Capítulo 15

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Baile, foi essa a palavra mágica, para despertar todo o meu desconforto de uma única vez

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Baile, foi essa a palavra mágica, para despertar todo o meu desconforto de uma única vez. Arquelândia era diferente de Nárnia, e dizer diferente é quase um eufemismo, seus bailes eram cheios de etiquetas e normas, suas roupas pomposas e extravagantes, se em Nárnia minha preocupação era estar arrumada demais, aqui era justamente o contrário.

Deixei minhas preocupações de lado visto que não tinha intenções de agradar ninguém de qualquer forma e fui ao encontro de Lúcia que já estava pronta. Descemos em direção ao salão onde nos aguardavam, o arauto parado próximo a porta então gritou, anunciando nossa chegada, todos então pararam para olhar de perto a rainha de Nárnia e sua comitiva como se fôssemos criaturas estranhas a exibição.

_ RAINHA SOBRE NÁRNIA, LÚCIA A DESTEMIDA E SUA ALTEZA REAL CALINDA DE MIRANDA! - nunca entendi a necessidade dessas apresentações aos as berros,junto dessa necessidade de afirmação -.

Era como adentrar em um mundo surrealista, mulheres extremamente produzidas, com seus narizes levantados, cochichando pelos cantos, com seus olhares soberbos e debochados. Homens com suas vestes exageradas e bufantes, que não ajudavam nada a esconder seus quilos extras, acumulados em sua vida fácil sem sequer trabalharem um dia em suas vidas, com seus olhares arrogantes de desejo e curiosidade.

Eram a representação perfeita do motivo do qual eu nunca gostei de monarquias. Era tudo muito diferente de Nárnia, e no fim, em meus pensamentos tudo sempre voltava a Nárnia, talvez, eu nunca deveria ter saído de lá. O rei logo se aproximou de nós, com seu grande sorriso, era um senhor agradável,  pelo menos parecia ser.

_ Rainha Lúcia, venha me acompanhe tenho alguns pessoas que quero que conheça - disse o rei guiando a mesma por entre os nobres -.

_ Me diga por que mesmo viemos para cá? - perguntei debochada -.

_ Imagino que já tenha se arrependido de deixar Nárnia - disse o fauno Tumnus -.

_ No mesmo segundo meu querido amigo, mas não há volta atrás agora.

_ Esses eventos podem ser até divertido se ignorar os demais - tentou ele me animar -.

_ Deve estar certo, eu deveria tentar - disse com um sorriso andando por entre a festa em busca de Lúcia a tempo de ouvir sua conversa com o rei -.

_ Sabe majestade, há algo que tem me perturbado desde sua chegada - disse o rei -.

_ E o que seria? - questionou Lúcia -.

_ A grande semelhança entre sua Alteza real Calinda e minha amada e falecida esposa, me diga por acaso ela já está comprometida? - perguntou o rei para meu desgosto, jamais havia ouvido tamanho disparate em minha vida -.

_ Majestade sinto lhe decepcionar, mas ela já tomou para si toda a atenção de meu irmão Pedro, que não tem olhos para nenhuma outra - disse ela dando a entender algo, que ainda que não concorde para nada, não serei eu a corrigir -.

_ Compreendo. Não podia esperar nada menos do grande rei Pedro - disse o que rei em uma gargalhada -.

Desisti de ir ao encontro de Lúcia, bem como da festa e decidi subir para meu quarto, mas assim que o fiz esbarrei com o pequeno príncipe que fugia de sua babá, que corria atrás do mesmo aos gritos, toda a cena era engraçada por si só. O menino sem prestar atenção veio de encontro comigo e caiu sentado para só então olhar para cima e me ver, então me abaixei a sua frente.

_ Está bem pequeno?

_ Sim, alteza.

_ Por que sempre que nos encontramos está fugindo? - a pergunta por mais que parecesse repreensão soava mais em um tom divertido  -.

_ Por que assim é mais divertido - disse o menino sorridente se levantando -.

_ Então aconselho que corra mais rápido porque ela está quase o alcançando - não precisei dizer mais nada e o menino se pôs a correr novamente aos risos -.

Os dias se passaram rapidamente assim como os meses voavam, Corin nunca se apresentou às aulas e parecia fugir de toda e qualquer formalidade relacionada a coroa, era um garotinho brincalhão.

Todo dia no mesmo horário havia uma grande comoção no palácio, todos os funcionários do castelo e soldados correndo de canto a canto, enquanto gritavam "o príncipe sumiu novamente", então ele aparecia no final da tarde e no dia seguinte tudo recomeçava. Assistia tudo sentada em uma poltrona lendo meu livro.

_ Lúcia? - Chamei, tirando sua concentração da partida de  xadrez que jogava com o fauno Tumnus -.

_ Que foi? - perguntou ela me olhando -.

_ Poderia contar até  até cinco pra mim? - disse olhando para o sol que já podia ser visto da janela indicando que já passava do meio dia, um pouco depois que ela terminou de contar a comoção começou  e não pude conter uma gargalhada, achava a pontualidade do pequeno príncipe realmente divertida, e um pouco e extraordinária, se ele dedicasse suas energias para aparecer na aula tenho certeza de que já teria alcançado grande feitos. Lúcia apenas me olhou em desaprovação -.

_ Como você é má - disse ela segurando o riso - onde será que ele se esconde?

_ Não sou má - disse dissimulado como se estivesse ofendida - meu senso de humor só é questionável. - disse e ela meneou a cabeça contendo um riso anasalado - Me pergunto quando vão se dar conta de que ele não está no Castelo.

_ O que você sabe? - ela perguntou agora com curiosidade -.

_ Nada realmente, mas pense, cada trabalhador desse castelo conhece esse castelo como a palma de sua mão, vivem e trabalham aqui desde antes do príncipe nascer, se estivesse aqui realmente já haveriam de ter o encontrado - disse e ela apenas assentiu em concordância - quer saber amanhã mesmo desvendo esse mistério. 

_ O que você pretende? - perguntou o fauno que prestará atenção na conversa -.

_ Descobrir como o pequeno príncipe deixa o castelo todos os dias sem que ninguém o perceba.

...

Nota da Autora

Como assim já é feriado e eu nem vi chegar? Bom feriado a todos então ♡

As Crônicas De Nárnia - Uma história da era do ouroOnde histórias criam vida. Descubra agora