Capítulo 25

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Estávamos enfrentando os gigantes e com a ajuda dos centauros eles estavam recuando, acontece que quando se pensa estar ganhando ficamos distraídos e é aí que coisas ruins acontecem

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Estávamos enfrentando os gigantes e com a ajuda dos centauros eles estavam recuando, acontece que quando se pensa estar ganhando ficamos distraídos e é aí que coisas ruins acontecem. Pedro se voltou para trás para dar ordens aos centauros e nesse instante um dos gigantes o jogou longe com o bater de sua maça. Pedro caiu a metros de distância inconsciente. Nesses instantes, quando você tem apenas um segundo para tomar uma decisão, você na verdade não a toma age por impulso e isso é assustador ao se pensar, seria isso que sou por dentro? Quem eu sou? O que me torno quando fico irritada? Quais são então os meus princípios?

Até então estávamos atacando, mas apenas para faze-los recuar sem ferir gravemente. Minha espada havia sido um presente dos centauros nos meus primeiros anos em Nárnia e por saber o quão afiada era eu pouco a usava.

_ Protejam o Rei ! - gritei dando ordens -.

Os centauros mudaram de formação, impedindo que nada chegasse ao rei ainda desacordado, pela primeira vez em muito tempo saquei minha espada, e se antes os gigantes estavam recuando, agora estavam correndo de medo de volta as montanhas, pois eu não hesitei. Os centauros estavam terminando de cuidar dos gigantes quando eu finquei a espada no chão e sai correndo em direção a Pedro.

_ Pedro, Pedro, acorda - disse eu de joelhos ao seu lado erguendo seu rosto, nesse instante me lembrei do colar em meu pescoço, uma garrafinha pequena feita de diamante com algumas gotas do elixir da flor de fogo, Pedro havia me dado em um Natal para que eu levasse toda vez que saísse do Castelo. Puxei o colar arrebentando o fecho e provavelmente deixando marcas em meu pescoço. Derramei as gotas sobre seus lábios na esperança de que fosse suficiente. E então ele acordou, dolorido mas acordou. Por impulso eu lhe dei um beijo, e me afastei -.

_ Diga que aceita se casar comigo agora? - disse Pedro esperançoso, encostei minha testa sobre a dele e fechei meus olhos enquanto uma lágrima solitária escapava -.

Como eu queria dizer sim, que dor me dava ter que dizer não tantas e tantas vezes,  sem poder nem ao menos explicar-lhe o por que.

_ Eu não posso - nesse momento ele com sua mão em meu rosto recolheu a pequena lágrima com seu polegar dizendo -.

_ Tudo bem.

_ Quer tentar se levantar? - perguntei -.

_ Sim.

Eu o ajudei a se erguer e o abracei forte, por que meu medo foi tanto quando ele foi atingido, que até me esquecerá de que eu sabia como a história se escrevia, agora vendo bem percebo que muitas das coisas que aconteceram nas histórias precisaram de uma mãozinha invisível, digo isso por que essa nunca foi escrita, eu estava lá, eu ajudei, eu salvei, eu impedi uma guerra comecei outras, mas nada nunca foi relatado. Curioso não? Voltamos a tempo de celebrar o trabalho feito pelas toupeiras com o pomar real, era realmente lindo e todos os nossos amigos estavam presentes. 

_ Acredite, real Senhor, um dia ainda há de ficar contente por ter plantado estas árvores frutíferas - disse a Senhora Alvipata -.

_ Eu tenho certeza que sim - disse eu-.

_ Quem é aquela? - perguntou Lúcia -.

_ Aquela, minha real Senhora é a própria Pomona - disse o fauno Tumnus muito solenemente - é o mais poderoso espírito das árvores, e muito tímido quase nunca é visto.

_ E o que ela faz aqui? - Perguntou Susana Admirada -.

_ Veio abençoar o Pomar, Senhora Alvipata - chamei-a - fizeste um bom trabalho, você e todas as toupeiras.

_ Obrigada, minha senhora - respondeu a Toupeira deixando escapar uma lágrima dos olhos, de alegria por um momento tão solene -.

_ Devíamos deixá-la fazer seu trabalho então - declarou Pedro se retirando e sendo seguido pelos demais - .

_ Devíamos celebrar com um banquete - exclamou Susana -.

_ Que assim seja - disse Pedro - peça na cozinha que preparem um banquete para que possamos celebrar com as toupeiras Senhor Tumnus.

_ Claro senhor, com sua licença - disse o fauno se retirando -.

Mas acontece que quando tudo vai bem, é aí que coisas que não se esperam acontecem. Não muito tempo depois o fauno Tumnus chegou com notícias dizendo que o veado branco havia sido avistado nos bosques ocidentais, e eu sabia que esse então era o fim.

Estavam todos fora do portão do Castelo, preparando seus cavalos.

_ Tem certeza que não quer vir conosco? - perguntou Pedro -.

_ Será divertido - disse Lúcia -.

_ E você poderá fazer um pedido - disse Susana-.

_ Eu já tenho mais do que preciso e muito mais do que mereço. - respondi simplesmente - divirtam-se e se cuidem.

Dei um abraço em um por um, primeiro Lúcia seus abraços sempre foram os melhores, mas isso se dá por sua alegria que transborda. Depois Susana minha amiga mais querida, cada dia mais bela, e então Edmundo que foi como um irmão para mim, de alguma forma ele já sabia do fim. E por último Pedro, meu único e verdadeiro amor.

_ Prometa-me que vai se cuidar - disse eu-.

_ É só uma caçada não há perigo - sorri para ele e insisti-

_ Apenas prometa.

_ Eu prometo - disse ele deixando um beijo em minha testa e logo depois subindo no cavalo seguido de seus irmãos -.

Se eu queria gritar e pedir que não vão? Cada centímetro do meu corpo queria, mas eu não deveria, eles têm a própria história pra viver em 1940. Eu sentia meu peito doer e pela primeira vez deixei as lágrimas escaparem e chorei os vendo partir. Andei em direção a Praia, onde Aslam já me esperava.

_ Olá minha menina, está na hora, por que choras?

_ É sempre difícil dizer adeus a aqueles que amamos.

_ Nenhuma alta sabedoria pode ser atingida sem uma dose de sacrifício. Mas se faz você se sentir melhor, não é um adeus realmente, nos veremos todos de volta um dia.

_ Eu sei.

_ Vá e viva. E quando estiver por lá me faça um favor, busque Susana lembre-a de Nárnia, lembre-a de Aslam.

...

Nota da Autora

Reta final meu povo, a dois passos do fim, que ansiedade.

As Crônicas De Nárnia - Uma história da era do ouroOnde histórias criam vida. Descubra agora