Capítulo 16

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Na manhã seguinte, acordei com vários sussurros e gritinhos estridentes. Me levantei ainda sonolenta e vi as meninas ao redor da mesa da sala de jantar parecendo alegres com alguma coisa, a curiosidade me bateu e fui ver o que era. As meninas me viram e pararam de rir no mesmo instante abrindo espaço para mim, olhei desconfiada para elas e em seguida para a mesa. Tinha um buque de flores vermelhas que eram praticamente minhas preferidas e tinha um bilhete nela, peguei o mesmo e olhei:

Querida Rebecca,

Sua amiga, Emma, conversou comigo pela internet ontem e me disse umas coisas sobre você, e fiquei meio desapontado quando não me disse nada mas agora que sei pretendo lhe dar algumas coisas. Essas é uma delas e espero que fique feliz.

Com carinho,

Benjamin.

Arregalo os meus olhos e sinto meu coração perder o compasso. Depois vejo uma caixa vermelha muito bonita sendo trazida pela Estela, ela coloca a mesma sobre a mesa e o abro sem cerimonia e sinto meu corpo paralisar.

Na caixa havia fotos minhas com Thomas e um bilhete do próprio, abri o bilhete e senti a culpa me roer. Thomas estava vindo me buscar para me levar a Paris e fez uma festa de noivado, e ele deve ter feito outras coisas românticas para mim, meu coração se despedaçou ao pensar na burrice que fiz e agora eu tinha voltado a enxergar com clareza o que fiz. Olhei para Emma que me observava com seus olhos julgadores e depois saiu para a cozinha junto com as outras e fiquei sozinha consumida pela culpa.

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Quando cheguei na empresa tentei de várias formas evitar Benjamin e deu certo porque todas as vezes que via ele, eu o evitava. As meninas voltaram para suas coisas e poucas delas falaram comigo, quem falou comigo foi Mayumi e Emma nem mesmo Michelle e Estela que foram legais comigo no domingo, falaram comigo.

Eu estava dobrando um corredor, quando duas mãos fortes agarraram meus braços e me jogou com toda força para dentro de uma sala de reuniões e acabei batendo as costas na quina da mesa que doeram demais. Olhei para a pessoa e vi Benjamin e seus olhos estavam gélidos demais para mim.

- Por que anda me evitando? - pergunta ele.

Não respondi.

- Por que anda me evitando? - pergunta ele, mais uma vez.

Olhei para baixo e não respondi.

- Por que está me evitando? - pergunta ele, aumentando a voz.

- Não posso mais fazer isso, Benjamin - respondo baixinho.

Benjamin me olha sem entender.

- Não deveria ter acontecido aqueles beijos - digo olhando para ele friamente - Porque isso não é justo com Thomas.

- Você me disse que iria terminar com ele - responde ele, irritado.

- Mas não vou ficar com você se isso acontecer - respondo.

Aquilo foi mais que uma facada no estomago para Benjamin, vi a expressão em seus olhos, vi cada sentimento que passava por eles: tristeza, raiva, arrependimento e algo morrendo... senti meu coração se despedaçar por ver aquilo, senti pena dele mas não podia voltar atrás na minha decisão vou ficar com Thomas e tentar esconder a traição e eu ainda amava Thomas mesmo confusa em relação a Benjamin e ele.

Benjamin passou as mãos no rosto e respondeu:

- Por mais vontade que me de, não irei contar para seu pai o que aconteceu não quero ver minha amizade com ele acabar, mas por mim eu poderia perder você - respondeu ele - Me esqueça e só terá relacionamento profissional entre nós, a partir de hoje.

Então Benjamin vai embora batendo a porta com força e me deixando sozinha destruída e queria que tudo voltasse a ser o que era antes disso.

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Para piorar minha situação, começou a chover e uma mensagem de Thomas dizendo que ele viria neste final de semana para irmos a Paris, e sua mãe estava até melhor para isso. Liguei para Laryssa mas só caia na caixa postal e resolvi mandar um recado de voz contando o que aconteceu e rezando para que ela escutasse nos fones de ouvido.

Chego em casa, tomo banho e me visto subo com os meus livros de estudos para a biblioteca e fico lá pensando nos beijos de Benjamin.

Posso beijá-la?

Penso no seu pedido para me beijar e sorrio.

Não sabe o quanto a desejo, Rebecca.

Penso na sua voz sensual falando meu nome e sinto meu coração se apertar, e vários outros momentos de nós dois passaram pela minha cabeça. Balanço a cabeça afastando seu rosto mas era impossível como se estivesse impregnado na minha mente e não quisesse mais sair. O que está acontecendo?

- Está pensando nele né? - pergunta uma voz, olho para a porta e vejo Emma e assinto.

Emma fecha a porta e vem até mim, pega uma cadeira e se senta do meu lado.

- Não quero assustar você ou enfiar mais ideias na sua cabeça, mas acho que está apaixonada pelo Benjamin e não admite logo - diz ela me fazendo a olhar como se fosse um fantasma.

- Seus avisos para não me assustar não funcionaram - respondo e ela sorrir.

- Eu sei, mas por que não fala logo que o ama? - pergunta ela.

- Não amo Benjamin, eu amo Thomas - respondo.

- Quem ama, não traí - responde ela e isso me faz assentir.

- Não sei o que deu em mim na hora, meu corpo todo travou e só queria sentir seu beijo - digo - Deve está me achando louca né?

- Não, mas uma pessoa que tem medo de encarar os fatos e dizer que está apaixonada pelo seu chefe - responde ela e me deixa sozinha refletindo sobre aquilo.

Eu devo ser uma covarde e uma piranha estúpida, isso sim.

𝑶 𝑴𝒆𝒍𝒉𝒐𝒓 𝑨𝒎𝒊𝒈𝒐 𝒅𝒐 𝑴𝒆𝒖 𝑷𝒂𝒊Onde histórias criam vida. Descubra agora