Capítulo 4

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Pedro avançou com seu cavalo rapidamente, sendo logo seguido pelo cavalo de Susana que ia um pouco mais devagar, os guardas abriram passagem aos berros "abram caminho para o rei", e então como em um segundo, já estávamos do lado de fora das muralh...

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Pedro avançou com seu cavalo rapidamente, sendo logo seguido pelo cavalo de Susana que ia um pouco mais devagar, os guardas abriram passagem aos berros "abram caminho para o rei", e então como em um segundo, já estávamos do lado de fora das muralhas de Cair Paravel. Aproveitei que Pedro estava mais a frente e já não podia nos ouvir e decidi falar com o cavalo que até agora não sabia seu nome.

_ Como devo chama-la? - perguntei ao cavalo enquanto via Pedro cavalgando muito a frente-.

_ Gael, minha senhora.

_ Então Gael, por que eles pensam que você não fala? - a questionei e Gael baixou seu rosto -.

_ Por vergonha. - disse ela em um tom mais baixo, mas ainda assim audível -.

_ Vergonha de que?

_ Susana me resgatou dos reinos do sul, onde eu vivia como escrava, havia sido levada, roubada, ainda filhote, e para sobreviver nunca disse sequer uma palavra, até que Susana me encontrou e me comprou - respondeu ela tristemente -.

_ E de que deveria envergonhar-se? Foi resgatada por sua rainha de um povo cruel e bárbaro.

_ Eu vivia com velhos hábitos, de animais irracionais, que não falam e não pensam, vivia como um cavalo qualquer, sem respeito a mim ou a Nárnia.

_ Você apenas fez o que era preciso para sobreviver, agora que sobreviveu, abandonou os velhos hábitos e voltou a sua terra, não a nada para se envergonhar, pois você foi criada para falar e pensar, é uma narniana livre criada da canção do próprio Aslam, viva como tal, orgulhe se.

Pedro começou a cavalgar mais devagar virando seu cavalo em nossa direção, nos olhando preocupado.

_ Algum problema aí atrás? - questionou Pedro -.

_ Nenhum majestade, estamos apenas recuperando o fôlego. - o respondi lembrando que desde que cheguei em Nárnia não havia comido ou bebido -.

_ Você me parece pálida, se sente bem?

_ Creio que com a euforia de toda a história, me esqueci de comer.

Pedro parou o cavalo e desceu vindo em nossa direção, seu semblante era sério e firme, Gael parou e eu o olhei sem entender ainda montada no cavalo.

_ O que está fazendo? - perguntei -.

_ Isso é o que eu lhe pergunto, como pretende ir a batalha de estômago vazio? Rápido desça do cavalo, montaremos acampamento aqui, coma e descanse um pouco, logo em seguida partiremos.

_ Não acho que tenhamos tempo a perder.

_ Minhas irmãs estão viajando com peso extra e com cavalos a menos, não chegaram até as fronteiras antes de amanhã, teremos tempo de alcançá-las e com sorte dissuadi-las - respondeu ele, já tirando de seu cavalo uma bolsa com suprimentos -.

_ Se você tem certeza, descansarei só um pouco e logo prossigamos viagem, muito me preocupa, não por suas irmãs pois sei bem de suas habilidades de batalha, mas sim, por meu amigo, que pouco sabe sobre se defender.

_ Se o preocupa tanto, por que o deixou só? - questionou Pedro um pouco enfadado -.

_ Por que essa era a missão dele, e se Aslam o enviou para tal, sabe o que está fazendo, e só cabe a mim confiar, mas isso não reduz minhas preocupações.

_ Se esta é a missão dele aqui. Qual a sua?

_ Ainda não sei, Aslam não me deu muitas dicas.

_ Aslam não é visto há 5 anos, desde que vencemos a feiticeira branca, imagino que você seja muito importante para que ele venha em pessoa recebê-los. Quando viemos para este mundo ele esperou que o busquemos.

_ Isso porque vocês não o conheciam, e precisavam trilhar o caminho até a verdade, já eu conheço a Aslam muito bem, e o reconheceria em qualquer mundo. Não se trata de ser menos ou mais importantes, e sim do fato que ele fala com cada um de nós da forma que melhor concerne.

_ Nem todos, mesmo em Nárnia, falam com tanta certeza sobre Aslam, quanto você parece transpor em suas palavras - o ouvi falar enquanto terminava de comer o pão que ele me oferecerá de sua bolsa e bebia a água de seu cantil -.

_ Talvez seja disso que Nárnia precise, para que Aslam lhes visites mais vezes.

_ E o que seria isso? - questionou ele mais atento que nunca -.

_ Fé. - disse simplesmente me levantando batendo a poeira e migalhas de minhas roupas - Pronto? - perguntei já indo em direção ao cavalo e ele apenas acenou positivamente andando até o seu -.

_ Eu conheço um atalho, chegaremos antes do final do dia - disse ele subindo em seu cavalo -.

Pedro pouco falou após isso, a não ser para dar ordens de esquerda ou direita, na certeza de que o atalho nos ajudaria intercepta-las antes que chegassem ao seu destino, porém acontece que o sol de pôs e o céu escureceu, e de onde eu estava Pedro já não parecia mais ter tanta certeza sobre o tal atalho.

_ Majestade? - Pedro olhou para trás enquanto eu acelerava em meu cavalo cavalgando agora ao seu lado - Por acaso não estamos perdidos não é mesmo? - questionei preocupada com o fim da luz do dia -.

_ Para ser sincero, eu não tenho mais tanta certeza quanto tinha a algumas horas atrás - disse ele um pouco atordoado -.

_ Qual foi a última vez que pegou tal atalho? Ou andou sozinho por Nárnia?

_ Talvez a 5 anos, em minha infância.

_ Está me dizendo que estamos seguindo um atalho, confiando em uma lembrança de infância?

_ Dizendo com estas palavras, parece realmente dúbio, porém é um caminho que jamais esqueceria, já que este foi meu primeiro caminho por Nárnia.

_ Se é assim, onde estamos?

...

Nota da Autora

Acordei mais animada que o normal hoje.

Efeitos da pandemia ou a gente começa a falar sozinho ou a gente começa a escrever, eu faço os dois.

Perdoem os erros a autora é disléxica.

As Crônicas De Nárnia - Uma história da era do ouroOnde histórias criam vida. Descubra agora