Laurel não aguentava mais ouvir o sermão de Quentin do lado de fora do hospital. Ela estava encostada na viatura do delegado, enquanto Sara estava de braços cruzados, ao lado do pai, encarando a irmã como se dissesse "você quem procurou isso tudo".
— Você não vai criar responsabilidade nunca? - perguntou irritado. — Pelo amor de Deus, Laurel! - bateu com as mãos na perna. — Eu te disse que era pra deixar esse assunto de lado! - a encarou. — Você não só desacatou a minha ordem, como também envolveu mais duas pessoas inocentes nisso tudo. - fez uma pausa. — E uma delas ganhou um tiro pra proteger você! - apontou.
A promotora, que estava de cabeça baixa, levantou o olhar rapidamente para seu pai e Sara viu que os olhos verdes da irmã, já estavam começando a ficar marejados.
— Pai. - a modelo se intrometeu. — Pegou pesado. - Quentin olhou para Sara rapidamente e logo voltou a encarar a mais velha. Ele suspirou como se estivesse cansado.
— Me desculpe. - passou a mão na nuca. — Como a senhorita Drake está?
Já havia se passado duas horas que eles estavam ali. Laurel chegou logo após a ambulância e resolveu esperar por notícias na sala de espera quando Sara apareceu praticamente ao mesmo tempo que seu pai, e foi aí que eles decidiram conversar do lado de fora. As coisas já estavam agitadas o suficiente por conta do tiroteio ter sido noticiado e pelas entrevistas de algumas pessoas que estavam na boate naquele momento, dada aos jornalistas.
— Ava disse que ela está bem. - a modelo voltou a falar. — Eles tiveram que fazer uma pequena cirurgia para retirar a bala do ombro dela, já acabou ficando alojada no local. - Laurel suspirou. — Mas ela já está no quarto, medicada, com o curativo e dormindo um pouco.
— Graças a Deus está tudo bem. - disse Quentin.
— Como você sabe disso tudo? - Laurel falava pela primeira vez, desde que tinha chegado ali.
— Ela me mandou por mensagem. - disse mostrando o visor para os dois. — Nora, ela e Rene estão no quarto esperando ela acordar.
— Nessa correria eu acabei nem perguntando como o senhor Ramirez está. - ele disse, encarando Anastas, que conversava com outros dois policias que estavam por ali. — Mas primeiro preciso falar com o Nick. - olhou as duas. — Nossa conversa ainda não terminou, Laurel. - apontou. — Com licença. - e saiu.
A loira mais alta mordeu os lábios, balançando negativamente a cabeça e começou a andar em direção à entrada do hospital. Sara acompanhou seus passos.
— Você sabe que colocou mais gente em risco nessa história também, não sabe? - fez uma pausa. — A Ava também estava junto nessa.
— Sara... - ela parou no meio da caminho, virando-se para a irmã. — Eu já entendi que o que eu fiz poderia ter acabado mil vezes pior do que acabou. - engoliu seco. — Eu estou com dor de cabeça, muita coisa aconteceu nessa noite. - a encarou. — E o papai já me deu um sermão que com certeza vai se estender pela minha geração toda. - a modelo se segurou para não rir naquela hora. — Então... eu gostaria de ficar um pouco sozinha, se você não se importar.
Laurel estava visivelmente esgotada e só olhando-a de perto, que Sara percebeu que talvez ela estivesse pegando pesado demais com a irmã naquele momento. Era certo que a promotora tinha sua parcela de culpa pelo que houve, mas a confusão já tinha acontecido, não tinha mais como voltar atrás e ficar apontando o dedo na cara de Laurel e dizendo toda hora que ela errou em ter feito o que fez, não adiantaria muita coisa. E só deixaria a mais velha se sentindo pior ainda.
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The photographer and her art (Fanfic Avalance)
FanficAva é uma amante da fotografia, em seus dias de folgas da cafeteria em que trabalha, passa o tempo tirando foto de seu sobrinho Nicolas e explicando que, não fazemos uma foto apenas com uma câmera; ao ato de fotografar, trazemos todos os livros que...