O senhor Ruvie está passando a maior parte do seu tempo no trabalho, e já não temos mais tempo para conversar como antes. Sinto falta de quando a gente se sentava no sofá e conversávamos até as altas horas da noite.
O tempo em que passávamos juntos era a única fonte de distração que eu encontrava para fugir da minha realidade. Só que agora, sinto que os outros passatempos que encontro para se distrair, já não são mais tão interessantes como antes.
Nesse exato momento, estou lendo alguns livros em meu quarto. Entretanto, já está ficando uma coisa monótona. Pois, a todo momento quando não encontro algo para fazer, apenas pego um livro e começo a folheá-lo até encontrar alguma coisa do meu interesse.
━━ Desisto, isso é uma grande perda de tempo. ━━ Imediatamente, arremesso o livro contra uma pilha de almofadas que se encontrava no chão e me levanto da cama.
Já não consigo mais suportar o fato de estar longe dele, preciso logo descobrir a verdade sobre como está indo a investigação. Preciso saber o que aconteceu com a minha família, necessito saber se eles estão realmente vivos ou mortos.
Mas para obter essas respostas preciso confrontar o senhor Ruvie. Só que não sei se é a coisa certa a se fazer.
━━ Odeio os meus pensamentos. ━━ Arfo tais palavras, em seguida, abro a porta do quarto e desço as escadarias do enorme casarão e vou em direção ao escritório do senhor Roger.
Já faz um ou dois meses que me encontro nesta situação toda, já ouvi uma expressão que afirma que a esperança é a única coisa que não morre, mas a cada minuto que se passa juntamente com os dias, começo a desacreditar nessa afirmação.
Essa é a pior parte de perder as suas próprias memórias. Você tem que conviver com as dúvidas e nunca poderá ter certeza de algo.
Neste momento, abro a porta do escritório do senhor Ruvie, e adentro no local.
Meus olhos vagam por cada parte, no entanto, não me sinto segura da 'loucura' que estou prestes a fazer.
Planejo vasculhar as gavetas dos armários e tentar procurar algum documento sobre meu caso. Isso é uma idiotice vindo da minha parte? Sim, mas não posso evitar.
━━ Não vou demorar aqui. Só preciso encontrar o que eu quero, e depois vou sair.
Caminho em direção ao armário de madeira do escritório, e começo a procurar pelas chaves nas quais o senhor Ruvie utiliza para trancar as gavetas. No entanto, não encontro nada.
━━ Droga, o que estou fazendo? ━━ Me afasto do armário. ━━ O senhor Ruvie confia em mim. Ele simplesmente me deu teto e comida por todo esse tempo, também está se encarregado de que ninguém saiba sobre o meu paradeiro. E eu literalmente não estou confiando nele, estou fuçando as coisas dele sem o consentimento dele.
Coloco uma das minhas mãos contra a minha cabeça e dou meia volta para me retirar do local. De alguma forma, me sinto insegura.
"O que devo fazer?" subo as escadarias as pressas e cruzo uma sequência de corredores até retornar ao meu quarto. Chegando lá, recolho o livro que eu havia arremessado anteriormente contra o chão. Fecho os meus olhos, enquanto seguro o livro contra o meu próprio peito, e me jogo contra a minha própria cama.
Alguns minutos se passam, porém, não tenho nada em mente. Apenas sou tomada por emoções que jamais desejarei para alguém. Preocupação, ansiedade, dúvidas e desespero.
• Continuação da segunda parte no próximo capítulo.
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𝗠𝗘𝗨 𝗗𝗘𝗧𝗘𝗧𝗜𝗩𝗘 ღ 𝙇 𝙇𝙖𝙬𝙡𝙞𝙚𝙩
Mystery / Thriller𝗠𝗘𝗨 𝗗𝗘𝗧𝗘𝗧𝗜𝗩𝗘 "A justiça é a vingança do homem em sociedade, especialmente para aquele que deseja ser o juiz." Com que recheio você comeria o "pão que o diabo amassou"? Que tipo de experiências desagradáveis você consegue tolerar? Até on...