Any Gabrielly.
- Você sofreu um aborto espontâneo. – Disse.
Todos os pelos do meu corpo se arrepiaram, meu coração contraiu e minha boca secou, eu estava fora de mim.
Eu vomitava por ansiedade e as lágrimas desciam sem cessar, vi a enfermeira apertar um botão de emergência que estava ao lado da minha cama, aos poucos, minha vista embaçou completamente.
***
Abri os olhos e minha vista pesou com toda a claridade, tratei de fechar e os abrir lentamente. As palavras da doutora caíram como peso sobre a minha mente e fechei os olhos com força na tentativa disso ser um tremendo de um pesadelo.
- Que bom que acordou. – Uma mulher de branco, que aparentava ser uma enfermeira disse para mim.
- Quem sabe disso? – Sussurro.
- Sua tia, e seus amigos.
- Pode deixar eles entrarem. – Sequei as lágrimas que insistiam em cair em minhas bochechas.
Vejo somente Yonta entrar. Sua expressão estava completamente diferente, eu nunca tinha visto assim, seu olhar transparecia fúria e desgosto.
- Que vergonha. Eu te crio esses anos todos para crescer e dar para traficantes.
- Yonta? Me desculpa, eu sinto muito... – Solucei.
- Seus pais devem estar com vergonha de você agora. – Cuspiu as palavras na minha cara.
- Não fala isso...
- Eu vou sair daquela casa hoje mesmo... – A interrompo.
- Não faz isso, eu preciso de você, como vai ser minha vida? Você é minha segunda mãe...
- Não me procure, nunca mais. Eu não criei mulher de traficante. – Empinou o nariz e saiu daquele quarto.
É incrível a capacidade de eu afastar tudo e todos da minha vida. Amaldiçoado é aquele que tem os seus pais vivos e parentes, e não honram por coisas banais.
- O que vai ser de mim? – Sussurro para mim mesma desacreditada.
***
- Você pode ir embora hoje mesmo, Any. – A doutora disse. Apertei os lábios e assenti.
Eu me sentia um verdadeiro monstro. Parecia que eu tinha acabado com a vida daquela criança que mesmo sendo fruto de algo nada planejado, nada a ver com isso.
- Obrigada por tudo. – Apertei sua mão e saí daquela sala.
Apertei os passos, querendo sair daquele lugar o mais rápido possível.
Noah, Sina e Sabina estavam sentados na recepção. Assim que eles me viram, levantaram e caminharam até mim.
- Não se preocupa com nada. – Sina diz. – Estou aqui com você.
- Conta conosco. – Noah disse e me abraçou.
- Obrigada. – Forcei um sorriso e saímos daquele hospital.
Chegamos rápido em casa. Eles me ofereceram para dormir na casa deles, mas eu não quis ser peso para ninguém.
Subi as escadas e abri o guarda-roupas. Peguei uma blusa que eu havia guardado de mamãe e pus contra o meu rosto abafando meu choro contínuo.
- Como eu te amo... Volta para mim, mamãe.
11 Anos atrás
Eu havia acabado de tomar banho, mamãe me enrolou na toalha e me abraçou me pondo sobre a cama.
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Traficante - *Beauany*
Hayran KurguEle vinha, ela ia. Eram opostos que se esbarram na estrada da vida, e sonharam. Ele sempre uma forma de ser calculista, e ela sonhava lindamente. Não eram bons um com o outro, e não sabiam andar de mãos dadas, mesmo que o caminho fosse o mesmo. Ela...