não sou tão velho

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Na sexta quase uma semana depois de conhecer Meredith, Andrew ainda estava intrigado consigo mesmo, aquela menina não saia de sua cabeça, aqueles olhos penetrantes tão lindos quanto o ceu em seu melhor dia, eles não se apagavam de sua mente, nem agora que a noite chegou e ele estava na solidão de seu lar, em frente a sua lareira tentando trabalhar, eles não se apagavam, ele via tanta coisa neles, além de amor e compaixão, tinha força e determinação, ousadia, valentia, mais se olha-se bem no fundo dele, como Andrew havia feito, veria pureza e inocência, e isso o intrigava.

Ele abriu seu notebook, e olhou o currículo da sua futura contratação, ele detalhava muita coisas, mais nada de sua personalidade, tirando o fato de que ela falava cinco idiomas, e tocava quatro instrumentos, isso o deixou ainda mais fascinado, ela havia estudado e Milão, e morou la a maior parte da vida, o que lhe fez volta? Andrew se perguntava

- andy? – Maria entrou na sala de estar

- oi Maria – Andrew a fitou

- o jantar esta pronto

- eu vou logo

- tudo bem, não demore

- não vou 

 Quais seriam os instrumentos? a mente dele se perguntava como uma oração incessante durante todo o jantar e a hora de dormir, Andrew dormiu pensando em Meredith e acabou por sonhar com ela, em seu sonho eles trocavam beijos e caricias ousadas em sua sala de reuniões, ela gemia chamando por ele, mais não foi este sonho que fez Andrew acordar arfando e suado, era o mesmo, seus pais caído de joelhos na sua frente.

- merda – ele esbravejou já saindo da cama, seu coração parecia uma locomotiva a todo o vapor, os dois sonhos os consumiam, Andrew desceu as escadas vestido suas habituais roupas de corrida, colocando seus fones, selecionou a mesma musica que estava ouvindo quando esbarrou em Meredith, ele mesmo sem admitir estava torcendo para encontrar com ela, ele estava na metade do seu caminho quando a avistou de longe, ela usava uma blusa curta que mostrava seu umbigo e sua barriga perfeita, e um short também curto que lhe deu a melhor das visões de suas pernas, ele se perguntou que tipo de exercício ela praticava, só restavam cinquenta metros para eles passarem um pelo outro, ele não poderia deixar ela passar sem falar algo, ele parou como se estivesse mal, colocou a mão sobre o peito e começou a respirar com força

- ei você esta bem? – ela parou de correr e reconheceu quem estava curvado respirando com dificuldade

- sim – Andrew fingiu bem – e só uma dor no peito

- tem certeza? Você não quer que eu te ajude a voltar? Meu pai morreu de infarto e dor no peito e um dos sintomas

- sou jovem para morrer de infarto

- infarto não e doença de velho – ela reclamou 

 - espere – ele se alinhou ainda fingindo estar mal, deu mais um suspiro pensado enquanto analisava sua proposta – acho que vou aceitar sua ajuda, não me sinto bem

- vem – ela passou a mão por sua cintura e sentiu a rigidez de seu abdômen, só naquele momento ela se repreendeu, “o que merda estou fazendo”  ela gritou a si mesma, mais agora era tarde para retirar a oferta, ele já tinha um braço sobre seu ombro

- não estou morrendo – ele disse sorrindo – e só uma bobagem

- então posso lhe soltar – ela falou

- se eu morrer e culpa sua 

- vamos, onde você mora?

- naquela direção – ele apontou o lado oposto de onde ela vinha

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