Capítulo 5

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Por Sasuke

Como estou agora? De certo não saberei explicar, não posso mentir que estou levando tudo numa boa mesmo, o que me conforta são essas pessoas e minha família, todos ao meu redor aqui, que me fazem sentir bem por um tempo, sou querido entre eles, isso alivia a dor no peito, se sinto falta dele? Sim, eu sinto e muita, mas isso tem abrandado, são minhas reflexões que me trazem pra realidade, olho no celular e esta cheio de mensagens dele, não li nenhuma, não tenho vontade. Chega de mentiras, chega de ilusão, eu quero o real, o vivo! Mesmo que não seja com ele, será com outra pessoa, posso encontrar alguém que se encaixe comigo, eu sei disso.

Sobre a Sakura, ela tem sido minha luz, se eu to quebrado ela tenta me concertar, não sei explicar essa sintonia que temos, nós só temos e eu preciso disso, preciso dela. Meus dias sempre são mais claros quando ela está presente. Sou superprotetor com ela, já briguei no bar por ela, quando um namorico que ela teve começou a passar dos limites. Ela é minha flor do outono, aquela que mesmo em meio a árvores e flores quase secas e folhas caídas ao chão, é a única que floresce.

Saindo dos meus pensamentos, a observo com um certo rubor no rosto, nós  estávamos numa mesa com mais dois clientes jogando cartas e apostando, já tínhamos perdido a conta dos copos de cerveja, ela já estava um pouco embriagada e ria sem motivo algum. Eu estava ficando bêbado. Os dois estavam bem ainda, provavelmente o costume, já que sempre estavam aqui no bar e ficavam até quase amanhecer quando o senhor Jack fazia alguma comemoração, que era quase toda semana. Sakura já tinha perdido duas aposta pra mim e eu perdi uma pra ela. Seu bico juntamente com o rosto emburrado de reprovação era fofo demais. Continuamos nisso pelo resto da tarde, eu ria sem motivos também, eu me sentia feliz.

Um mês e meio havia se passado, o divórcio ainda não tinha saído, a desculpa era que esses assuntos demoram mesmo, Naruto não queria assinar nada, porém Itachi quis conversar com ele, logo depois ele assinou o papel. Meu irmão era muito protetor comigo, teria que saber o que ele fez depois. Meus pais não disseram nada em relação ao término, eles queriam apenas o meu bem e me apoiavam, isso já bastava pra mim.

Eu estava voltando da rua com medicamentos pra Sakura, a uma semana ela ficou doente, uma infecção no pulmão esquerdo que nos deu um susto grande, eu quase tive um colapso quando a vi cair no chão sem conseguir respirar direito. Tentamos um hospital pra interná-la porém ela não quis ir, disse que se morresse que fosse ali, junto de todos nós, sua família. Cuidei para que ela recebesse toda a ajuda necessária ali mesmo na pensão.

Foi estabilizado o seu estado, porém ainda requer cuidados, a febre vai e volta. Fiquei mais próximo pra cuidar dela, passei a dormir em seu quarto pra vigiar sua respiração, eu queria está ali caso ela precisasse, só então eu notei o quanto estou apegado a ela, o quando a presença dela importa na minha vida, que sem ela não tem graça nenhuma. Não existia mais espaço pra pensar em Naruto na minha vida e eu mesmo me senti surpreso com isso, e me senti livre, uma traição a gente não esquece fácil, o amor muito menos, mas ele já não tem mais tanta importância na minha vida assim, percebi que tem muitas outras coisas que são mais importantes, que precisam de mim e da minha atenção. Que fique no passado o que pertence à ele. Eu estou no presente e lutando por um futuro.

— Como ela está? Acho que demorei um pouco. — pergunto pra Lilian que estava na porta esperando por alguém, creio eu.

— A febre está alta de novo, demos um banho nela e estou esperando a dona Elena voltar com uns panos úmidos. Ele está tremendo demais, já colocamos cobertores mais não para.

— Não está na hora dos remédios ainda, desse jeito ela não consegue dormir. — falei próximo ao seu rosto, seus dentes batiam uns nos outros, mas ela não despertava por completo, balbuciava algumas coisas que pareciam delírios.

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