09. Explicações falsas e uma floricultura.

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Naquele dia em especifico, Haeri acordou cansada demais, desanimada demais

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Naquele dia em especifico, Haeri acordou cansada demais, desanimada demais. Seus músculos doíam e seus olhos pesavam, tinha passado a noite em claro fazendo trabalhos da faculdade e teve pouco tempo para dormir. Parecia um zumbi — palavras de Taehyung, não suas. — naquela manhã quando foi para faculdade. Se arrastava de forma lenta e cochilou em uma das aulas que teve.

A ação de ir trabalhar foi como um pontapé certeiro a derrubando ainda mais no poço de cansaço. O dia parecia cinza e nublado, monótono e melancólico. Além de mal ter conseguido dormir, a noite recebeu uma ligação inusitada de seus pais. No que deveria ter sido uma conversa agradável, se tornou uma discussão. Era sempre a mesma conversa, sempre o mesmo assunto e sempre a mesma cobrança.

Nunca teve uma relação boa com seus pais, isso era notório. Mas pensou que assim que saísse de casa e se afastasse, as brigas constantes teriam um fim. Não foi bem assim. Haeri se lembrava de todos os julgamentos e ofensas que seu pai havia lhe dito. Lembrava como a cena de um maldito filme de quando era adolescente e tinha suas bandas favoritas.

Sofria preconceitos de seu pai por apenas gostar de um grupo de música, por isso foi obrigada a crescer escondendo seus gostos. Lembrava-se também das palavras de desmotivação que seu pai lhe dizia sempre quando a via estudando para entrar na faculdade que esta agora.

"Pra que você está estudando? Você nunca vai passar mesmo, pode guardar o caderno"

Aquelas palavras a marcaram como nunca antes. Era como uma memória cretina que a perseguia todas as noites, ecoando em sua cabeça como um loop ridículo demais.

Foi difícil para ela, não podia negar. Mas depois dessa e muito mais palavras, decidiu que provaria que conseguiria sim. Que ela era capaz sim. Quando entrou na faculdade, a alegria não cabia em seu peito. Sentia orgulho de si mesma, e naquele dia descobriu que não importava o que diziam, se ela se esforçasse, conseguiria alcançar o que quisesse.

— Você já vai sair? — A pergunta a pega de surpresa e ela procura a voz de imediato. Encarou Taehyung e seu rosto cansado antes de curvar as sobrancelhas confusa. — Você não ia almoçar?

A memória vem forte como uma bolada na cara. Almoçar é claro, estava na hora da sua pausa.

— Ah sim, sim. — Afirmou com a cabeça ainda aérea. — Vou sim.

— Hm, ok. — Taehyung aperta seus olhos estranhando toda aquela situação enquanto segura uma pano bonitinho de xadrez. — Já pensou em ir num lugar diferente dessa vez? Você sempre vai no mesmo lugar. — Ele dá de ombros enquanto seca a mão do pano vermelho e branco. — Tem um lugar perto da loja de floricultura que vende uma comida ótima.

Haeri pensou por um momento, ela gostava do lugar que sempre ia, mas experimentar algo novo deveria ser bom. De certa forma estava cansada da mesma rotina, seria bom mudar de vez em quando. — Perto da floricultura da dona Rosa? — Perguntou só por precaução e Taehyung afirmou.

THE BUS BOY | JKOnde histórias criam vida. Descubra agora