Capítulo 14

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Por Christopher Uckermann

Os dias passaram arrastando. Ficar sem ver Dulce, estava sendo uma tortura. Não a vi e também não vi nem conversei com minhas filhas adotadas.
Por um lado até valeu a pena. Conseguir descobrir que o documento, graças a Deus, era falso. E o filho da puta do Rodrigo não só falsificou o documento da Eutanásia e o do casamento, como fraudou o carro de Dulce. O meu ódio e aversão por aquele cara aumentou e eu queria matá-lo. Porém vou deixar isso pra depois e vou resolver isso na justiça, não com minhas próprias mãos - até que um soco não faria nada mal né?
De qualquer forma, hoje eu iria vê-las. Iria ver minhas princesas, a mãe delas é todos os meus amigos. Dr Trevis liberou nossa entrada, desde que nós não demoramos e não façamos muita bagunças.
Bom, não garanto isso. - falei sorrindo com malícia.
Levarei o violão, pretendo tocar para ela. Sei que ela sente falta, que fará bem a ela e que alegrará o ambiente. Dulce sempre amou o natal e não vai ser o acidente que vai nos impedir de fazer uma pequena reunião familiar.

Oi pequena - cumprimentei e selei seus lábios. - Tenho uma surpresa pra você. E por favor, não fique com raiva por eu não vim esses dias. Eu tinha que resolver umas coisas.
Mamãe! - Alicia e Cecília disseram juntas e correram pro lado da cama.
Oi ruiva de farmácia - Any entra segurando uma pequena árvore de natal.
Dul, vamos acordar logo? - Mai diz trazendo comida junto com Chris.
Poncho e Christian são um beijo em sua testa, juntamente com Mai e Any.
Ficamos em pé e sentados ao redor da cama. Não podíamos tocar ela, mas decidi deitar as meninas do seu lado.
Então vamos comer? Ou preferem cantar?
Cantar! - Any disse batendo palmas.
Tudo bem, vamos lá.
Tocamos uma série de musicas que Dulce gostava, musicas de Mai e músicas que as três tinham composto e, claro, que eu e ela havíamos feito cinco anos atrás.
Não poderia ser melhor, exceto se Dul estivesse cantando conosco. Paciência Christopher, pensei, tudo de acordo com seu tempo.
Depois de comermos, e trocarmos presentes, meus amigos se foram.
Agora estava eu, Ali, Cecí e Dulce. As meninas conversavam com a mãe, como eu costumo a conversar todos os dias. Sem ligar se a mãe, ouvia, respondia ou não. Elas lhe contavam coisas que aconteceu neste último mês, que eu dormi com elas, coloquei segurança na casa, como as coisas estavam sendo com Mai, que elas cuidavam da tia e até mesmo do Miguel. Fizeram promessas que não faria bagunça e todas as últimas coisas. Alicia, que chegou até chorar, disse que sabia que ela estava nos vendo e que estávamos esperando que ela volte, não queria nada além disso. Já Cecília fazia carinho no cabelo da mãe, que agora estava centímetros precisando de um retoque. Ficava mais calada, só falava que sentia falta dela.
Eu ficava observando a cena, só falava algo se via que elas estavam mexendo de mais ou algo do tipo. Do resto, só precisava ver as três mulheres mais importantes da minha vida ali, juntas.
Papa.. - Alicia disse e colocou a mão na boca - Ela quer que a gente cante, tio.
Então vamos cantar para ela. Que tal aquela que vocês me pediram para eu aprender a tocar?
Da malhação? Chained?
Sim meu amor. - respondi pra Cecília. - Você não disse que mamãe cantava ela? Talvez ela goste!
Vamos - disseram juntas.

http://youtu.be/dlZF-JoXnig
(Tradução)
Acorrentada
Garrafas quebradas e doces velhas baladas
Mas não as ouço ranger

Vindo e indo
Vencendo e perdendo
Seduzindo-me
Usando-me

Enquanto o tempo passa
Eu me perco em seus olhos
E é uma agradável surpresa
Descobrir você sempre em meus pensamentos

