EPÍLOGOS

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1. FACULDADE

     Chego no dormitório da faculdade, me apresento na recepção e eles indicam o quarto 232, passo por inúmeros alunos também a procura de seus dormitórios, alguns sozinhos e outros com seus pais.

     Minha mãe gostaria de vir, assim como meu irmão, mas amanhã tem trabalho para ela e eu não quero atrapalhar. Já Páris é meu orgulho, vai começar a estudar em uma escola particular de renome, onde terá a melhor educação, estou muito feliz pelo meu garotinho.

     Bato na porta e espero, ninguém abre então entro. O local é um pouco pequeno, duas camas com cômodas para as roupas em um lado, um balcão e uma mesa de estudos do outro. Há uma mala sobre uma das camas, o que entendo que meu colega de quarto já chegou.

     Amanhã começam as aulas e terei muita coisa para fazer, então vou logo organizar minhas coisas. Abro minha mala e coloco minhas roupas na cômoda, encontro um porta-retrato com um bilhete: "Para você nunca esquecer que de onde saiu, há muito amor esperando você voltar. Lucia e Páris." Coloco o porta-retrato com uma foto de nós três sob a cômoda e penso como isso é surreal.

      Nunca imaginei fazer uma faculdade de Direito, sempre achei que esse era o futuro do Páris, trabalhei para isso, e o fato de estar aqui hoje, prestes a começar minha vida acadêmica, me faz crer que inicia uma nova fase da nossa vida. Minha mãe está oficializou o namoro e o cara parece legal, Páris entra numa nova escola e eu na faculdade.

     Olho o relógio e vejo que passou mais tempo do que eu esperava, tomo banho e vou procurar algo para comer. Sento numa mesa ao ar livre e aguardo meu pedido quando ouço uma voz familiar:

     - Heitor?

     Viro-me em direção à voz e avisto meu amigo e vizinho João Pedro.

     - O que faz aqui? Não ia começar o curso superior do exército? - perguntei após abraça-lo.

     - Mudei de idéia, resolvi seguir outros caminhos.

     - E os seus pais? Era o sonho deles ver você no exército.

     - Isso mesmo. Era o sonho deles, não meu. Entrei aqui para engenharia e você?

     - Direito.

     - Que bom, quando for preso já tenho a quem chamar

     Rimos e conversamos muito enquanto jantamos, contamos o que tinha acontecido  na vida para o outro.

     - O que foi? - pergunta ele depois de uma pausa, me vendo olhar as estrelas.

     - Aquela estrela está brilhando tanto, parece que está olhando para mim. É incrível como essa mesma estrela ilumina minha mãe, meu irmão e meus amigos.

     - Hi! Heitor, tu tá muito sentimental hoje cara.

     Continuei olhando a estrela, e ela piscava pra mim. Parecia indicar que minha história estava só começando.

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O Renascer De PárisOnde histórias criam vida. Descubra agora