The Truth - Tomarry

Prólogo

Capítulo reescrito 

Alguns avisos importantes antes da Leitura:

A história será contada intercalando entre terceira pessoa e primeira pessoa, para não ficar tão confuso,  vou deixar símbolos sempre que mudar drasticamente de um para o outro ou quando for espaços muitos longos. 

⌁ - Harry 

§ - Parseltongue

¥ - Narrador

No decorrer da história temos cenas e assuntos tóxicos/possessivos/violentos e + que foram indicados nas tags! Se você é sensível ao tipo de conteúdo, não indico que prossiga com a leitura ou se não gosta apenas passe direto. Caso fique, boa leitura! 

¥ 

Confuso

Era desta forma que Harry se encontrava, deitado em seu quarto após uma longa conversa com o diretor Dumbledore, não exatamente uma conversa, foram longos minutos viajando ao passado sombrio e triste de Voldemort, não que ele esperasse algo muito diferente disso, mas sua mente teimava em emergir em intensos devaneios, vagando nas memórias vistas dentro daquela pedra.

A cada segundo seu subconsciente o lembrava do quão asquerosa foi a trajetória cujo você-sabe-quem passou para chegar ao poder, incluso sua pequena participação como um indefeso bebê, todo essa coisa de profecia apenas soava como ridículo, afinal, quem é o louco egocêntrico que mata um bebê apenas por medo de ser vencido, bem, a resposta nem precisa ser dita. Todos esses acontecimentos durante sua vida estavam entrelaçados ao até então vilão da história, Harry era lembrado disso constantemente tanto por Dumbledore como pela cicatriz em sua testa que queimava constantemente todas as noites, trazendo sentimentos diversos e confusos. Não era uma escolha, como algo voluntário do caminho até a morte, Harry teria que enfrentar o lendário senhor das trevas e isso obviamente o assustava! Bruxos, bruxas, professores, seus amigos próximos e até mesmo o que restou de sua família carregam uma visão distorcida de uma grande história onde um bebê sobrevivente traria a glória eterna a nação bruxa derrotando o "vilão". Apenas o pensamento sobre enxergar algum medo no garoto de ouro fazia com que a todos desabassem, esperança é a única coisa mais forte que o medo, um pouco de esperança é eficaz, muita esperança é perigoso, ele era a esperança.

Parando para pensar, a infância de Voldemort foi tão difícil quanto a sua, ele residia em um orfanato... espera, espera, analisando um pouco não era tão ruim, afinal, eram tempos de guerra e mesmo não tendo pais Voldemort ainda tinha um teto sobre sua cabeça e uma cama onde descansar e bem, não era espancado ou forçado a limpar toda a casa. A cabeça de Harry realmente estava uma bagunça, esse pensamento era tão hostil quanto o orfanato em questão, mas ok, ele precisava de alguma forma entender o que seria uma vida de um pequeno bruxo no meio de trouxas em pleno ano de 1940.

Trazendo a memória o menino pálido, magro e relativamente alto que viu tantas vezes na penseira, ele começou a relembrar o cenário... o menino entrava em uma sala com diversas cadeiras e mesas, claramente um refeitório repleto de crianças onde algumas já comiam e outras aguardavam sua vez na fila com a bandeja em mãos, cada passo era dado com uma falsa confiança e uma máscara de descaso sobre seu rosto, ninguém o acompanhava ou sequer chegava perto enquanto ele seguia para a fila.

 Já sentado sozinho a mesa com um prato de legumes e carne batidos que Harry projetou em sua mente já que era impossível saber o que era aquela gosma amarelada, o menino comia calmamente enquanto todos voltavam as suas conversas banais, sua feição enquanto observava as outras crianças demonstrava nada além de desprezo, como quem dizia nitidamente que não se importava. Harry não sabia o que se passava na cabeça do pequeno Lorde, mas ele tinha um palpite, provavelmente uma sequência de "Trouxas, matar, trouxas, sangues ruins" mas nunca se sabe. A bacia não mostrou nada além disso sobre a infância de Voldemort, a próxima memoria era um Riddle de 16 anos questionando suspeitosamente o professor de poções sobre Horcruxes, enfim, toda essa cena que ele já viu 500 vezes.