Loba Indomável de Konoha

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Eles eram imbatíveis.

E ser um esquadrão de elite máxima, tendo de competir com o esquadrão de Kakashi, era para poucos.

Mas ambos capitães eram um dos irmãos Hatake. Era óbvio que ambas equipes seriam equiparáveis.

Shisui e Itachi não se importavam nada com o fato de serem comandados por Hikari. Já que o título, entre eles, era meramente ilustrativo. Eles eram um time, e eram melhores amigos. Cada um com sua especialidade.

Itachi era excepcional em colher informações. Sua aura de paz e plenitude praticamente induzia as pessoas à lhe contarem coisas.

Shisui era um espião de excelência. Consegui ocultar sua presença como nenhum outro Ambu, Sannin ou Hokage conseguia fazer.

Hikari era a medida extrema. Sempre que a negociação ia mal, que a parte diplomática do time não obtinha êxito, era a vez dela. Nada, nem ninguém, fugia da mira de Hikari Hatake.

A Loba Indomável de Konohagakure.

•~⚡~•

A bem da verdade, Shisui não se importava que os dois mais jovens tivessem um envolvimento romântico.

Se fosse honesto, achava interessante a forma como os dois levavam o relacionamento. Sem pressa, no ritmo deles, de forma discreta. Até suspeitava que Kakashi não fazia ideia de que sua irmãzinha andava dando alguns amassos com Itachi por aí.

Pelo temperamento ciumento do prateado, Itachi teria um problema muito grave. Então era bom que Kakashi continuasse alheio ao relacionamento.

Estavam em missão, na Vila do Som. Então Shisui decidiu que ia numa festa e deixaria os dois no quarto do Hyokan, com a terma só pra eles. Ia se divertir um pouco, pra variar.

Itachi estava sentado num canto, lendo um dos pergaminhos da missão, repassando as informações que tinha.

Pelo canto dos olhos, viu Hikari soltar o robe, e adentrar a terma. Ele tinha percebido que ela estava tendo uma crise de frio leve desde a noite anterior. Provavelmente ela não percebeu que, sempre que as crises começavam, se deitava em seu peito, encolhida em seu calor.  E ela havia feito isso logo de madrugada.

Decidiu deixar o pergaminho pra lá, e foi para a terma também, tirando a calça de pijama para se acomodar na água quente.

Foi o mais silenciosamente que pôde para agarrar sua garota pelas costas, a imobilizando. Não que ele conseguiria não quisesse brincar, mas a tentativa era válida.

Ela riu baixinho, simplesmente se derretendo nos braços dele. Mas soltou seus cabelos negros sem que ele percebessem, ficando com seu elástico no pulso.

-Vou te dar um vermelho. Vai ficar lindo.

O moreno riu baixinho, a apertando mais ainda.

-Você gosta do meu cabelo mesmo?

-Uhum...-Ela se virou dentro do abraço, entrelaçando os dedos nos fios negros e molhados.-Seu cabelo combina com você. É bonito, alinhado, macio...

-Assim como o seu.-Roubou uma madeixa, enrolando-a nos dedos.-Cheio de ondas rebeldes, longas e fluidas. Exatamente como você. Adoro quando os trança. E veste seu uniforme Ambu.

-Gosta porque você desenhou ele pra mim.-A albina brincou, se acomodando no ombro do Uchiha.-Como se sente? Eu ouvi a sua crise de tosse ontem a noite.

-Estou bem.-Ela saiu da posição cômoda para lhe dar um arquear de sobrancelha.-É verdade dessa vez... Minhas costelas nem doem.

Ela suspirou, antes de voltar a se acomodar. Nunca falavam sobre isso com Shisui por perto. Porque Itachi não queria que soubessem. Já achava problemático sua própria namorada saber.

Mas ela não se importava.

Não ligava de cuidar dele. De usar ninjutsus médicos que ela aprendera por ele. De segurá-lo nos braços quando as crises começavam. Fossem de tosse, falta de ar, dor... Não importava.

-Queria que me escutasse...

-Eu escuto.-Murmurou em retorno, acariciando as costas da moça.-Cada palavra... Mas enquanto encontrarmos uma forma de estabilizar sua maldição... Eu não vou deixar que a use para me curar.

-Itachi...

- Eu não vou viver sem você, Hikari.

Ela se afastou para olhar em seus olhos. Os círculos cromático estavam ali, fazendo seu peito doer. Cada vez que eles surgiam, estava mais perto de vê-la ser consumida pela maldição do Segundo Hokage.

-Minha maldição não pode ser parada...

-Minha doença também não.

•~⚡~•

E eles foram pêgos.

Era disso que os sequestradores se gabavam.

Os dois prodígios do grande Clã Uchiha estavam amarrados e amordaçados no canto do acampamento improvisado.

Os dois se encaravam, em silêncio. Haviam se distraído na volta pra casa.

Porque Hikari estava doente.

Porque Hikari fora transportada às pressas de volta a Konoha quando passou seis dias absolutamente inconsciente.

Porque ambos temiam, mais do que tudo, ouvir que, dessa vez, a maldição levara a melhor amiga.

As vozes altas dos sequestradores continuavam soando. Gargalhadas, berros, barris de saquê sendo consumidos sem misericórdia.

E Shisui via aquele brilho perigoso nos olhos de Itachi. Se nem Fugaku Uchiha ousara separar seu primogênito de Hikari Hatake, o mais velho começava a temer o que aconteceria quando os sentimentos de Itachi fluissem livremente. Quantos morreriam.

Subitamente, ao final da madrugada, o olhar do mais jovem se apaziguou. E ele fechou os olhos, como se estivesse prestes a meditar. Coisa que ele fazia com frequência.

Shisui levou mais tempo para sentir.

A agressividade do Chakra que se aproximava chegava a ofender o deu próprio. Se sentia invadido, de certa forma, por aquela energia.

O primeiro trovão soou no céu alaranjado. E junto deles, o som da lâmina. Rasgando a carne e partindo ossos.

Todos decapitados.

Suas mãos foram soltas em algum momento, por golpes suaves e certeiros da mesma lâmina.

Ambos primos se sentaram e retiraram as mordaças. Nada além de corpos desmembrados e sangue. Sequer houveram gritos. Apenas sete trovões. E todos os 23 integrantes do grupo de sequestrados estavam mortos.

No meio de toda aquela bagunça, a prateada estava com um quimono conjunto branco de calça e camiseta simples, carregando um martelo/machado de guerra do tamanho ideial. Para a maioria dos ninjas era uma arma desajeitada. Mas para Hikari era tão delicado e letal quando uma katana.

Os circulos cromático se voltaram a eles, assim que a chuva, típica da época, se abateu sobre o local. Ela fechou os olhos, e Itachi foi rápido em pegá -la nos braços.

Por fim, tomaram o rumo de Konohagakure.

Akai ItoOnde histórias criam vida. Descubra agora