Capítulo 5

441 30 3
                                    

Por Dulce María

23h16
Merda! Merda! Merda!
O que foi que eu fiz?
Puta merda, Dulce Maria! O que foi que você fez?
Abri a boca. Falei de mais.
Maldito impulso.
Maldito impulso.
Maldito impulso.
- Do que você está falando? - grita - Eu terminei com você?
- Como é? - Anahí se levanta com os olhos arregalados - Vocês se conheceram e tiveram algo?
- Para minha infelicidade, sim! - grita de novo - Já conheço Dulce María tem quatro ou cinco anos
- Como nunca sabemos disso? - Poncho pergunta com uma calma que me tira do sério
- Não foi importante - ele me olha e diz com tom de desprezo.
Meu Deus! Meu Deus!
Não foi importante?
Ele disse que não foi importante?
Olhos para todos meus amigos e todos encaram Christopher e eu. Exceto Mai, que não esboça surpresa... como se já soubesse de tudo.
- Vocês podem parar de gritar e explicar o que está acontecendo? - Christian reage
- O que está acontecendo - diz Ucker - é que há cinco anos eu conheci essa menina - aponta para mim - E eu pensava que ela era a melhor coisa que tinha me acontecido. Mais foi a pior! Eu nem sei como ela tem audácia de pisar na minha casa, cara de pau!
Ouvir isso de sua boca foi como enfiar uma faca dentro de mim. Não consigo reagir.
Depois de tudo ele ainda tem coragem de me dizer isso?
- Qual é o seu problema? - pergunto com a voz embargada - Você... Você não muda não é mesmo Christopher? Acha que o mundo gira em torno de você, que eu giro, vivo e dependo de você. Mais NÃO é assim que as coisas funcionam! Caralho Christopher!
De novo, silêncio.
Meus amigos assiste esse grande espetáculo.
Christopher me encara com os mesmos olhos frios que me olhou nos dois últimos dois dias.
Eu continuo em pé, passando uma mão no cabelo e a outra apertando minha coxa. Devo parar, mas não dá. Tenho essa péssima mania e embora não esteja sentindo nada agora, sei que isso vai me render boas marcas na perna.
Não dando mais conta de segurar e esconder todo o sentimento guardado durante esses cinco anos, choro e grito.
Grito como se o mundo tivesse acabando.
Choro como se fosse o suficiente para levar toda magoa sufocada por esses malditos cinco anos.
Poncho anda até mim e eu quero abraça-lo.
Mais eu tenho que sair daqui. Não posso deixar que continuem me vendo desse jeito. Essa não sou eu.
Antes que Poncho chegue perto de mim, saiu correndo em direção a casa, pego minhas chaves e vou até a garagem.
Quando saiu da garagem, Christopher, o homem que amei minha vida toda me fuzila com o olhar e ao passar por ele, escuto:
- Isso Dulce María! Faz o que sabe fazer de melhor: FUGIR!
Indignada, furiosa e ainda mais magoada, saiu da propriedade Uckermann e sem pensar em nada, piso no acelerador.

23h27
Sem saber aonde ir, deixando minha consciência de lado, acelero mais.
Faço uma curva, o carro derrapa.
Acelero mais.
Outra curva. O carro derrapa.
Ultrapasso um carro.
Minha visão fica turva. Não posso enxergar a pista. As lágrimas embaçam minha vista.
Outra curva.
Clarão.
Buzina.
Ouço um som de batida.
Pisco os olhos.
Gritos.
Pisco de novo.
Sirene.
Escuridão.

Please, stayOnde histórias criam vida. Descubra agora