2. i really like you

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Luke se levantou, se embolando com o cobertor e tropeçando no controle e quase caindo.

Reggie olhou para ele sem entender nada.

— Espera, para onde você vai?

— Embora? — soou mais como uma pergunta do que uma resposta.

— Você vai me beijar e ir embora assim? Não! Senta aí, Lucas. Vamos conversar sobre isso. — Reggie se levantou também, esfregando as mãos no jeans escuro antes de se sentar no sofá.

Luke fez o que ele mandou, ao mesmo tempo que queria dizer algo, as palavras pareciam fugir de sua mente.

— Me desculpa, Reggie... Eu... — ele respirou fundo, mordendo o lábio nervosamente.

— Por que você me beijou se ia ficar pedindo desculpas? — perguntou, passando as mãos no rosto. 

— Eu queria beijar você! Já faz um tempo, mas eu nunca criei coragem o suficiente. — começou a falar, apertando os fios castanhos entre as mãos. — Eu gosto de você, Reg. Gosto muito.

— Você gosta de mim? — perguntou. 

— Gosto, Reggie. Tipo, de verdade. — respondeu, paciente.

— Eu achei que você tava gostando da Julie! — ele falou, confuso. — Você tá elogiando ela faz dias, e... Que ódio, Lucas! — resmungou, jogando uma almofada em direção a ele, errando a mira.

— Eu achei que sentisse algo por ela, mas eu gosto mesmo é de você. Ainda gosto de você. 

Reginald escondeu o rosto com as mãos, ainda surpreso.

— Seu idiota. — Reggie resmungou.

— Desculpa, eu tava confuso. Eu entendo o que sinto agora, eu juro... — ele foi interrompido por Reggie, que se levantou, o puxou pela camiseta.

Luke estava esperando um soco, então fechou os olhos.

Mas foi surpreendido, porque Reggie juntou seus lábios outra vez.

Luke levou as mãos até o rosto de Reggie, o beijando de volta. Naquele instante, se arrependeu de não ter o beijado antes.

Os lábios de Reginald eram viciantes, e se soubesse que ele retribuiria, teria tentado isso antes.

— Eu gosto de você também, Luke. — murmurou, quando se afastou minimamente.

Luke sorriu, o puxando para outro beijo, o envolvendo pela cintura, puxando-o para seu colo.

Agora sim ele podia beijá-lo, e sentir seu toque sobre seu rosto. Luke estava beijando Reginald como se precisasse disso, sentindo suas línguas se enroscarem, acariciando agora seu cabelo escuro.

De fato, perdeu a noção do tempo, com Reggie sob seu corpo, trocando beijos, carícias e sorrindo um para o outro quando precisavam de afastar para retomarem o fôlego.

— Reg... — ele murmurou, sentindo beijos em seu pescoço. — Desculpa mesmo, mas eu preciso ir para casa.

— Chato. — Reggie cantarolou, deixando uma mordida em seu pescoço. — Tudo bem, L.

— Eu te vejo amanhã, babe. — Luke se despediu, deixando um selinho em sua boca.

— Apelidos carinhosos, Luke? — ele riu, finalmente saindo de cima do cantor.

— Gosta, babe? — ele sorriu, segurando a mão de Reggie, deixando um beijo em sua palma.

— Até amanhã, L. — se despediu, caminhando com ele ainda de mãos dadas até a porta.

Antes de ir, Luke ainda lhe deu mais um selinho.

Reggie fechou a porta, deslizando sobre ela, sentido seu coração bater fortemente contra o peito.

Colocou a mão sobre os lábios, provavelmente estavam avermelhados e inchados por conta dos inúmeros beijos que trocaram, rindo sozinho.


Depois da aula, Reggie seguiu para o trabalho. Trabalhar na sorveteria da cidade tinha suas vantagens, ele sempre tomava sorvete de graça, por mais que quem gostasse mais desse benefício fosse Alex. 

Precisava entrar mais cedo para cobrir um colega, e não teve problema nenhum com isso. 

Deixando sua jaqueta e camiseta de lado, vestiu a camiseta do local, junto com o pequeno chapéu ridículo. 

Por mais que achasse o uniforme careta, gostava de trabalhar lá. Tinha ótimos colegas de trabalho, e o salário que ganhava podia gastar com o que bem entendesse, sem questionamentos ou encheção de saco dos pais. 

Lançou um sorriso para a garota com traços asiáticos, colocando o avental laranja, o amarrando. 

— Oi, Lucy. — cumprimentou. 

— Oi, Reggie. Você parece mais feliz que o normal, me conta as novidades. 

— Nada demais. — ele respondeu. 

Começou a verificar o caixa, e a garota cruzou os braços sobre o peito, ainda do lado dele. 

— Desembucha, vamos!

— Tá, tá! Espera eu terminar aqui. 

Com isso, ela foi atender os clientes que tinham acabado de chegar. 

— Ontem eu saí com o Luke pra comer, sabe. Aí, a gente foi pra minha casa, jogamos, depois assistimos filmes e ele me beijou. 

— Aleluia, Reggie! — ela levantou as mãos para o céu. — Falou que gosta dele?

Ele assentiu, fingindo estar arrumando os copos na bancada, quando seu gerente chegou, apenas acenando com a cabeça para eles, no telefone. 

— E depois? — ela parou de repente, então notaram as garotas na frente deles. — Oi, bem vindas!

Reggie seguiu para o caixa, começando então a trabalhar, atendendo as garotas.

Voltou para perto de Lucy, para terminar de contar a história. 

— Eu falei que gostava dele, ele falou que gostava de mim, foi tudo bem. 

— Eu tô tão feliz por você! — ela disse, sorridente. 

— E como foi as coisas com o cara que você tava saindo?

— Ah, o de sempre. Ele surtou quando eu falei que era trans. — ela respondeu, revirando os olhos. 

— Você vai conhecer alguém que valha a pena, Lucy. — ele a reconfortou. 

Então voltaram a trabalhar. Quando o expediente acabou, seguiu para casa, chegando em dez minutos. 

Largou a mochila no sofá, pegando o celular no bolso, visualizando a mensagem de Luke. 

Luke: escrevi uma música para você ;)

Reggie: engraçado, estou escrevendo uma música para você =o

Luke: mentira!!! manda áudio cantando EU IMPLORO

Reggie riu, bloqueando o aparelho, indo em direção ao próprio quarto, em busca da letra da música. 

love is easy; luggieOnde histórias criam vida. Descubra agora