A garota dos meus olhos {ADAPTAÇÃO JENSOO}

Um lugar confortável

A escuridão das ruas fazia com que as três apenas ficassem ainda mais inseguras do que já estavam. Lalisa se perguntava se fez certo em entrar em toda essa aventura da amiga, afinal, ela apenas queria encontrar uma garota que, talvez, nem fosse da maneira como tanto idealizara.

― Jisoo ? ― Uma voz familiar ecoou pelas ruas e a garota obrigou-se a estreitar os olhos para conseguir identificar algum rosto no meio do breu.

― Rosé ? ― Arqueou uma sobrancelha, Jennie, que ainda a segurava no colo, lembrava-se daquele nome, mas não conseguia saber quem era.

― O que você está fazendo? ― A garota de cabelos loiros, presos em um rabo de cavalo, aproximou-se do trio. ― Quero dizer, pensei que estivesse internada...

― Bom, eu fugi, tecnicamente. ― Deu um leve tapa sobre o ombro da Kim, pedindo para que fosse colocada no chão, algo que ela fez prontamente. ― Mas, não é exatamente isso que está pensando.

― Você fugiu de uma clínica psiquiátrica? ― A boca abriu-se em pura descrença, Roseanne parecia um tanto incomodada com as revelações, principalmente ao ver o "curativo" ensanguentado sobre a perna da garota. 

― Olha, Sehun não é o homem que parece ser. ― Apoiou-se em Jennie, afinal, os músculos ainda se recuperavam do tiro que havia levado. ― Ele colocou algo na minha bebida, no meio da festa para que todos os convidados pudessem testemunhar contra mim.

― Oh, que história. ― A morena deslizou as mãos pela testa, parecia ter dificuldade para assimilar todas aquelas informações. ― O que fazem aqui fora? Por que estão machucadas?

― Precisamos fugir daquele lugar, mas acabamos batendo o carro contra um poste. Iríamos para um hotel bem longe daqui. ― Jisoo lembrou-se da vez em que mentiu para Sehun, dizendo estar ao telefone com Rosé, falando sobre casamento, mas a garota sequer tinha um namorado. Era muita sorte sua que o marido não se importava com o que ela dizia.

― Venham para minha casa.  ― Disse, de maneira firme. Se o que sua conhecida dizia era verdade, então, não negaria abrigo. 

― É muito perigoso, Jisoo. ― Lalisa advertiu, tocando a garota de cabelos negros pelo braço. ― Nós estamos fugindo e... Você conhece essa mulher. Sehun a procuraria aqui.

― Não se preocupem, eu tenho um porão muito bem escondido. ― Rosé garantiu, encarando a garota de cabelos loiros, a qual não foi muito com a cara. 

― Eu prometo lhe contar tudo. ― Jisoo prosseguiu o diálogo, aproximando-se mais da garota. ― Aceitaremos passar alguns dias junto a você.

― Ótimo, venham comigo antes que passe algum vigia ou policial. ― Deu as costas, seguindo por um caminho não muito longo até que pudessem entrar pelos fundos de uma casa bastante espaçosa. Por dentro, tudo parecia ser ainda maior. Os móveis eram bem posicionados, as cores das paredes, os tapetes e até os quadros. Jisoo concluiu que Roseanne sempre teve bom-gosto, desde a época em que a conhecera no colégio, quando sempre soube combinar as roupas perfeitamente.

― Certo... ― A Park fechou todas as janelas e as encobriu com as cortinas, não queria que ninguém indesejado chegasse àquela hora da noite. ― Podem se sentar e, se quiser, comecem a explicar o que aconteceu.

― Bom... ― Jisoo buscou apoio sobre o braço do sofá, deixando que o corpo caísse lentamente sobre ele. A perna ficou esticada, quase tocando a mesa de centro. ― Eu e Sehun acabamos por ter uma discussão boba, na verdade, nem tanto. Ele prometeu que iria mudar comigo, que seria mais gentil e dizia me amar. ― Jennie fez uma careta ao ouvir aquela parte. ― Então, quando fomos a uma festa, ele voltou com um vinho, logo eu passei mal e vi coisas muito estranhas acontecendo no salão. Bastou aquilo para que eu fosse internada.