Lobo em pele de Oh

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Oh Jisoo se via completamente infeliz. Sim, mesmo que a mídia mostrasse em suas notícias cheias de segundas intenções e sensacionalismo, a garota estava triste, desgostosa com a união matrimonial. Ainda que Sehun fosse o diretor do melhor hospital do país e tivesse rios e mais rios de dinheiro, Jisoo não mudaria de ideia quanto ao que sentia. Não entendia o motivo, mas ouvir um "eu te amo" de uma boca tão fria, após tantos anos juntos, a fez tremer por dentro, como um tsunami de sentimentos que apareceu apenas para ferrar o resto de seu psicológico. Talvez ainda não houvesse surtado completamente devido àquela voz que brincava em sua mente. Ou será que aquilo significava falta de lucidez?

― Jisoo... ― Seu marido apareceu de maneira repentina, tocando-a no ombro. ― Oque há? Está tão assustada...

― Não é nada de muito importante. ― Ignorou por completo o susto que a fez gelar até a espinha e o encarou, com certo ar de desconfiança. ― O que quer?

― Esta noite haverá um jantar com todos os funcionários do hospital. Quero que esteja ao meu lado. ― Os olhos se fixaram aos dela, como se Sehun quisesse jogar aquele jogo doentio, custasse o preço que fosse.

― Eu acho que não tenho muitas opções, a não ser ir com você. ― Um suspiro dançou nos lábios avermelhados, a fazendo querer sair dali ao lembrar das humilhações que sofreu na noite anterior.

― Na verdade, pode ficar em casa, se quiser. ― Deu de ombros, deixando escapar a notícia como se, de alguma maneira, aquilo fosse mexer com sua cabeça, a deixando confusa e cada vez mais sem entender a situação, o novo "eu" do marido.

― Han? ― Não pôde evitar de arregalar os olhos, como alguém mudava de uma maneira tão drástica? Repentina? ― Posso mesmo ficar em casa? ― Deu ênfase na palavra "mesmo", erguendo uma sobrancelha para demonstrar o quão ficara desconfiada com toda a situação.

― Claro, não vou obrigá-la a nada. Afinal, quero apenas que fique confortável. ― Um sorriso surgiu nos dentes afiados e perigosos, deixando-o com um ar tão inocente quanto o de uma criança que não sabe o que faz.

― Eu realmente acho que... Não entendi. ― Uma mão deslizou em direção a própria testa, a mente dando um nó em plena confusão mental. Sehun estava mesmo fazendo a chance que ela lhe dera valer a pena?

― Nossa conversa foi muito importante para o meu crescimento pessoal, querida. ― A puxou de uma maneira incrivelmente teatral, a envolvendo com afeto em um abraço quente. ― Agora eu realmente vejo o quanto você faz de tudo por mim.

― Oh... ― Os lábios se abriram em uma surpresa mesclada à ingenuidade. Jisoo, que estava completamente de fora do grande circo que o próprio marido armou, dando a volta sobre ela, lhe enganando da maneira mais vil enquanto brincava com seus sentimentos. 

― Certo, eu... Acredito que eu vá.

― Pense melhor sobre isso, pode me dar a resposta quando eu voltar do hospital. ― Curvou-se em direção à mulher e a beijou bem no topo da cabeça. ― Não tenha pressa. ― A olhou nos olhos com uma doçura irritantemente ensaiada.

― Claro! ― A voz saiu com tanta empolgação que ela se viu obrigada a contrair os ombros, punindo-se por ter abandonado a postura tão firme que havia tomado no dia anterior. Jisoo tivera a cabeça feita com aquelas palavras tão mentirosas do próprio marido.

― Nos vemos mais tarde. ― Um sorriso voltou a brincar no canto dos lábios do homem de cabelos escuros, havia cinismo, ambiguidade quase psicótica, ali. ― Não se esqueça de que eu a amo.

― Eu também o amo. ― Uma chama voltou a se acender no coração há tanto adormecido. Ele realmente estava tentando se tornar um homem melhor por causa dela?

A garota dos meus olhos {ADAPTAÇÃO JENSOO}Onde histórias criam vida. Descubra agora