JungKook saiu do elevador que vinha do estacionamento, estando no saguão de seu prédio. Eram quase oito horas da noite e, depois de olhar para Jimin por mais alguns segundos no auditório da Sandara, resolveu ir para casa, deixando Taehyung em seu apartamento no caminho.
Havia parado em um restaurante para comprar um jantar para si e para o senhor que costumava ficar na recepção à noite, pois ele sempre era muito gentil e demorava para jantar por conta de seu expediente, o que o fazia sentir pena e o ajudar sempre que sua renda permitia.
— Boa noite, Sr. Choi, aqui está seu jantar – Jeon sorriu animado, colocando uma das sacolas em cima do balcão – Eu pedi alguns vegetais dessa vez também, comer só carne gorda e carboidrato não faz bem pra saúde – O garoto finalmente focou os olhos no homem, que tinha os lábios comprimidos de um jeito estranho – Aconteceu alguma coisa, senhor?
— B-boa noite, Sr. JungKook, você tem visita – Choi se pôs em pé e apontou com a mão para o outro lado da recepção, onde ficavam localizados os sofás, não demorando dois segundos para o garoto identificar sua mãe, com a postura ereta e uma expressão desgostosa – O senhor autorizou a subir, quando não estiver em casa, apenas os senhores Taehyung e SeokJin. Eu disse que ela não podia subir e ela ficou brava e disse que reclamaria com o síndico e...
— Sr. Choi, está tudo bem – JungKook levantou a mão, gentilmente pedindo para que o homem parasse de falar – Nada vai acontecer com o senhor, é apenas seu trabalho. Por favor, aproveite o jantar e não se preocupe.
Choi sabia que a mãe de Jeon não era flor que se cheirasse. Um dia, alguns moradores ligaram reclamando de gritos no B-385, e o senhor logo estranhou, pois JungKook era um jovem educado e discreto, nem quando estava com seus amigos recebia reclamações. Quando subiu para checar, a porta estava meio aberta, e pôde ver claramente a mulher estapeando e socando o filho, gritando algo sobre ele ser uma vergonha para a família e morar num lugar imundo.
Por sorte, ela parou no mesmo segundo e saiu pelo lado contrário ao qual o senhor se escondia. Ele esperou um pouco e entrou no apartamento, que ainda tinha a porta aberta, checando o garoto e vendo que ele não parecia machucado, mas chorava muito, agarrado ao braço do sofá. Naquele dia, Choi permaneceu no local sem dizer uma palavra, apenas esperando ele se acalmar e dormir e, desde então, nunca mais falaram sobre aquilo, mas viraram bons amigos.
— Senhor Jeon, se precisar de alguma coisa, me interfone, por favor – O senhor se curvou algumas vezes e pegou a sacola deixada no balcão – Deus o abençoe pela refeição, você é um menino de ouro.
— Tudo bem, se alimente direitinho.
JungKook sorriu pequeno e se virou, vendo que a mãe já lhe esperava ao lado do elevador, suspirando profundamente antes de caminhar até ela, segurando a alça da mochila acomodada em seus ombros, se curvando quando estava suficientemente próximo da progenitora. Ela não parecia brava naquele dia, e por mais que não soubesse o motivo da visita, tinha que levá-la até seu apartamento de qualquer jeito.
Já dentro do elevador, o silêncio desconfortável pairava sobre ambos de modos diferentes: ela parecia completamente indiferente e observava tudo com nojo, enquanto o filho se sentia sufocado, como se uma bolha tivesse se formado em volta de si e seu oxigênio estava sendo evacuado para fora, sobrando apenas medo, desespero e insegurança.
As portas de aço pesado se abriram e Jeon esperou que sua mãe saísse, já buscando suas chaves no bolso, destrancando a porta e esperando que ela entrasse, fechando os olhos com certa força quando viu Elizabeth Terceira pulando do sofá e vindo em sua direção. Sua mãe odiava animais, tanto que aparentava ter ficado feliz quando Elizabeth e Elizabeth Segunda morreram.
— O que é essa coisa, Jeon?
