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Respiro fundo e abro um sorriso. Olho para o papai, ele sorria também, entrelaço meu braço ao seu. As grandes portas da igreja se abrem. Vejo John, ele estava lindo com seu terno preto.

Entramos e a música começou a ser tocada pela banda enquanto andavamos até o altar.

Papai entrega minha mão a John, ele fala algo no ouvido do meu noivo, em alguns minutos meu marido.

Sorriso para o homem a minha frente e ele faz o mesmo. Nos ajoelhamos em umas almofadas na frente do bispo que irá celebrar nossa união.

Meu sorriso não saia, é o melhor dia da minha vida, com certeza.

John é o homem que mais me fez feliz e tão pouco tempo. Com ele sei que viver vai além das concepções.

Quando os nossos olhares se encontraram pela primeira vez, senti todo o meu estômago revirar, eram tantas borboletas, um nervosismo, um medo, era uma mistura de sensações que eu nunca havia sentido, meio estranho, mas ao mesmo tempo tão incrível e bom.

Naquele dia, onde eu me encontrei no abraço dele, abraço aconchegante que passou-me uma segurança enorme. No momento em que os nossos lábios selaram-se com um beijo, meu mundo parou, não queria saber de mais nada, só queria ficar ali, para sempre, sentindo o seu coração bater aceleradamente seguindo o ritmo do meu. Pensei que fosse sonho, ou coisa da minha imaginação, mas não, ele estava ali, eu pude senti-lo e te toca-lo, pela primeira vez, de um jeito mágico e apaixonante, do nosso jeitinho.

Não sabia como agir, não precisei, deixei levar, e nem tivemos dificuldade, do nosso modo aquele dia tornou-se inesquecível, e nos tornou um só, nos tornou o casal apaixonados que somos hoje.

É amor, e só tende a aumentar. Amor de verdade, amor que vai durar.

Ficamos em pé, um de frente para o outro, ele olhando meus olhos escuros e eu olhando seus olhos claro como o céu.

Dizemos o aceito e Karl, filho de Ada, toruxe nossas alianças. Peguei a sua e ele pegou a minha.

Ouço um barulho alto de tiro. Me abaixo assustada. Olho para John e o vejo caido todo ensanguentado.

—John! Querido!—Chacoalho seu corpo.—Por favor não se vá!—Grito aos prantos.

—Se afasta!—Arthur me empurra brutalmente.

—Não, porra! Ele é meu noivo!—Grito batendo nas costas dele.

Sinto alguém me puxar pelos braços, era meu pai. Começo a gritar e me contorcer em seus braços.

—Chega, filha. Birmingham está muito perigosa.—Fala me arrastando junto dos meus irmãos.—Vamos para a América.

—Não! E o John, pai?!!—Grito com ele socando seu peito.—Ele precisa de mim!

—Esquece filha, ele se foi.—Fala com frieza.

Grito "não" várias vezes, mas não me ouviam. Me colocam dentro do carro. Meu vestido estava ensanguentado.

Aquilo não podia ser verdade. Eu o perdi no nosso dia.

Como vou cuidar do nosso neném sozinha?

Estou devastada.

—————
Me bate, com força, to merecendo.
Espaço para falar agressões que faria comigo.

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