Após alguns meses do falecimento de seu pai, Jisoo se deparar com uma notícia surpreendente: Após muitas tentativas pela inseminação, estava grávida, oficializando por vez sua união com a mulher que amara durante todas as dificuldades que enfrentou, até mesmo no instante em que achou que ela já não acordaria.
― Jisoo! ― Uma voz a chamou com certa urgência, sendo acompanhada por uma breve batida na porta. Provavelmente Rosé já havia chegado para o almoço em família.
― Olá! ― Abrira a porta com um sorriso largo, deixando que os olhos espalhassem para os quatro ventos o quanto estava feliz naquela tarde.
― Sooya, que sorriso enorme é esse? Jen te deu algum presente? ― Lalisa vinha atrás, em uma das mãos segurava uma bolsa térmica e, no outro braço, um garotinho de um ano de idade que, vez ou outra, puxava a camisa da mãe.
― Melhor vocês entrarem! Tenho muito o que falar. ― Deu passagem para que o casal adentrasse a residência simples, porém organizada. Depois da prisão de Sehun, Jisoo recebera uma boa indenização e metade da herança de seu pai, já que a outra parte ficara para a irmã, Lalisa.
― Olha só quem resolveu aparecer. ― Jennie provocou, virando um pedaço de carne que chiava sobre a grelha da churrasqueira. ― Não morre tão cedo, né?
― Melhor nem falarmos sobre mortes depois de tudo o que aconteceu... ― A loira comentou, deixando a bolsa em um canto do gramado. Seu filho, Hyun, entretinha-se com os próprios dedos, agora repletos de baba.
― Mesmo que... Eu não tenha convivido com nosso pai ou até mesmo me lembre dele, a dor ainda é forte... ― Jisoo admitiu, apoiando uma das mãos sobre o cotovelo do outro braço.
― Devo dizer o mesmo... Eu sequer sabia que ele era meu pai até aquele dia do Hospital, quando liguei pra ele, super confusa. ― Sentou-se no banco de madeira e Rosé logo veio para pegar o pequeno nos braços.
― O que importa agora é que estamos todos bem, livres daquele maluco e seguindo nossas vidas. ― Falou a loira enquanto dava um breve pulinho para animar seu filho. ― Mas, nos diga, senhora Kim... O que a deixou tão feliz?
― Ela é minha esposa. Como poderia não ser feliz? ― Jennie brincou, as costas das mãos deslizando pela testa para limpar o pouco suor causado pelo vapor da churrasqueira.
― Não seja tão boba. ― Revirou os olhos e encarou as garotas que estavam ali, em sua casa, como uma verdadeira família. ― Bom, eu queria muito que o papai estivesse aqui, pelo menos nesse momento, mas, como querer não é poder...
― Será que pode parar com a enrolação? ― Lalisa pressionou um pouco, mas não quis ser agressiva, apenas aliviar um pouco o clima de tensão acerca da morte do pai.
― Tudo bem, tudo bem! ― Balançou as mãos a frente do corpo de uma maneira animada. ― Eu e a Nini... Teremos um filho!
Jennie parou tudo o que fazia e a encarou, quase derrubando o garfo de churrasco sobre os pés, tamanha era a surpresa. Não havia uma palavra ou reação que pudesse sair dela, apenas uma vontade incontrolável de gritar e agarrá-la.
― Jisoo... ― As palavras saíram arrastadas, algumas lágrimas formaram-se nos olhos chocolate. Jennie sequer sabia seu nome em um momento como aquele. ― Isso é verdade?
― Pelo visto a mamãe também não sabia. ― Lalisa deu uma risada prolongada e apoiou os cotovelos sobre a mesa de madeira, como aquelas de piquenique. ― Parabéns, cunhada!
― É verdade, Nini... ― Jennie repousou a mão sobre o ventre, lágrimas deslizavam por sobre as bochechas enquanto um sorriso tremulava nos lábios. ― Vamos ter um filho.
― Ou filha! ― Fez a ressalva, aproximando-se dela com uma empolgação inexplicável. Em uma questão de segundos, Jennie a buscou nos braços, tirando os pés dela do chão enquanto a girava. ― Eu te amo tanto, acho que jamais poderia dizer o quanto...
Aquela tarde rendeu uma bela comemoração, com direito a um bife queimado na churrasqueira devido ao esquecimento da futura mamãe, risadas e muitas lembranças boas sendo postas na mesa, como algo gostoso e que fariam questão de lembrar por toda avida.
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― Às vezes eu acho que temos essa conexão forte que você escreveu no seu livro. ― Jennie a questionou no meio da noite, em um dia não muito especial, mas, que ao mesmo tempo, era especial, como todos os outros dias.
― Não sei... É algo tão inexplicável.
― E por que acha que a conexão que elas tinham no livro nunca foi explicada? Ou o motivo delas nunca terem procurado por isso? ― Encostou a cabeça sobre o ombro delicado, sentindo a respiração dela pelos movimentos corporais.
― O que temos é único, Nini... Ciência nenhuma seria capaz de definir isso.
― E mesmo que fosse uma espécie de sonho, acho que jamais iria atrás de explicações. ― Olhou para o topo daquela cabeça preenchida por fios negros. Jisoo era a pessoa mais bonita que seus olhos puderam presenciar em vida.
― Apenas... Não precisamos saber, não é? Sentir é o que conta.
― Foi isso que tentei explicar. ― Uma risadinha fez com que ela levantasse a cabeça e voltasse a encarar a televisão da sala. ― Ou não tentei, acho que você entendeu.
― Mas é claro que entendi, Jisoo... Adoro essa sua linguagem metafórica. ― Uma pausa foi dada, seguida por uma risada rouca. ― Ou não metafórica. Acho que você entendeu.
― Como você é engraçada, Kim. ― A cutucou nas costelas usando o polegar e logo a encarou, os olhos acastanhados brilhavam mais que as estrelas estampando o céu de Seul.
― Eu acho tão bonito o modo como você me apoia em meus projetos...
― Nunca vi problema em uma Idol ser escritora... Pelo menos é um passatempo pra esquecer tantas responsabilidades. Quero dizer, ensaiar as coreografias, compor e cantar músicas, participar de premiações. ― Deu de ombros, mas logo fora surpreendida por um beijo roubado de sua esposa.
― Você me surpreende a cada dia mais... ― Revelou, a mão pequena deslizando por sobre a dela, a acariciando de uma maneira íntima.
― Desde que lançamos o último Comeback, que tudo ficou em paz novamente... Você se tornou alguém tão presente.
― Pelo menos fisicamente. ― A corrigiu e, desta vez, quem roubara o beijo fora ela.
― Você entendeu o que eu quis dizer, não é? ― As duas se permitiram dar uma risada longa, trocando olhares demorados e que apenas as duas, e mais ninguém, compreendiam.
----- Desta vez, é um fim de verdade -----
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A garota dos meus olhos {ADAPTAÇÃO JENSOO}
FanficPelo menos alguma vez em sua vida, você já desejou ter o poder de ler a mente de outra pessoa, seja por influência de histórias em quadrinho, filmes ou porque sempre achou isso algo vantajoso? Quando duas completas estranhas começam a ver e a ouvir...