— É minha gatinha, mãe. Tae e Jin hyung adotaram e me deram ela ontem – JungKook tentou com todas as suas forças não mostrar o desconforto ao ouvi-la o chamar de apenas de Jeon, pois o lembrava de seu pai. Odiava ouvir aquele sobrenome saindo da boca dela.
— Como se não bastasse morar nesse lugar, ainda vai enfiar um animal para destruir seus móveis e deixar a casa toda com mal cheiro? – Ela olhava para a filhote como se fosse um ser desprezível, tendo nojo claramente demonstrado em suas expressões.
— Mãe, o que a senhora deseja?
— Ainda se lembra que tem uma família e, essa família que você abandonou, faz um jantar com todos uma vez por ano? – A mulher foi irônica, segurando a bolsa, que provavelmente custava o suficiente para pagar a refeição de uma família simples por meses, se recusando a sentar-se no sofá, mesmo que a casa estivesse impecavelmente limpa.
— Sim, senhora.
— Pois bem, é nesse sábado. Seu pai me pediu para vir aqui garantir que você se lembrava e te fazer usar alguma coisa descente para ver sua família, como o smoking preto que te dei pra formatura, achando que você iria virar alguém na vida.
— Não podia só ter ligado? – JungKook falou calmo, se arrependendo quando viu o olhar da mãe mudar de desprezo para ódio.
— Eu podia. Podia, sim, Jeon JungKook. Só quis ter certeza de que você ainda se parece com um Jeon, e não está tatuado, usando drogas e fazendo seu apartamento como prostíbulo – A mulher disse direta, seca, fazendo o moreno suspirar, tentando não ligar.
— Será que eu posso levar um ou dois amigos, por favor?
— Você não ouviu que é uma reunião de família? Eu só deixava aquele encosto do Taehyung ficar quando você morava em casa, porque ele não saía de lá. Aquele interesseiro, ele continua sugando seu dinheiro que nem um sanguessuga?
— Mãe, por favor, a senhora sabe que ninguém lá gosta de mim, eu vou ficar o dia todo...
— Ninguém gosta de você por sua culpa, seu imprestável! – A mãe de JungKook levantou a voz, fazendo-o fechar os olhos e abaixar a cabeça – Se você tivesse nascido normal e crescido como uma criança comum, nada disso estaria acontecendo. Tudo que você precisava fazer era estudar administração e cuidar da empresa com o seu irmão, mas o que você preferiu fazer?! Gostar de estrelinhas e tirar fotinhas, de fazer essas coisas de vagabundo desde pequeno. Se todo mundo te odeia e você vai morrer sozinho, o problema é todo seu, porque nem para arranjar uma noiva você presta, enquanto seu irmão já está casado e prestes a assumir a empresa! Está me entendendo?! Responda, Jeon JungKook!
— Sim, senhora – JungKook respondeu baixo, segurando o bolo que se formou em sua garganta, mantendo os olhos fechados e a cabeça baixa, pois ouvir tudo aquilo era horrível, mas não era pior que unir as palavras ao olhar de desprezo que sempre recebia dela.
— Certo, então deixe de ser uma bichinha e assume seus problemas como um homem. Você não quis morar sozinho, viver sozinho? Pois então faça isso. Se qualquer um dos seus amigos nojentos aparecerem naquela casa sábado, eu vou mandar os seguranças chutá-los para fora como os cachorros que são.
JungKook ouviu os saltos altos ressoando pelo piso, até o momento que a porta foi batida com tanta força que sentiu as paredes vibrarem. Permaneceu parado por quase um minuto, fungando antes de caminhar lentamente até a porta, demorando alguns segundos para conseguir encaixar a chave na fechadura e trancá-la.
Assim que soltou a chave, o primeiro sinal de que nada estava bem foi a respiração acelerada, seguida pelo coração atropelando o compasso calmo que batia antes, o estômago que parecia revirar e a garganta apertada.
JungKook cambaleou até o tapete, se sentando e expirando todo o ar de seu pulmão com força, achando que poderia desmaiar, mas tornando a empurrar o ar para dentro, apertando as mãos com força no peito enquanto já chorava desesperadamente. Apoiou a testa na beira do sofá e tentou controlar sua respiração o máximo que podia, mas acabou passando quase quinze minutos com a ansiedade se manifestando em seu corpo da pior maneira possível, lhe fazendo tremer os músculos e arder cada órgão interno que tentava tomar de volta o controle.
