Capitulo 3

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↻  - representando espaço de tempo

Por quê?

Por que o temido Voldemort adolescente agiu daquela forma ontem depois do almoço? Não era muito fácil entender como aquele Voldemort destemido do futuro parecia alguém tão desesperado e carente nesse tempo. Simplesmente não tinha sentido, ele se instalou no orfanato a menos de um dia e tudo o que Riddle fez foi dar dicas sobre como o menor deveria ir dormir e aparentemente notar as feições e ações que fazia já que sempre citava algo sobre Harry parecer estar cansado.

Depois do pequeno cochilo após almoço, Harry insistia em concluir esses pensamentos enquanto encarava seu companheiro de quarto que se encontrava em um sono tranquilo, seu rosto parecia suave e sereno enquanto dormia. Lembrando que Dylan havia oferecido uma pequeno tour pelo orfanato, Harry decide iniciar sua jornada mais cedo sem a presença do menino loiro, após todo o caminho de descer as escadas e explorar um pouco o primeiro andar, ele se depara com uma estreita porta que levava a um pequeno quintal. A neve havia baixado um pouco mas o frio ainda estava presente, para a surpresa de Harry, Dylan se encontrava deitado sobre as folhas secas enquanto encarava o céu cinzento agora quase totalmente escurecido.

- Então é aqui que você se esconde.

Harry anuncia sua chegada em um tom divertido enquanto descia os degraus que eram irritadamente pequenos para chegar até o quintal de fato.

- Você por aqui? Porque não se junta a mim senhor, a noite ou tarde, seja lá o que for, está simplesmente linda.

- Tem algo que tenho que lhe perguntar, senhor – Ainda usando um tom de ironia imitando o jovem loiro a sua frente, ele pensava o quão normal ele se sentia depois de bons anos.

- Pois então não se detenha, sou todos ouvidos.

- Ontem no almoço. Por acaso, assim, apenas em uma hipótese -

- Apenas fale de uma vez - ele diz com uma risadinha irônica, aparentemente zombando do nervosismo de Harry.

- Ontem no almoço você deu em cima de mim? Eu não estou deduzindo nada, mas tom, meu companheiro de quarto como você sabe, me disse isso e eu simplesmente não consigo parar de pensar a respeito.

- E se eu estivesse? Qual seria sua reação? –

Pela forma em que ele diz, não parece estar sendo presunçoso ou irônico. Mas agora com a pergunta formulada na mente de Harry, qual seria a reação? Ele nunca teve tempo para flertar ou ter algo com alguém, com exceção de Cédric que lhe roubara um beijo antes de irem para aquele labirinto onde foi consumado que eles definitivamente não poderiam ter mais nenhum tipo de beijo ou qualquer outra coisa, o motivo todos estamos cientes

- Creio que não tenho a resposta para isso, nunca tive tempo para flertar com pessoas sabe?

- Entendo, neste caso sou obrigado a lhe contar a verdade também, não é? - ele inala o ar e solta gradativamente devagar, controlando o nervosismo palpável. Harry conheceu muito bem essa ação.

- De fato.

- Eu, eu te achei um menino bonito e quando você se sentou na mesma mesa, você foi gentil é meio difícil achar isso por aqui, sabe como é. Tenho certeza de que Tom não quer que você mantenha contato comigo, estou certo? Não me surpreenderia, ele não parava de olhar para você na hora do almoço.

O menino em sua frente estica as mãos e delicadamente toca uma das mechas bagunçadas de seu cabelo, como uma pausa para continuar falando.

- O que você acha de se mudar para o meu quarto, podemos dar um jeito de dividir a cama ou apenas não sei, damos um jeito.

- Ele não vai a lugar algum - uma voz sinistra surge, Harry ao menos pode recusar o pedido. Como sempre já haviam decidido por ele.

- E o que te faz pensar que eu não vou? –

- Você não vai – Ótimo, agora um Riddle raivoso o puxava pelo orfanato adentro.

- Me solte seu maluco, eu vou cair.

Quando chegou no quarto, tom soltou seu saco de batatas bruscamente e começou a tarefa de tentar furar o chão andando de um lado para o outro. Por que todo esse escândalo? Não fazia sentido algum, Harry estava simplesmente sem reação, ele estava muito bravo, mas não sentiu falta do estado de choque.

- Qual o seu problema, por que fez aquilo?

- Por que sim

- Como assim por que sim? Escuta Riddle, eu cheguei no orfanato não faz ao menos uma semana. Ontem depois do almoço você fez aquela cena, eu concordei em me sentar com você! Mas disse que não pararia de falar com as crianças do orfanato. Qual é o seu problema?

- Eu não sei, ok? Eu só, você foi gentil e até me deu boa noite. Todos que chegam aqui se afastam de mim.

Riddle tinha baixado a guarda? Uma feição tão triste e desamparada, eu nunca imaginaria que veria esse tipo de reação vindo do senhor das trevas. Bem, eu já estou aqui então que se dane, não consigo segurar meu instinto protetor e o puxo para um abraço, de início seu corpo estava tenso, mas aos poucos foi relaxando e desenvolvendo o abraço.

- Você não precisa ficar sozinho.

- É difícil, eu queria conseguir, mas eu não consigo falar sobre isso

- Tudo bem, isso não é um problema. Quando você se sentir pronto eu vou estar aqui com você. – Acho que devo me afastar.

— Não sai, fica assim comigo. Por favor— seu tom ainda é cabisbaixo.

Nós ficamos assim, abraçados, por um longo tempo, até que tom desistiu de ficar em pé e me arrastou para a cama, a sorte é que ele se jogou lá e aparentemente dormiu. Ver o senhor das trevas de um jeito tão sensível me fez ter uma chama dentro do peito, talvez esperança fosse o nome afinal a primeira Horcrux  ainda não foi feita, de qualquer forma tivemos um avanço hoje, na medida do possível. O que me resta é deitar um pouco em e parando para pensar, não tem muito o que fazer por aqui a não ser dormir e ser agarrado por um brutamontes. Fico pensando como será Hogwarts, Hermione disse para ir a gringotes mas até isso acontecer como faço? Talvez entrar direto para o segundo ano? Aqui Riddle tem seus 14 quase 15 anos, provavelmente devo ser um ano mais novo que ele, nunca fui bom de matemática. Espero não ser jogado no primeiro ano... já fui traumatizado o suficiente, obrigado! Apesar que suponho que esse vá ser meu destino, não custa sonhar. 

¥ 

Já era noite, outra vez ele havia viajado em pensamentos sem ao menos perceber o que acontecia em sua volta. Não restava nada além de se acomodar no colchão duro e esperar o sono vir enquanto pensava mais um pouco sobre o futuro. 

Devo continuar? 

The Truth - TomarryOnde histórias criam vida. Descubra agora