Capítulo 13 - Pesadelo

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Ficou acuada atrás da mesa de Khadija, sua imagem era de uma menina.

Açucena não falava. 

Akmal abraça com carinho e a chama de Habibti.

A ficha de Nicolas cai e se lembra do anel no dedo da moça. Akmal era o afortunado.

O choro de Açucena é angustiante. Akmal pega o rosto de Açucena entre as suas mãos. Ela implora. __Me tira daqui! Por favor! Quero ir para casa. Há uma dor naquela voz.

A mulher sedutora de horas atrás, não estava mais ali.

 Rafiq explica que cuidará de Nicolas.

Akmal leva Açucena para o carro, que vira o rosto e chora copiosamente. Ele se culpa por não estar ao seu lado na hora que mais precisava dele. Soca o volante várias vezes.

 Açucena continua na mesma posição.

Ele vê seu lindo rosto banhado por lágrimas. Isso dilacera seu coração.

De repente, Açucena leva à mão a boca. __Akmal pare o carro, por favor!

Ele encosta o carro rápido. Açucena abre a porta antes dele.

Akmal a segura pela cintura e com a outra mão apoia a sua cabeça até que possa expelir tudo o que está em seu estômago. Ela sente um gosto amargo, um frio. Seu corpo é tomado por uma dormência.

Um carro reconhece o carro do Sheik Akmal parado na estrada e resolve verificar. __Sheik Akmal precisa de ajuda? Era um velho amigo investigador, Salim Mazzi. 

Akmal diz que sim.

Salim vendo que o caso é sério, ajuda colocar a moça no banco de trás do carro.

 Akmal apoia a cabeça de Açucena em seu colo. 

Salim assume a direção do  carro de Akmal e ordena o outro policial que está no carro da polícia dirija abrindo caminho, para que possam chegar ao hospital. Assim que chegam,  Açucena é levada à emergência.

Do hospital Akmal ligou para Rafiq e o senhor Naim e aproveita para avisar a própria família.

Jamile e Aziz encontram Akmal conversando com o investigador.

Jamile toca o braço do filho. __Filho, como ela está? Akmal explica tudo o que aconteceu.

Nesse momento, o senhor Naim sai do quarto. Cumprimenta os amigos Jamile e Aziz. __Ela está bem. Ainda, com efeito dos remédios.

Rafiq chega acompanhado de Nicolas. Akmal agradece pelo que fez por sua amada e chama um médico para atender Nicolas que ainda está com supercílio aberto.

Nicolas leva alguns pontos e senta perto de Akmal. __ Porque não disse que Açucena e você tinham algo?

 Ele diz que Açucena queria discrição com a vida deles. Não queria ser vista como uma oportunista. 

Nicolas constata que ela é uma mulher especial. __ Meu caro amigo. Açucena mostrou a todos que é capaz de tudo e tem uma carreira brilhante pela frente. Ela é não só beleza, há mais adjetivos que a compõe. Vou depor a favor dela. Até amanhã.

Uma enfermeira chama o médico Jamal, pois Açucena começa a se debater na cama.

O investigador Salim e Akmal entram no quarto junto com o senhor Naim. Ela parece ter voltado à cena do acidente com sua mãe.

Inconsciente Açucena relata. __Mamãe está dirigindo. Sempre escutamos músicas quando estamos juntas. Tínhamos combinado de comprar um presente para o papai, que faria aniversário e algo que lembrasse o Brasil. Então, pensamos em comprar massa de pastel com uma brasileira que morava num bairro de Doha.

Dona Maria, mais conhecida como Dona Maria dos Pastéis era uma pastelaria famosa.

__Vários sabores. Compramos a massa para rechear em casa.

 Akmal ouve cada palavra. A voz é de alguém que está feliz, muito feliz e que subitamente se torna triste e nervosa. Uma lágrima rola pelo rosto Akmal. Ele sente a dor da mulher que mais ama.

__O carro passa em alta velocidade e se choca com a lateral do nosso carro. Muito rápido. O carro capotando, girando. Minha mãe não se mexia. Socorro! A minha mãe precisa de ajuda. Ajuda a minha mãe! Aquele homem tentou tirar o cinto da mamãe. O barulho das sirenes. Ele sai correndo dali. Eu vi o rosto dele. 

Açucena abre os olhos nos encara. __Pai! Kalil estava na hora do acidente. Os soluços balançam o frágil corpo de Açucena. 

Ela fala.__ Foi ele que causou o acidente. Vi o rosto dele quando passou por nós na estrada.

O senhor Naim tenta tirar a filha daquele pesadelo. Os dois se abraçam e choram juntos. Açucena dorme abraçada ao pai. Ela está em paz.

Akmal diz ao senhor Naim que passará a noite no hospital.

Jamile conforta o filho. __Providenciarei roupas para você e para minha nora. Akmal sorri ao ouvi a palavra nora. É bom saber que a mulher amada é aceita na sua família.

Salim deixa um policial na porta do quarto de Açucena.

Akmal entra e senta no sofá ao lado da cama. Com o tempo é vencido pelo sono. 

Açucena acorda e vê Akmal dormindo desajeitado no sofá. Lembra que veio para fazer apenas o mestrado e em seguida voltar para o Brasil. Sua vida deu um giro de trezentos e sessenta graus. Agora, o seu amor está aqui dormindo num sofá de hospital por causa dela.

Ao passar a mão pelo cabelo de Akmal ele desperta e levanta preocupado. __Está tudo bem? 

Ela balança a cabeça negativamente. 

Nervoso. __Vou chamar o médico!

Açucena pega a sua mão. __Estou com fome. 

Akmal respira aliviado e sente fome também. Foi uma noite agitada. Não queria correr o risco. Chamou o médico e perguntou se haveria alguma restrição na alimentação de Açucena. 

O médico sabia que não faria mal algo diferente e que fosse escondido. Mas, ele sendo um Sheik muitas ordens caiam em alguns momentos.

 Akmal ficou satisfeito de ver os dedos e a boca de Açucena com maionese e ketchup.

Ela quis hambúrguer e fritas e não a deixei sozinha nessa. Não foi um jantar romântico, mas sensação de felicidade era plena.

Conversamos, Açucena fica sonolenta. De madrugada, ela está resmungando algo que não consigo entender. Tento tirá-la daquele tormento. Desperta e me abraça forte. 

Com os olhos marejados ela fala. __Por favor, fica até eu dormi. Tenho medo de sonhar.

Akmal deita na cama e a puxa pela cintura encostando suas costas no peito dele.

O cabelo é cheiroso. A pele macia. E o corpo de Akmal reage ao corpo dela.

Se fosse em outra situação, já teria perdido a cabeça naquele corpo macio de mulher. Se o Senhor Naim nos vise agora teria que casar no dia seguinte.

Akmal sente a respiração mais lenta de Açucena. Deduz que esteja dormindo. Ao se levantar da cama para que ela tenha mais espaço, uma mãozinha segura à barra da sua camisa e se vira olhando bem para ele. __ Não me deixe. Com você, me sinto mais segura. Dormiram abraçados. Naquela noite, ela sonhou que era feliz com o seu Sheik.

O Sheik que me Conquistou -  DegustaçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora