Longe da minha própria mente

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O salão era tão grande e bonito, o piso com detalhes em dourado, os vestidos pomposos, as joias tilintando nos corpos das mulheres e de alguns homens. Jisoo sorriu pela beleza do lugar, não por sua riqueza, em si. Afinal, não vemos aquilo todos os dias.

― Sehun! ― Kim Jongin, ou Kai, como gostava de ser chamado, um dos vários sócios majoritários coreanos do hospital, acabou por se juntar ao casal que havia acabado de chegar na festa.

― Olá, meu velho amigo. ― O moreno o recepcionou com um sorriso, Sehun parecia muito mais feliz e empolgado do que nos últimos dias. Jisoo encarou aquilo como um bom sinal.

― Como andam as coisas? Não tenho muito tempo de visitar o hospital... Embora o dinheiro caia sempre na minha conta! ― Uma risada se estendeu entre os dois, mas a mulher se limitou em esboçar apenas um sorriso. ― Que bela dama, garantiu uma jovenzinha, não é mesmo? Inteligente como sempre, porque essas duram mais.

― Encantada com a sua gentileza. ― Jisoo disse com ironia presente em sua voz, mas foi algo muito sutil, o suficiente para evitar um conflito.

― Além de tudo é educada. ― O homem de curtos cabelos negros pareceu não ter entendido o sentido em que ela falou, um ponto para a esperteza de Jisoo!

― Eu escolho bem minhas companhias. ― Sehun passou o braço em volta dos ombros de sua esposa e a encarou pelo canto dos olhos, havia um sorriso ali, brincando com a mente dela fazendo com que sequer desconfiasse do que ele pretendia fazer.

― Agora eu os darei licença, tenho que cumprimentar outras pessoas. ― Kai retirou-se, não sem antes depositar um beijo sobre as costas da mão da garota.

― Esses seus amigos... ― Deixou a frase no ar, mas logo resolveu deixar aquele assunto sem graça para lá e puxou o marido pela mão. ― Pode ir buscar algo para nós bebermos?

― Com todo o prazer. ― O tom de Sehun saiu satisfatório de um jeito bastante desagradável. Jisoo chegou a erguer uma sobrancelha. ― Quer champanhe ou vinho?

― Vinho, por favor. ― Respondeu de maneira educada, buscando com os olhos algum lugar para se sentar e descansar daqueles saltos que deixavam seus pés doloridos. 

― Ótima escolha. ― Por mais uma vez, um sorriso apareceu sobre os lábios do Oh, Jisoo não parecia entender o que havia de tão curioso ou engraçado naquela situação. ― Volto em um instante.

― Eu estarei aqui, esperando. ― Disse por fim, agora se concentrando em algo que já não fazia há algum temo: Conversar com Jennie. 

Mesmo que tentasse, o barulho das conversas e a música um tanto alta não permitiam que ela a buscasse em sua mente.

― Espero que ela esteja bem. ― Sussurrou para si mesma.

― Aqui está, querida. ― Sehun a surpreendeu, tocando a taça fria sobre seu ombro. A garota estendeu a mão, segurando-a com firmeza. ― Não vai beber?

― Ah, claro. ― Antes de dar um gole, os dois brindaram, fazendo com que as taças se chocassem e fizessem um barulho genuíno de cristal.

― O que está achando da festa? ― O marido a olhava de uma maneira tão estranha que a fez sentir-se vigiada e pressionada. O que ele poderia estar tramando? Não era algo que podia descobrir tão facilmente. ― Geralmente fica entediada...

― Até o momento, está muito agradável. ― Resumiu-se àquele comentário, olhando a sua volta. Não eram pessoas conhecidas, próximas, sequer frequentava o hospital para conhecê-las.

― E o que achou do vinho? ― A mão grande repousou de maneira suave sobre o pulso da esposa, fechando os dedos em sua volta para puxá-la até uma mesa onde poderiam sentar e conversar.

A garota dos meus olhos {ADAPTAÇÃO JENSOO}Onde histórias criam vida. Descubra agora