Depois de minutos que pareceram horas, sua respiração se acalmou, então o coração voltou a bater lento e os músculos se estabilizaram. Quando sentiu que já conseguia se mexer, o garoto tirou os sapatos e se deitou no tapete, chorando baixinho enquanto apertava as próprias coxas com força. Um relâmpago iluminou o cômodo meio iluminado, pois só havia acendido a luz da cozinha ao chegar, e logo ouviu as gotas de água pesadas baterem contra o vidro da porta da sacada.
O céu estava completamente escuro, nublado. Não havia estrelinhas para serem vistas, só escuridão, dor e instabilidade.
JungKook sentiu algo vibrando no bolso, lembrando que sequer tinha tirado o celular de lá. Esticou o braço preguiçosamente e pegou o aparelho, cerrando os olhos com a claridade, vendo o nome de Jimin brilhando na tela. Cogitou por alguns segundos, acabando por esperar que o celular parasse de vibrar para desligá-lo, o jogando em cima do sofá e fechando os olhos. Não queria pensar em Park naquele momento ruim.
E então, lembrou dele, mesmo que não tivesse um rosto para personificá-lo. Lembrou das conversas, dos segredos, das tantas vezes que pensou em desistir e se pendurou no precipício, pronto para saltar direto para a escuridão, mas ele apareceu, colorido e carregando felicidade, lhe puxando para cima, tocando a ponta de seu nariz e lhe dando o poder de voar sobre o precipício, e chegar no paraíso. Tudo isso com mensagens.
Wherever you are
Começou, baixo, cantando a música que costumavam dizer ser deles.
I swear that I'll find you
Just know that I'll be there
Whenever you're not ok
I've got a place to stay
I built it just for you
Saltou no lugar ao assustar com algo áspero em seu nariz, abrindo os olhos rápido, se sentindo mal ao ver Elizabeth Terceira parada, lhe observando com os olhos grandes e coloridos. Sorriu pequeno, acariciando o corpinho pequeno e limpando as lágrimas com a outra mão.
— Desculpa, minha princesa, sua vovó não é muito legal, ela faz o papai ficar triste, às vezes... Mas eu esqueci que você tá com o papai agora. Eu não tô mais sozinho, eu tenho minha Liz agora, né?
JungKook beijou o narizinho da gata, a puxando para o seu peito e fechando os olhos, de certo modo confortado por ter alguém consigo, nesses momentos em que achava melhor não incomodar seus amigos.
[...]
Jimin lavava a louça do jantar que Yoongi havia acabado de preparar com calma, sentindo um desconforto irritante em seu peito, como se algo ruim estivesse prestes a acontecer. Ouviu um trovão e encolheu os ombros pelo susto, caminhando até a sala e puxando as cortinas da sacada, vendo o céu coberto por nuvens de chuva, que as vezes de iluminavam com suaves relâmpagos. De repente, pensou em JungKook. Não sabia se era apenas por estar olhando para o céu, ou se algo estava errado de verdade.
Deixou o pano de prato que estava em suas mãos apoiado em um dos ombros nus, pois estava apenas de bermuda, caminhando até o quarto já com o celular em mãos, revirando os olhos ao ouvir o chuveiro, não pensando duas vezes antes de entrar no cômodo, que estava abafado pela água quente.
— Hyung... – O loiro viu o mais velho se assustar e derrubar o sabonete, sabendo que estaria rindo caso não estivesse preocupado.
— Puta merda, Jimin! – Yoongi se segurou no box, fechando o chuveiro e colocando uma mão em frente à própria virilha – Posso ajudar ou vai ficar só apreciando?
— Lembra quando você caiu de moto e deslocou o ombro? – Jimin questionou, inquieto, com o celular indo para lá e para cá em sua mão – Lembra que eu me senti mal pelas duas horas inteiras antes do acidente e te mandei uma mensagem bem na hora que o hyung caiu?
