Capítulo 35

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Fui direto para casa da Emma e tentando todo tempo não chorar na frente da Lucy mesmo que a vontade fosse forte. O motorista estacionou na frente da casa da Emma e a mesma estava na porta abraçando Lucy enquanto o motorista me ajudava com as malas.

Emma me abraçou e não disse nada apenas me abraçou e aquilo sim era melhor amiga, a Emma sempre foi minha melhor amiga apesar da distância. Dei meu celular a Lucy para assistir Barbie no meu quarto enquanto conversava com Emma.

- Ben é um traidor, Emma. Ele me traiu pela segunda vez - digo enquanto enxugava as lágrimas do meu rosto.

- Eu vi as fotos, mas a mulher parecia ser muito Megan - respondeu ela e a olhei com a sobrancelha levantada.

- Está de sacanagem né? - retruco.

Emma pega seu celular e clica na foto que Ben estava abraçado com uma mulher que supostamente podia ser Megan, e sinto as lágrimas voltando.

- Viu? O cabelo preto e macio, é o mesmo cabelo de Megan - responde ela.

- Não me importo, ele me traiu e ninguém me engana pela segunda vez - digo furiosa.

- Ele admitiu que te traiu? - perguntou ela.

- Ele disse que nunca fez isso até jurou, mas não acredito nele - respondo - Está tudo acabado entre nós.

Olho para minha mão e para meu dedo que tinha a aliança de namoro que Ben me deu, pego a aliança e jogo no lixo da sala brutalmente e vou para o banheiro tomar banho e tentar esquecer tudo aquilo por um tempo.

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Na hora do jantar, Emma disse que eu podia ficar quanto tempo eu quiser e eu assenti agradecendo por ela ter aparecido na minha vida, e tomara que ela encontre alguém que a ame incondicionalmente. Assistimos filmes, comemos pipoca e brincamos de boneca com a Lucy por um tempo até chegar a hora de dormir.

- Mamãe - chama Lucy.

- Oi querida - respondo.

- O que aconteceu entre você e o papai? - pergunta ela.

- Nada demais amor, eu e papai nos desentendemos. Mas vai ficar tudo bem - respondo sorrindo.

- Não vai ficar tudo bem, vocês dois brigaram e sei que vai chorar assim que eu dormir. Eu já passei por isso na minha antiga casa - diz ela olhando para mim.

- Como era as coisas na sua antiga casa? - pergunto, me sentando na cama dela.

- As coisas nunca foram boas lá quando nasci - respondeu ela - Meu pai bebia todo dia e batia na minha mãe e em mim quando chegava em casa a noite, ele só parava de bater na gente quando pegava no sono e a minha mãe quase nunca ligava para mim, sempre pensava só no meu pai. A medida que eu crescia, tive que deixar a creche e começar a pedir esmola na rua para agradar minha mãe, mas para ela o que trazia para casa não era suficiente e ela acabava me batendo sempre. Um dia, meu pai chegou em casa e cheirava a álcool e um outro cheiro esquisito, minha mãe começou a discutir com ele para ele deixar dessa vida mas no meio da briga ele atingiu ela na barriga com uma faca, e bem na minha frente. E enquanto olhava para mim, ele se matou enforcado. E desde então, vivo nas ruas atrás de comida e água, mas encontrei você e o papai Benjamin e foi o melhor presente de todos.

Lucy se vira para o outro lado e fico pensando na vida dessa pobre menina e os pais desnaturados que ela tinha. Faço cafune nos seus cabelos loiros enquanto me aconchegava nela para dormir, e chorei sim mas por causa de Lucy e na sua vida difícil que teve antes de me conhecer e conhecer o Ben.

𝑶 𝑴𝒆𝒍𝒉𝒐𝒓 𝑨𝒎𝒊𝒈𝒐 𝒅𝒐 𝑴𝒆𝒖 𝑷𝒂𝒊Onde histórias criam vida. Descubra agora