Constelação DRARRY

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Essa história é uma continuação de 'Constelação WOLFSTAR'

Boa leitura!

Draco Pov

Lembranças.

Não é engraçado como toda a nossa vida é manipulada pelas lembranças?

Frequentemente ouvimos que devemos deixar o passado no passado, mas pouco de fala em como isso é impossível. Afinal aquilo que aconteceu te tornou o que você é hoje.

Me intrigava o poder que pequenas coisas do passado tinham na nossa vida.

Cada pessoa tinha uma primeira lembrança diferente, de épocas diferentes, idades e momentos diferentes.

A minha lembrança mais antiga, era de Harry Potter.

Não era sobre o primeiro dia que o vi. Nós éramos pequenos demais nessa época, então não era surpresa que eu não me recordasse, embora todos gostassem de falar como eu simplesmente o detestei desde o primeiro minuto que o vi.

Não, minha lembrança mais antiga com Harry não era do momento em que o detestei.

Era de um dia aleatório em que os padrinhos dele o levaram no mesmo parque que eu costumava ir com a minha mãe, e ele passou a tarde inteira tentando me fazer brincar com ele.

Eu não queria. Não gostava de dividir meus brinquedos, e naquela época achava ele novo demais para ser meu amigo, muito embora agora estivesse ciente da tolice, afinal era pouco mais de um mês apenas que havia de diferença entre nós.

Mas o Draco de cinco anos não gostava do Harry, e sempre procurava razões para isso.

Então não me sentia nada culpado por ter afastado o garoto, ter ignorado ele, e ter enterrado seus brinquedos na areia, para que me deixasse em paz.

Harry não era como meus outros amigos.

Não era como Pansy, Blaise ou Théo.

Harry era... diferente.

Mas muita coisa mudou quando, sentado na areia, eu vi os olhos verdes daquele menino irritante repletos de pavor, ao ter uma abelha o cercando.

Ele movia os braços, tentando espantar o bicho, mas isso pouco funcionava.

É claro que eu quis ignorar, mas ele estava estragando toda a alegria do dia do parquinho, porque era óbvio que ia começar a chorar.

E durante aquela tarde, todas as vezes que ele chorava, minha mãe logo pensava que era por minha causa e me dava uma bronca.

Então quando eu peguei meu brinquedo e bati contra o animal para o afastar de Harry, eu basicamente queria que ele calasse a boca e parasse de chorar, para não me meter em apuros.

Mas ele ficou totalmente deslumbrado que eu havia lhe salvado do bicho, e abriu um enorme sorriso.

— Você é meu herói! — Ele disse, muito feliz, e eu confesso que aquilo havia quase amolecido algo em mim.

Por um mísero instante, porque no segundo seguinte a abelha me picou.

Eu lembro de como tinha doído, e como ficava segurando o choro porque não queria ser um bebê como Harry.

Ainda assim, ele me puxou, me levou até minha mãe, e narrou toda a história de como eu salvei ele e fui picado.

— ... E ela era desse tamanho aqui — Ele abriu os braços, e mesmo com muita dor eu não consegui não rir, porque na cabeça de Harry a abelha tinha um tamanho realmente gigante.