— É claro que eu lembro, foi estranho pra caralho. Olha, se você é um bruxo, pode me contar, eu não tenho preconceito – Yoongi sorriu ladino, voltando a esfregar seu cabelo, pois Jimin já havia lhe visto pelado e vice versa.
— Hyung, eu tô sentindo de novo – Jimin disse baixo, já sentindo os joelhos tremerem, fazendo até Yoongi voltar a prestar atenção em si – E eu acho que é o JungKook.
— E por que você ainda não ligou pra ele? – Min ligou o chuveiro e enfiou sua cabeça embaixo, querendo se livrar do shampoo.
— Eu deveria? E se ele estiver bem e eu só tiver pensado nele porque fiquei triste que a gente não se falou direito hoje?
— Jimin, liga pra ele!
O loiro assentiu afobado e voltou para o quarto, se sentando no canto da cama e levando cinco segundos para já estar com o telefone no ouvido, sentindo o coração bater mais e mais rápido conforme a ligação chamava e chamava, até que foi encaminhada para a caixa-postal.
— JungKookie, me atende, por favor...
Jimin tentou novamente, sendo encaminhando diretamente para a caixa postal, o que quase lhe fez entrar em pânico. Correu pela sua lista de contatos e achou o número de Taehyung, o qual havia pegado de Yoongi, o discando rapidamente.
Já chovia forte lá fora, quando viu o mais velho aparecer enrolado em um roupão e se encostar no batente da porta. Yoongi sabia que o Park não brincava com aquilo, sempre questionaram o motivo dele ter sentido quando sofrera o acidente, mas como não havia acontecido de novo, acabaram deixando para lá, até porque fazia anos.
— Oi, aqui é o Taehyung.
— Oi, Tae. É o Park Jimin, da Sandara. Tudo bem?
— Ahhhh, Park Jimin da Sandara, tudo tranquilo?
— Na verdade, não... – Jimin coçou a nuca, tentando pensar num jeito de explicar aquilo sem parecer estranho – Eu só liguei pro JungKook e ele não me atendeu, e eu tô com uma sensação ruim, eu senti isso antes de Yoongi hyung sofrer um acidente há alguns anos atrás.
— Você tá me dizendo que é sensitivo e que sentiu algo ruim acontecendo com o Kookoo?!
— Não, eu não sou sensitivo, eu só estou com uma sensação ruim, você pode ligar e ver se ele te atende?
— Se ele não me atender, me dá dois minutos que eu tô batendo na porta dele. Obrigada, Jimin. Qualquer coisa te aviso.
— E aí? – Yoongi, que já tinha levado o canto de suas unhas à carne viva novamente, questionou, com a expressão claramente preocupada.
— O Tae vai ligar pra ele. Vamos esperar.
JungKook estava deitado no chão, com os pés apoiados no vidro da porta da sacada. A chuva caía forte do lado de fora e, mais uma vez, o garoto havia arrancado o curativo de seu dedo e enfiado a unha do polegar no machucado que estava quase cicatrizado, a enfiando tão fundo que toda sua mão formigou e seus olhos encheram de lágrimas, lhe fazendo suspirar aliviado, estando distraído vendo a luz refletir nas gotas de água quando o telefone fixo de seu apartamento tocou.
Franziu o cenho e encarou o local escuro, onde sabia que o telefone estava, sabendo que algo estava errado, pois seus hyungs e a marca eram os únicos que tinham aquele número, tendo que usar toda a energia que lhe restava para engatinhar até o telefone, o pegando e voltando a deitar no tapete.
— JungKook, você tá bem?! – O grito de Taehyung até fez um pouco de sua sonolência se esvair, acabando por afastar um pouco o telefone de ouvido.
— Oi, hyung... Tô ótimo, e você?
— Porra, não tô nada. O Jimin me ligou do nada que tava com uma sensação estranha em relação a você, que algo ruim tava acontecendo. Tem certeza que tá tudo bem?
JungKook travou no lugar assim que ouviu a fala do amigo. Jimin sentiu que algo estava acontecendo consigo? Como isso era possível?
— Mas como?
