✨Capítulo 10✨

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Any Gabrielly

- Por que está sendo legal comigo? – Pergunto e ele arqueia a sobrancelha.

- Eu não estou sendo legal. – Murmurou e revirou os olhos.

- Imagina. – Sussurro. – Eu já vou indo... – Aceno e ele balança a cabeça positivamente.

Desci todo aquele morro com um pingo de esperança na mente.

                             ***

Acordei de madrugada com uma imensa vontade de vomitar e com o colo do meu útero pulsando. Levantei e vesti uma roupa para ir ao médico, a dor estava insuportável. Fui de ônibus mesmo e dessa vez para um hospital diferente. Fui atendida rapidamente pois lá estava completamente vazio.

- Boa noite. – O médico sorriu simpático.

- Boa. – Forço um sorriso amarelo pela intensidade da dor.

Fiz os devidos exames que ele mandou e voltei na sua sala para ele me dar o diagnóstico de toda a dor e enjoo.

- Bom... – Ele olha o exame atento. – Não tenho muito que falar, apenas que você está grávida... Parabéns!

- O que? – Arregalei os olhos. – Impossível, doutor, esse exame deu errado.

Como aquilo estava acontecendo? Isso não existe. Não é possível, como pode? Á semanas atrás eu havia perdido meu filho e agora estou... grávida?

- Nunca tive tanta certeza em toda a minha vida, Any. – Ele diz sério.

- Mas eu fui ao médico a alguns dias atrás e ele me deu o diagnóstico de aborto espontâneo. – Digo e ele fica surpreso.

- Pois pode processa-lo, ele te deu uma informação falsa. Sua gravides é de risco sim, mas provavelmente pôs sangue por um início de aborto espontâneo! Não realizaram uma curetagem em ti. – Pausou. – Mas pode considerar um milagre, pois até agora você estava em um estágio de risco muito grande.

- Eu fiquei desacordada durante um tempo, aí quando me despertei, me disseram que já tinham realizado todos os procedimentos.

- É uma acusação muito grave mas eu acho que alguém que estava contigo não queria que você tivesse seu bebê.

Engoli seco. Como Yonta foi capaz?

- Ela me passou alguns remédios, mas eu não tomei por motivos pessoais. – Eu disse e abri minha bolsa mostrando os mesmos.

- Se antes eu tinha dúvida, agora tenho certeza. Esses remédios são contra-indicados para uma gestante.

- Obrigada doutor! Por ser tão franco e claro comigo. Fico grata. – Ele sorriu.

- Não tem de quê.

Como? Meu Deus, como essa vida é louca. Como tudo pode mudar de uma hora para outra assim, sem mais nem menos? É incrível.

A minha felicidade era tão grande que eu nem conseguia pensar na maldade que Yonta foi capaz de fazer. A minha alegria não me deixava pensar em mais nada além do meu bebê.

Sorri abertamente. Essa criança vai ser muito amada!

- Repouso total e boa alimentação, para cuidar bem da vida desse bebê, viu? – Diz. – O pré natal você poderá realizar aqui mesmo.

- Muito obrigada. – Apertei sua mão e saí daquela sala ainda em choque.

Peguei o ônibus e sentei em uma cadeira. Olhei para minha barriga e a alisei sem pensar duas vezes, como eu já amo...

Traficante - *Beauany*Onde histórias criam vida. Descubra agora