Converse comigo suavemente
Pois suas palavras
Me levam embora
Deste lugar

Cansada e cansada
Mais tarde e mais tarde
Mais uma hora tentando organizar os pensamentos. (2x)

Acorrentada porém livre
Inesperado, ironicamente
Firmemente solta
Uma garotinha cheia de problemas
Amor recém-nascido
Eu quero dormir no chão do seu quarto
Eu quero escutar você pedir por mais

A vida está fora de ordem
Por que isso sempre acontece comigo?
Realidade cruel
Será que era pra ser? (2x)

Era incrível o fato das duas terem apenas 4 anos e já saberem cantar tão bem assim. Com certeza, haviam puxado a mãe.
Papai - Cecília me chamou, já estava ficando mal acostumado - Posso cantar uma para ela?
Assenti e ela começou a cantar.

http://youtu.be/PYgBX68Y6E4
When look at you - Miley Cyrus
Quando olho para você

Todo mundo precisa de inspiração
Todo mundo precisa de uma canção
Uma bela melodia
Quando a noite é tão longa
Porque não há nenhuma garantia
Que essa vida é fácil

Sim, quando meu mundo está caindo aos pedaços
E não há luz para quebrar a escuridão
É quando eu, eu, eu olho para você
Quando as ondas estão inundando o litoral e eu
Não consigo encontrar o meu caminho de casa
É quando eu, eu, eu olho para você

Quando eu olho para você
Eu vejo o perdão
Eu vejo a verdade
Você me ama por quem eu sou
Como as estrelas seguram a lua
Bem ali, onde elas fazem parte, e eu sei
Eu não estou sozinha

Sim, quando meu mundo está caindo aos pedaços
E não há luz para quebrar a escuridão
É quando eu, eu, eu olho para você
Quando as ondas estão inundando o litoral e eu
Não consigo encontrar o meu caminho de casa
É quando eu, eu, eu olho para você

Você aparece como um sonho para mim
Como as cores de um caleidoscópio
Provam para mim
Tudo que eu preciso
Cada respiração que eu dou
Você não sabe?
Você é lindo

Yeah, yeah...

Quando as ondas estão inundando o litoral e eu
E eu não consigo encontrar o meu caminho de casa
É quando eu,
Eu, eu olho para você
Eu olho para você

Yeah, yeah...
Oh, oh...
Você aparece como um sonho para mim...

Quando acaba, estamos todos chorando baixinho e olhando pra Dulce. Então percebo que desce uma lágrima de seus olhos e como um milagre, ela aperta minha mão e abre os olhos.
Mamãe! - As gêmeas gritam
Dul? Dulce?! Não acredito, meu Deus, muito obrigado. - choro de felicidade
Ela permanece calada, com os olhos um pouco confusos. Ela nos olha, olha para o quarto e para os equipamentos.
Meninas, preciso chamar o médico ok? Então vou descer vocês da cama e ligar para Any .
Mais Papai... - olho para Dulce e ela franze a testa - ela precisa da gente.
Mamãe está confusa, querida - respondo para Alicia e dou um sorriso - E o médico precisa conversar com ela, tá bom? - elas assentiram - Agora vamos.

Desci elas da cama e toquei a campainha que tinha no painel. Quando a enfermeira chegou, chamou rapidamente o médico de plantão e pediu para que esperássemos do lado de fora.
Any! - falei assim que ela atendeu - Ela... Ela aco-acordou Any! A Dulce acordou!
Ucker, n-não me diga! Estou indo pra ai agora - ela estava chorando - Poncho, amor, a Dulce! Poncho, vamos para o hospital!
O que foi? - escuto a voz de poncho - O que aconteceu? Ela não...
Não amor, Dulce acordou!
Ah meu Deus!
Liga para Mai e Chris! Eles tão na casa de Dulce - diz para ele e depois comigo - Vinte minutos estou aí.

Não levou vinte minutos para que todos estivessem ali, felizes, esperando por notícias e agradecendo a Deus por aquela benção numa noite de Natal.
Com certeza o melhor presente era aquele.

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