— Eu não sei, já ouvi dizer que algumas pessoas sentem quando algo ruim vai acontecer, mas acho que entre vocês deve ser uma coisa tipo de amor verdadeiro, alma gêmea e essas coisas.
— Hyung, se você vai falar de amor de novo, pode desligar, porque eu tava pensando nele agora pouco e não tô bem, certo?
— Nele quem? Jimin?
— Não, hyung. Nele.
— Ah, tá explicado porque o Jimin sentiu algo ruim em você, ninguém merece... Liga pra ele, por favor?
— Por que eu? – A voz de JungKook estava lenta como se ele tivesse acabado de acordar, mas era apenas cansaço após a crise que tinha acontecido um pouco antes.
— Porque eu tenho certeza que ele só vai se acalmar quando ouvir que você tá legal. Ou quer ser responsável pela noite em claro do pintinho?
— Ok, eu vou ligar, boa noite, hyung.
— JungKook, você tem certeza que tá legal? – Jeon ficou quieto por quase um minuto, encarando a chuva em silêncio antes de sorrir melancólico.
— Eu nunca tô, hyung. Amanhã a gente se fala.
Jeon afastou o telefone do ouvido e encerrou a chamada, umedecendo os lábios e encarando o teto pouco iluminado de sua sala. O prédio estava silencioso e sequer ouvia a chuva se não fosse sua sacada, enquanto prestava atenção em casa mínimo detalhe que conseguia captar em seu campo de visão, esperando seu celular ligar, JungKook puxou Liz para seu peito, acariciando seu corpinho enquanto deslizava por sua lista de contatos, acabando por apenas ligar para Jimin, decidindo não pensar demais, ou desistiria.
Ao contrário do que pensou, o modelo não demorou para atender, assim que ouviu o primeiro toque indicando que estava na chamada, ruídos surgiram do outro lado, e logo a voz de Park preencheu seu espaço silencioso.
— JungKook?
— Oi, Jimin – O moreno sorriu largo, sequer sabendo o porquê - O hyung disse que você tava preocupado comigo...
— É, eu meio que tava. Você tá legal?
— E-eu... – O moreno sentiu seu queixo tremer, e o canto dos olhos esquentar, denunciando que as lágrimas estavam prestes a voltar – Por que você acha que existem pessoas malvadas, Jiminie?
— Pessoas malvadas? Huh... – Park se sentou na cama, confuso pela pergunta, preocupado demais para perceber o apelido, decidindo apenas conversar com ele, pois sua voz não parecia normal – Acho que elas existem porque tudo precisa de um equilíbrio. Por exemplo, se só existissem pessoas boas, você não saberia disso, porque todo mundo seria igual, tudo seria normal. A existência de pessoas más, faz a existência das pessoas boas, especial.
— Você acha que Deus queria que algumas pessoas ficassem cruéis?
— Acho que não cabe a nós jogar toda culpa nele. Teoricamente, ele só criou os humanos, jogou todo mundo aqui e nos deixou com o nosso livre arbítrio. Eu não acredito que pessoas malvadas são demônios ou não sei o que, acho que só se perderam em algum momento de suas vidas, mas não deixam de ser elas.
— Minha mãe não gosta de mim, Jiminie – JungKook finalmente conseguiu falar, e a esse ponto, as lágrimas já escorriam por suas têmporas e sumiam no meio de seus fios negros, já que ainda estava deitado no tapete – Eu não sou o filho que ela queria que eu fosse.
— Eu não vou perguntar o motivo disso, porque não quero te deixar mais tristinho, mas uma vez minha mãe me falou uma coisa muito legal – Jimin continuava com um aperto insuportável no peito, como se conseguisse sentir a dor que o mais novo sentia no mesmo momento, do outro lado da cidade – Ela me disse que o papel dos pais é criar os filhos pra serem quem eles quiserem, e o que eles fazem depois de adultos, não diz respeito à eles.
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Vestígios de 134340 • jjk + pjm
Fanfictionjikook | longfic #daquiateplutao JungKook sempre foi alguém que acreditou fielmente em destino. E que, mesmo que você tente - ou ache - que pode alterá-lo mudando seu jeito de agir, tudo vai caminhar para o que estava planejado desde o começo. F...