Capítulo 12

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Só se passou 1 ano, como sobreviveria 10 anos dessa forma? O que eu estava pensando quando decidi ficar em Nárnia? O que achei que encontraria aqui? Eu não devia estar é pensando para início de conversa

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Só se passou 1 ano, como sobreviveria 10 anos dessa forma? O que eu estava pensando quando decidi ficar em Nárnia? O que achei que encontraria aqui? Eu não devia estar é pensando para início de conversa. Lúcia estava para ir para Arquelândia fazer companhia ao pequeno príncipe Corin e eu decidi ir junto, para fugir da turbulência dos últimos dias. Ela deveria ir logo depois do natal, e até lá eu passaria meus dias me esquivando de Pedro para evitar outro embate.

O fim do ano se aproximava e eu já podia sentir o cheiro de natal no ar, a neve começava a cair, os pinheiros a florescer, enquanto toda Nárnia se preparava para a chegada do bom velhinho. Todo natal era feito um grande banquete junto ao povo do lado de fora do castelo, celebrando mais um ano onde Aslam nos presentou com vida. Eu ainda estava em meu quarto, porque por mais que o natal fosse minha época do ano favorita, não sentia ânimo nenhum para celebrar, sempre passava meus natais com Diego e pela primeira vez estaria sem ele ao meu lado.

Lembro como se fosse hoje, eu tinha 5 anos e naquele ano meus pais haviam falecido em um acidente de avião, estava com a babá assistindo desenho quando foi noticiado o acidente, sem sobreviventes. Pode ser um pouco triste dizer isso, mas é como se nada nunca tivesse mudado, por que eles nunca estavam lá, sempre viajando por conta da empresa, no começo eles vinham mais vezes para me ver, e então começaram a vir cada vez menos, até que eu senti que só era questão de tempo até que eles simplesmente não viessem mais, órfã novamente.

Minha babá costumava me contar sobre o dia que eu apareci no meio da sala como em um passe de mágica. Ela era uma das empregadas na casa de meus pais quando eu surgi em um cesto no meio da sala, ninguém sabia quem me deixará ali ou como entrará, meus pais que não podiam ter filhos decidiram me adotar. Então tudo aconteceu tão rápido, o governo escolheu um guardião legal para cuidar de mim até que eu completasse 18 anos e com ele veio Diego, aquele que viria ser meu irmão, a empresa ficou elas por elas, os acionistas elegeram um novo CEO, e quando eu completasse 18 poderia ter voz dentro da empresa se quisesse.

Diego sempre dizia que eu ainda iria ser a heroína da minha própria história, que eu era como o Batman, rica e órfã, brincávamos que se algum dia eu decidisse virar uma justiceira ele seria meu ajudante. Mas a verdade é que eu só queria acender minha velinha junto dele embaixo de nossa árvores enquanto esperávamos o Papai Noel chegar, saudade de quando tudo era mais simples. Batidas à minha porta me acordam de meu devaneio, me sentei na cama onde antes anteriormente estava jogada enquanto encarava o teto buscando algumas respostas que o céu não queria conceder. 

_ Pode entrar.

_ Pelo menos um avanço, achei que não iria abrir para mim - disse Pedro sorrindo -.

_ Não sabia que era você - disse sem pensar- .

_ Então não teria aberto se soubesse? - perguntou ele com um sorriso debochado -.

_ não foi o que eu disse - respondi rapidamente e ele apenas continuou sorrindo-.

_ Lúcia disse que você pretende acompanhar ela em Arquelândia.

_ Sim, eu - fiquei em silêncio sem saber como concluir a frase -.

_ Achei que talvez você quisesse abrir seu presente antes - disse ele entregando uma caixinha de madeira com arabescos esculpidos - para você levar quando sair do castelo - foi tudo que ele disse, sem tentar me convencer do contrário, deixando o quarto sem que eu tivesse oportunidade de lhe dizer algo. Tinha em seu semblante um sorriso mas com pesar em seu olhos, como se quisesse dizer muito mais que apenas aquilo -.

A porta se fechou a minha frente, e eu apenas a encarava em silêncio sem entender o que acabará de acontecer, com a pequena caixa ainda em minhas mãos. Sem ter tempo para processar aquele momento, a porta se abre novamente mas dessa vez era Lúcia e Susana, mais alegres que de costume, não me deram muitas opções enquanto deixava a caixa em cima da cômoda ao lado da cama, elas tomaram minhas mãos e me tiram do quarto as pressas.

_ Rápido, rápido já vai começar - disse Lúcia -.

_ Eu não estou em clima para celebrar hoje.

_ É natal e você não vai passá-lo trancada em seu quarto - disse Susana -.

Quando chegamos na sala do trono estava tudo decorado lindamente com faixas e luzes, com o cheiro de pinheiro no ar, a música ressoava pelo ambiente e todos celebravam alegremente, logo as meninas me puxaram para dançar, e passamos a noite inteira dançando e rindo, e pouco antes de soar meia noite, elas se afastaram sorrindo, e quando me virei lá estava Pedro com sua mão estendida.

_ Uma última dança? - perguntou ele -.

_ Claro - foi tudo que eu pude dizer, e assim dançamos em silêncio até que a chegada da meia noite, quando todos pararam para receber o bom velhinho -.

Olhei o bom velhinho chegar e sorri, lembrando de todas as noites em que eu dormir embaixo do pinheiro esperando sua chegada ao lado de meu melhor amigo, meu irmão, e andei até a escada onde Lúcia me alcançou.

_ Onde você vai? - perguntou Lúcia - Não vai receber o seu presente?

_ Não, eu já tenho tudo que podia querer - respondi sorrindo e seu semblante mudou para algo quase como admiração -.

Subi as escadas e entrei no meu quarto e lembrei do presente de Pedro em minha cômoda, me sentei na cama e tomei a caixinha em minhas mãos, admirando a beleza da peça, e então a abri, dentro dela um delicado colar mas o pingente era uma pequena garrafinha e parecia ter um liquido dentro, no fundo um bilhete.

"Pedi aos anões que forjassem uma garrafinha feita de diamante, dentro dela algumas gotas do elixir da flor de fogo, para você carregar consigo todas as vezes que deixar o palácio, assim, ainda que não esteja comigo estará bem, feliz natal"

No dia seguinte me juntei a Lúcia e fomos para o porto, o navio já estava preparado, apenas nos esperando, Susana e Edmundo nos acompanharam.

_ Você tem certeza que quer ir? - perguntou Susana -.

_ Vai ser bom - disse tentando convencer a mim mesma -.

_ Eu não acredito que ele não veio - Susana disse irritada -.

_ Susana - repreendeu Edmundo que o encarou brava - e o que espera que ele faça? Ela é tão cabeça dura se não mais que ele - disse ele e eu só pude rir -.

_ Obrigada Edmundo, também sentirei sua falta - disse brincando -.

_ Se assim for, volte logo, e se cuide enquanto estiver por lá - respondeu ele enquanto Susana me abraçava, Lúcia que já estava no barco gritou brincando -

_ Também vou sentir a falta de vocês - eles riram - não se preocupem tanto só são alguns meses, eu vou trazer ela de volta - subi no barco e olhei para trás umas ultimas vez dizendo -.

_ Vai ficar tudo bem.

O barco se afastou do porto, deixando Nárnia para trás e então partimos em direção a Arquelândia, esperei que ele viesse ao porto se despedir, mas ele nunca veio, então eu parti em rumo a minha nova aventura.

...

Nota da Autora

Por hoje é isso, minha mãe está melhorando e poderei ver ela amanhã. Exausta porém viva. Não sei vocês, mas eu simplesmente amo o natal, parece que o mundo ganha mais cor e vida, e tem um cheiro único no ar, quase magia, cheira e expectativa e esperança.

Perdoem os erros a autora é disléxica.

As Crônicas De Nárnia - Uma história da era do ouroOnde histórias criam vida. Descubra agora