Blue Eyes

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Meu corpo todo dói, minha vontade de abrir os olhos era grande, mas a de deixa-lo descansar era ainda maior. Enfim, os abri e olhei em volta.

Era um quarto, com paredes mal rebocadas e janelas com barricadas. Havia apenas um guarda-roupa velho de madeira no canto e um tapete vermelho no chão.

Pelos pequenos resquícios de luz que entravam pelas frestas entre as madeiras, desuso que era de dia.

Me sento na cama sentindo meu corpo todo doer. Não conseguia me lembrar muito do que houve ontem, só lembro de levar um golpe por trás e apagar.

Sinto algo gelado em meu tornozelo, vejo uma corrente presa ao pé da cama. Que estranho.

Eu estava com roupas diferente de ontem, era um vestido branco até metade das minhas coxas. Eu estava limpa e isso me assusta, já que não sei quem foi que fez isso.

Me levanto e meu corpo dói mais, respiro fundo procurando forças. Tento andar um pouco, mas por causa da corrente não consigo.

Bufo frustrada.

—Tem alguém ai?!—Grito.

Conseguia ouvir pessoas conversando e algumas crianças gritando lá fora. Me sento na cama e percebo alguns desenhos na parede.

Havia palavras de ódio e símbolos satânicos rabiscados, era assustador. O que mais se destacava era a palavra "Satan" em letras garrafais na cor vermelha, ao contrário das outras palavras escritas em giz preto.

Ouço barulho de chaves e logo a porta é aberta. Vejo uma mulher velha aparentemente eu a conhecia, ela se aproxima de mim e a outra pessoa permanecia parada na porta.

A senhora se senta ao meu lado e dá um leve sorriso.

—Essas babozeiras ai...—Aponta para a parede.—Foram meu sobrinho que escreveu, adolescentes estúpido.—Dou uma pequena risada.

Deposita sua mão em meu ombro e me olha com dó. Ela sabe que o que eu menos preciso é que sintam pena de mim.

—Como se sente, minha filha?

—Um pouco dolorida.—Suspiro.—O que houve? Não lembro de quase nada.—Olho para a senhora

—John quis que permanecesse aqui em Birmingham, então fez esse cuel ato.

Aquilo ali foi como um tapa na cara.

Eu havia sido violentada, não conseguia acreditar, é sem escrúpulos algo desse tipo!

—Quem é Jonh?—Pergunto e ela me olha assustada.

Olha para o homem que permanecia na porta. Ela suspira e se levanta.

—Descanse mais um pouco querida, logo irá se lembrar de tudo.