Corações estilhaçados

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A voz de Lalisa começara a sair de uma maneira rouca, quase inaudível para a loira. Roseanne via-se chocada diante das revelações da garota, algo que realmente poderia partir seu coração facilmente.

― De todo jeito... Bem... ― Sequer sabia o que falar em um momento como aquele, as mãos se apertavam contra uma toalha recém lavada. ― Olha, compreendo tudo o que me falou, mas não pode jogar todas as frustrações para cima do casal.

― É difícil pra mim, tenho medo de que Jennie caia numa furada, como aconteceu comigo. ― Disse baixo o suficiente para fazer com que Rosé tivesse dificuldades de entender as palavras.

― A vida não é recheada apenas de pessoas ruins. E, mesmo se fosse, tenho certeza de que Jisoo não é uma delas. ― Afirmou, com firmeza suficiente para fazer com que a loira mudasse a expressão corporal. 

― Quero dizer, eu perdi minha mãe cedo, acreditei que ela seria a única mulher em quem eu confiaria e amaria para sempre, mas aí me envolvi com aquela garota...― Ajeitou alguns fios de sua franja que caíam sobre sua testa. ― Ela levou tudo, conseguiu dar um golpe, acabou com a empresa do meu pai, que adoeceu em seguida e quase teve o mesmo fim da minha mãe... Tudo porque eu confiei em alguém que conheci pela internet.

― Não é como se as duas tivessem se conhecido pela internet. ― Deu de ombros, desligando a tv, que já a perturbava profundamente. ― É apenas algo que transcende a compreensão.

― Isso é loucura, isso sim! ― Respondeu de maneira ríspida, apoiando as mãos sobre os joelhos para que pudesse ficar de pé.

― Eu chamaria de amor. ― Admitiu, ao contrário da Manoban, Rosé havia entendido todo o processo que ocorrera entre Jennie e Jisoo, o modo pelo qual se apaixonaram e viveram uma história romântica e aterrorizante. ― Cabe a nós, que estamos de fora, apenas imaginar o ocorrido, mas jamais entenderemos de verdade, a não ser que passemos por isso.

― De todo o jeito, eu ainda não consigo confiar nela. ― Jogou a cabeça para trás, ouvindo os passos que irrompiam pelos corredores.

― Deveria, se você permitisse que Jisoo se aproximasse apenas um pouco, veria o quão doce ela é. ― Observou a porta que, agora, era preenchida pelo casal, as encarando de maneira carinhosa.

― O que houve aqui? Estava tão silencioso... ― A morena puxou um fio solto sobre a camiseta da namorada, logo voltando a encarar a anfitriã.

― Nada demais, apenas tive uma pequena conversa com a senhora mau-humor. ― Roseanne deixou uma risada escapar, tão adorável quanto o seu rosto rubro. 

― Hum... ― Jennie sibilou, bastante desconfiada e curiosa quanto ao assunto que aquelas duas poderiam ter tratado. 

― Jisoo, não tenho boas notícias. ― A morena começou a falar e, quando se deram conta, Lalisa já não estava no ambiente, algo com o qual todas já se acostumaram. ― Sehun mandou intensificar as buscas...

― Ele não vai desistir tão fácil... ― Sentou-se no sofá, buscando algum apoio para a tremedeira que invadiu suas pernas sem um aviso prévio. 

― Não entendo, queria que ele me deixasse em paz! Aquele homem não me ama, muito menos precisa de mim!

― As pessoas são más. ― Rosé disse, sentando-se ao lado de sua amiga, talvez a única, já que não saía muitas vezes de casa e sequer se esforçava para ser amiga de alguém no trabalho.

― Má é um adjetivo muito simples perto de tudo o que Sehun é. ― Admitiu, deslizando as pontas dos dedos pelo tecido do sofá. Por um momento, Jennie abriu os lábios para falar algo, mas foi interrompida por uma batida violenta na porta. Rosé assustou-se e logo ficou de pé, pedindo para que suas amigas se escondessem pela casa, iria sozinha ver quem as incomodava.

A garota dos meus olhos {ADAPTAÇÃO JENSOO}Onde histórias criam vida. Descubra agora