Plano Furado

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Kisame estava inquieto.

Muito inquieto.

E interceptou Itashi antes que ele pudesse entrar no esconderijo, o arrastando pra longe.

-Merda, Uchiha! Por que demorou tanto?

- Eu não tive como... O que aconteceu que deixou você nervoso assim?

-Nagato mandou Kakuzu para Iwagakure de madrugada. Diretamente para sua esposa! E eu não tinha como te avisar! Nem sabia se você estaria lá quando ele chegasse.

O tubarão viu a expressão do Uchiha mudar. Uma preocupação estranhamente fofa.

-Não... Não, não, não... Ele não pode... Hikari não pode... Merda! Eu tenho que voltar.

-Ele partiu há mais de seis horas, Itachi. Ele já deve estar lá, sondando sobre os jinchurikis. Como não o sentiu chegar?

-Hikari...-A expressão preocupada ganhou um tom furioso.-Maldição! Ela fez de propósito! Katsuo!-O corvo pousou no ombro do dono.-Vá Iwagakure agora. E eu quero que Hikari saiba que você a está vigiando. Vá.

A ave levantou voo majestozamente, enquanto o nukenin apertava a ponte do nariz sem delicadeza alguma.

-A propósito, sua esposa está bem?

Itachi não resistiu em olhar para a figura, bizarramente amigável do tubarão, e rir baixinho.

-Está sim. Cansada da viagem, das conversas dos outros ninjas e de lidar com o irmão cabeça dura. Mas ela gosta de lidar com jovens como Uzumaki Naruto e Sabaku no Gaara. E de ensinar o que sabe para as meninas. Na nossa época pouquíssimas mulheres se tornavam ninjas de Elite. O que era uma pena. Elas são imbatíveis. E completamente loucas.

-Podia me apresentar ela um dia.

-Ela, provavelmente, vai gostar de você. O que acha de irmos dissuadir Kakuzu de enfrentar minha esposa?

-Parece um bom programa e eu estou entediado.

•~⚡~•

O corvo pousou, indignado, no balaustre da varanda do quarto. Os olhos desiguais fixos na figura de cabelos prateados, que ria com o copo de chá em mãos, sentada no chão.

-Bom dia, querido. Veio me avisar que Itachi está, provavelmente, muito zangado?

O animal virou a cabeça de lado, e Hikari podia jurar que ele arquearia uma sobrancelha se pudesse. Uma expressão tão típica de Shisui que chegava a doer.

Estendeu uma das mãos, para que ele pousasse ali, antes de aconchega-lo em seu peito. No fim, era o mesmo comportamento de Itachi. Independente do quanto estivesse injuriado com ela.

Havia feito um selo de ocultamento na Torre Kage assim que Itachi deixou a cidade. Eles estariam ocupados pelo dia inteirinho mesmo.

E, provavelmente, seu marido retornaria muito puto, e pronto para lhe dar um corretivo pela ousadia de distraí-lo de algo importante como a presença de outro Akatsuki na cidade.

Colocou um conjunto de calça e camiseta pretos, prendeu os cabelos prateados e foi andar pela cidade, pela feira pré-festival. Talvez encontrasse algum restaurante legal pra ir com as crianças a noite.

Já estava com um Sanshoku Dango em mãos, mordiscando a primeira bolinha. Particularmente não gostava daquele doce. Mas a fazia lembrar Itachi.

Um chakra ameaçador começou a rondá-la. Era o Akatsuki. Kakuzu, se não lhe falhasse a memória. Sorriu por trás do doce, também sentindo a presença de Itachi se aproximar.

Akai ItoOnde histórias criam vida. Descubra agora