestido e desço ele em seguida. Seus olhos transbordavam luxúria. Era intenso e quente.

Abro os botões da sua calça apressada, eu estava sedenta por isso.

{...}

Sinto seu líquido quente me preencher. Abraço seu pescoço e fecho meus olhos. Minha respiração estava desconpassada, assim como a sua. Ele faz um ótimo trabalho.

-Será que nos ouviram?-Pergunto baixinho no ouvido.

-Se ouvirem, que se fodam. Somos Shelby nessa porra.-Sorrio.

-Você é Shelby.-Me sento ao seu lado e acento um cigarro.

-Você também pode ser uma.

Rio dele negando com a cabeça.

-Quem sabe em futuro bem distante.-Me olha com raiva.-Desculpa meu bem, mas eu não sou sua.

-Ainda não.-Fala confiante.

Rolo os olhos e pego meu vestido. Coloco ele.

-Sabia que eu tenho chances de ser aceita em Oxford?-Minto.

As vezes eu gosto de testar as pessoas para entender o que sentem por mim. Acho que entende meu ponto.

Me olha de canto. Apoio meu braço em seu ombro. Acaricio sua bochecha e rio fraco.

-Você acredita muito em mim, bobinho.-Beijo sua bochecha.

Me levanto e arrumo meu vestido.

-Você se acha muito.-Sorrio.

-Não me acho, pois eu sou.

Ele ri e solta fumaça pelo canto da boca.

-Pare de trabalhar aqui.-Fala em tom de aviso.

-E se eu não quiser?-Provoco segurando ele no seu pescoço.

Ele me encara no fundo dos olhos.

-Desgraçada.-Fala entre dentes.

Dou um beijo rápido nele e dou as costas. Saio da sala e vejo que o Pub estava vazio.

Pensar que tenho que limpar essa merda me dá raiva e uma imensurável vontade de aceitar a proposta do John.

-Acho que vai aceitar minha proposta.-Olho para ele que estava atrás de mim.

-Oito euros por semana?-Proponho.

Tira um maço de dinheiro do bolso, arqueio minhas sombrancelhas. Ele não vai fazer uma contraproposta? Ótimo, oito libras pra mim.

-Tenho que ir na copania agora.-Fala me entregando o dinheiro.

-Legal.-Coloco meu sobretudo.-Me leva para casa, sr. Shelby?-Pergunto com uma voz estranha.

Passa por mim. Reviro os olhos após ele sair. Como um homem pode ser tão babaca e lindo?

Blue Eyes Onde histórias criam vida. Descubra agora