Capítulo 5

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No dia seguinte acordei com uma leve dor de cabeça, talvez fosse ressaca ou, talvez, o fato de eu não ter dormido bem a noite por causa das imagens de pegação entre Christopher e sua noiva. Deus, como doía ver ele com ela, sempre me senti mal ao vê-lo com outras garotas, mas sabia que não era nada sério. Agora, vê-lo com sua NOIVA, isso sim era pesado demais pra mim.

Tudo seria muito mais fácil se esse sentimento deixasse de existir, eu conheceria outro cara e me apaixonaria perdidamente por ele. Queria tanto ver Christopher apenas como um amigo/irmão, como ele sempre me viu, sinceramente eu não tinha esperanças que isso mudaria.

Desci as escadas devagar, tudo o que eu queria era tomar um remédio para dor de cabeça e se possível voltar a dormir, naquele dia a minha cama parecia ser a coisa mais convidativa do mundo.

Anahí estava tomando café enquanto lia um livro, quando percebeu que eu estava na cozinha sorriu para mim e eu me esforcei para dar o melhor sorriso, mas foi em vão.

— Mai mandou mensagem e disse que está vindo para cá, quer conversar conversar com você sobre ontem.

Não pude evitar uma careta. Onde fica a parte que eu deito e durmo novamente? Pelo jeito, só mais tarde.

Tomei um analgésico e peguei um pedaço de pão, sentei-me a mesa e fiquei encarando a parede. Logo a campainha tocou e Anahí se levantou para atender, não demorou muito para ouvir a voz de Mai animada.

— Bom dia, Dulcinha! — Ela sorriu e eu apenas assenti. O dia não estava nada bom para mim. Ela se sentou ao meu lado e Anahí puxou sua cadeira para ficar do meu outro lado — Você viu como Christopher te olhou? Ele deve ter percebido! O que ele te disse? Eu percebi que vocês ficaram sozinhos na mesa.

— Ele disse que não imaginava que me veria com outra cor no cabelo além de ruivo, que tinha gostado e eu estava linda. — Disse, desanimada. Não tinha visto muita coisa nisso, ele sempre me elogiou como elogiava Maite e sua mãe.

— Ele ficou sem palavras, Dul! — Ela disse.

— Mai, pare de se iludir, por favor. Tenho certeza que ele não viu nada demais!

— Anahí, diga alguma coisa! — Mai disse.

— Não tenho nenhuma conclusão sobre isso, Mai, desculpe. Eu não sei o que pensar, um lado me diz que ele ficou sem palavras, mas também não vi nada demais.

— Viu só! — Eu disse e Mai revirou os olhos.

— Será que só eu vi como ele te olhou intensamente? Dulce, ele te olhou de cima abaixo lentamente.

— Ele só estava reparando em como eu estava diferente. Mai, por Deus, ele estava quase comendo Belinda lá!

— E você não ficou com ninguém?

— Não. Eu não estava lá para ficar com alguém, na verdade nem queria ter ido.

— Dulce, por que você não deu uns beijos?

— Eu não estava com vontade, só queria beber, dançar e esquecer da existência de Christopher Uckermann!

— O que não deu muito certo porque a cada dois minutos ela olhava para a mesa onde eles estavam e dava um puta gole na caipirinha. — Anahí disse e eu revirei os olhos. De fato, eu não conseguia tirar os olhos dos dois.

— Dulce, não desista, por favor. Eu sei que vocês nasceram um para o outro, é só questão de tempo para ele perceber.

— Dois meses, Mai. Ele só tem dois meses para "perceber", como você diz — Fiz aspas com os dedos.

— Ele vai!

— E se não perceber? Não quero me machucar. Mesmo que eu não tenha nada a perder, eu não quero ficar sofrendo pelos cantos porque o homem que eu amo se casou e está feliz com outra! — Exaltei-me.

— Ele não vai ser feliz com ela.

— Ele já é — Retruquei — Se analisarmos a situação, eu estou sendo a grande idiota da história, insistindo em algo que não dará em nada! E no fim, ainda ganho um coração partido.

— Dulce, daqui a dois meses se ele se casar com ela você pode até deixar de olhar na minha cara. Entretanto, se eu estiver certa que ele te ama e apenas não percebeu você será eternamente grata a minha insistência!

— Eu espero do fundo do meu coração que eu não me arrependa disso, Maite.

— Você não vai! — Ela disse e eu suspirei, sendo abraçada por Anahí, que apenas assistia tudo calada.

*****

— Oi, Ucker! — Abracei-o. Nós estávamos em uma praça em frente ao meu apartamento, ele disse que queria conversar comigo rapidamente.

— Como você está, ruivinha? — Ele perguntou fazendo careta — Tenho que arranjar outro apelido para você.

— Não tem problema, seria estranho você me chamando por outro apelido — Ri — Estou bem e você?

— Eu também estou bem. Vim te fazer um convite irrecusável, sério, não aceito não como resposta.

— E qual seria esse convite irrecusável? — Cruzei os braços, encarando-o.

— Você aceita ser madrinha do meu casamento?

Sabe quando jogam um balde de água fria em cima de você? Então, era assim que eu me sentia nesse momento. Na minha opinião, a última coisa que esse convite podia ser considerado é irrecusável. Sério, era o convite mais recusável que eu já recebi. Entretanto, eu era sua melhor amiga e o que uma boa amiga faz? Isso mesmo.

— Claro, ursão — Sorri — Estou muito feliz por você.

Mentirosa! Ainda bem que não somos igual o Pinóquio, senão meu nariz já estaria chegando na China!

Ursão era o apelido carinhoso que eu havia dado a ele quando éramos criança, porque eu considerava o abraço dele o mais fofinho do mundo! E eu sempre quis ter um ursão de pelúcia para abraçar, mas nunca ganhei um.

— Obrigada, Dul! — Sorriu, me puxando para mais um abraço — Sabe que eu te amo, não é? — Beijou minha testa. Eu até ficaria feliz, mas agora ele também fazia isso com Belinda, então não poderia mais considerar esse ato como antes.

— Eu também te amo, Ucker — Sorri.

— Preciso ir. Se cuida. Até mais. — Beijei sua bochecha voltei para meu apartamento.

— O que ele queria, Dul? — Anahí perguntou assim que entrei.

— Me fazer um convite irrecusável, segundo ele.

— Que seria? — Perguntou, arqueando a sobrancelha.

— Ser madrinha de seu casamento — Eu disse, sentindo um nó se formar em minha garganta. Quando dei por mim, estava deitada no colo de Anahí chorando feito um bebê novamente. Por que tinha que doer tanto?

Tudo Para Ficar Com Ele (CONCLUÍDA)Onde histórias criam vida. Descubra agora