Pedido feito por lisajissobbb espero que goste 💖
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S/N POV
2020. O que dizer desse ano? Para mim seria o melhor ano da minha vida, pelo jeito minhas expectativas não foram atendidas. A pandemia fez com que todos ficássemos dentro de casa, sorte daqueles que tem com quem ficar e compartilhar o dia a dia.
Para falar a verdade, desde o começo da pandemia venho escutando de casais que se separaram por ficar muito tempo junto dentro de casa durante esse momento difícil no país e no mundo. Comigo foi diferente, quando começou a quarentena eu tinha recém terminado meu namoro. Daria tudo para que não tivesse acontecido isso, daria tudo pra dividir esses dias difíceis com Rodrigo ao meu lado.
Rodrigo foi meu companheiro por três anos, como todo casal tivemos nossas brigas e discussões mas nunca terminamos, até certo ponto, afinal estamos separados agora. Tudo aconteceu após o carnaval, por conta do tão famigerado ciúmes. Eu e meu namorado tínhamos brigado e, para me pirraçar, Rodrigo teve a brilhante ideia de passar mais tempo com uma amiga que fez durante essa festa típica brasileira. O que me estressou não foi ele ter criado amizade com uma mulher, é normal termos amizades com o sexo oposto e eu nunca terminaria com ele por conta disso, acontece que o objetivo dele era unicamente me pirraçar e fazer ciúmes.
Aquilo foi o cúmulo para mim. Foi uma atitude infantil e quando fui conversar com ele, ele não deu a mínima. Passamos dias brigando até que eu não aguentei, joguei tudo o que tínhamos para o ar e terminei. Sei que o que fiz tem uma justificativa, a atitude dele não foi a certa, mas mesmo assim sinto sua falta e me arrependo. Acho que poderíamos ter conversado civilizadamente, com a colaboração e interesse de ambos! Vejo que foi um erro dos dois, já que estávamos estressados demais para manter uma conversa e não nos esforçamos para nos acalmar.
Agora, quase em novembro, quando a quarentena está flexibilizada, continuo sem ele e isso me dói. Queria abraçá-lo, poder ir ao parque depois de meses sem ver a rua junto com ele, queria sentir a brisa do mar bater no meu rosto e me sentir livre novamente. Mas eis a pergunta, como farei isso? Como vou o chamar para uma conversa sendo que nem sei direito o que falar ou fazer?
Ó, céus, me ajude!
Murmurro olhando para o céu através da varanda do meu apartamento. Naquele momento começou a tocar anavitoria na rádio da sala, uma música que foi minha companheira de quarentena e que me dava esperanças de dias melhores. De repente veio uma ideia na minha cabeça, claro que eu morrerei de vergonha para fazer isso, mas o que vale é a intenção e eu espero que dê tudo certo.
Mando uma mensagem para um amigo, ele tinha tudo que eu precisava e eu passaria lá para pegar. Pego minhas coisas e vou até meu carro, ligando o mesmo e partindo. Após pegar as coisas, vou em direção ao condomínio de Rodrigo, consigo adentrar ao mesmo rapidamente já que conhecia o porteiro. Chego na frente da casa do camisa 3 do time carioca e ligo a JBL.
-Me pai eterno, não acredito que vou passar essa vergonha. - murmurro quase desistindo. - Rodrigo Caio, olha o que você faz comigo.
Respiro fundo e espero até tomar coragem. Percebendo que não ia ficar com 100% de coragem tão cedo, resolvo parar de enrolar e começo a falar do mesmo jeito.
-Olá, vizinhos! Peço desculpas por passar vergonha na frente de vocês. - Droga, S/N, se concentra. Você quando tá nervosa só fala merda. - Chega de enrolar! Rodrigo Caio Coquette Russo, olha o que você está fazendo comigo! Estou no meio da rua, com um microfone e uma caixa de som passando vergonha só por ti, a que ponto chegamos. - dou uma pausa e rio assim que vejo ele aparecer na sacada. - Eu juro que não estou ficando louca, sério. Pensei que essa era a melhor forma de pedir desculpas mas agora analisando sei que tem outras muito melhores, mas eu não pensei direito então aqui estou.
Começo a me embrulhar nas palavras o que faz Caio rir e arquear uma sobrancelha, me fazendo continuar.
-Ta bom, aqui vou eu! - suspiro. - Eu nunca pensei que passaria tanto tempo sem te ver ou sem te ter ao meu lado, sempre pensei que iríamos ser um casal durante todo o tempo e que estaríamos juntos em todos os momentos. Até que a gente brigou e terminou, junto com isso veio a pandemia e isso acabou comigo. Eu juro que durante esses 7 meses eu decorei todas as músicas da anavitoria, de todos os álbuns e até descobri que são duas pessoas com o nome Ana e vitória, acredita? Mas enfim, não vem ao caso. - dou uma pausa e respiro fundo, voltando a falar. - Durante esse tempo eu percebi que não quero viver longe de ti, não quero ter que enfrentar esses dias difíceis sem você ao meu lado para me acalmar. Quero partilhar minha vida com você, essa vida boa que temos juntos e que só nós sabemos o quão boa ela é! - dou uma pausa e o olho, sabia que ele iria rir com a parte que vem a seguir, minha voz é péssima e pareço uma taquara rachada cantando. - "se for preciso eu crio alguma máquina mais rápida que a dúvida, mais súbita que a lágrima, viajo a toda força, e num instante de saudade e dor eu chego pra dizer que vim te ver"
Paro de cantar e o observo, espero que tenha dado certo.
-Como você pode perceber, estou aqui passando uma vergonha imensa e ainda cantei com essa voz feia que eu tenho. Se puder descer e me dar uma resposta, eu agradeço! Tá todo mundo me olhando. - falo risonha para ele, que se retira da sacada e desaparece por alguns segundos, surgindo no portão logo depois.
-Você é louquinha, sabia? - diz rindo e vindo até mim.
-É o que parece, não é mesmo? - falo acompanhando sua risada.
-Eu tenho certeza que você é, e é por isso que eu também quero partilhar minha vida com você! - fala pegando em minha mão e me olhando. - Quem mais viria até a porta da minha casa se declarar para mim? -da uma pausa. - Tá, tudo bem podia ser um fã, mas não é! É a mulher que eu amo que está aqui de pé se declarando, acho que era eu quem deveria pedir desculpas. Eu quem estragou tudo, mas eu estou aqui de coração aberto te pedindo perdão.
-Nós dois erramos, eu errei por ter perdido a paciência e não ter te escutado. Então, me desculpa também? -pergunto sorrindo e recebo um beijo em resposta. Escuto barulho de palmas e gritos e me separo rindo.
-Você sabe que eu vou te zoar para sempre por ter cantado na frente do condomínio, não é? - ele pergunta e eu assinto.
-Eu consigo lidar com isso. - falo rindo.
Pego as coisas do meio da rua e entro em casa junto com ele. Quem sabe depois eu volte aqui para contar o resto da nossa história?! Adoro um suspense haha.
Não só teve separações e afastamento nessa pandemia, também teve união e o perdão! Nunca é tarde para pedir perdão aqueles que amamos e nos faz bem, a pandemia me ensinou isso e espero que tenham aprendido também!
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Cerita PendekUm refúgio para imaginação! [ ] pedidos abertos [X] pedidos fechados