Olhos que refletem uma alma vazia.

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1 mês atrás, 23:00

Paris, França

A neve cobria as ruas iluminadas de Paris em uma camada fina, as botas nos calcanhares da viúva Haruno batiam na calçada, onde a neve derreteu por causa do sal. Ela tentava aquecer suas mãos finas congeladas pelo frio, empurrando-as nos bolsos de seu grande casaco preto. Havia esquecido as luvas no carro, a poucos metros de distância. De repente, o telefone tocou na bolsa e ela sem parar de caminhar começara procurá-lo. Como sempre, seu telefone não fazia mais de um toque até que ela tivesse tempo de encontrá-lo.

Karui era organizada em muitas coisas, mas sua bolsa estava fazendo a exceção hoje à noite, especialmente depois do tempo passado com as amigas. Foi uma desordem sem nome e ela sorriu com as lembranças recentes enquanto lia a mensagem que brilhava na tela. Sua filha, Karin, ainda estava esperando por ela à essa hora. Ela não conseguia dormir portanto, pediu permissão para dormir com sua irmã mais velha. Obviamente, a mulher recusou cruelmente e ela faria questão de trancar a porta do quarto da Sakura assim que chegasse.

Além disso, ela já conseguia ver o motorista de longe esperando por si, mas, no ato, ela também viu outra coisa. Seu sangue congelou em suas veias. À sua frente, a neve estava imaculada com um sangue vermelho e viscoso. Sua respiração estava difícil de passar enquanto seu coração batia contra o peito. Um corpo estava deitado no chão, inerte, e de repente, sem que ela pudesse ter outras reações um braço forte pegou ela e uma mão pressionou sua boca. Ela queria gritar, mas sua voz permaneceu abafada na palma da mão. Sua bolsa escorregou de seu ombro enquanto ela estava lutando para escapar, o telefone caiu da bolsa e foi contra a neve junto com suas chaves e um caderno velho.

“Cala a boca!”

A voz do homem era grave e fria enquanto ele ordenava no seu ouvido que se acalmasse. Ela finalmente assentiu freneticamente, então a mão se afastou da sua boca.

"P-por favor. Me solte, me deixe ir” - ela chorou enquanto sentia sua garganta apertar cada vez mais pelo medo.

Após alguns segundos que pareceu durar horas, o homem a empurrou no chão congelado como se seu corpo fosse uma aberração. Os olhos deles se encontraram e ela queria recuar, mas o homem a agarrou pelo cabelo ruivo de uma mão e seu outro braço começou a puxá-la para final de um beco não muito longe dali. Tudo estava indo rápido demais e eles ja estavam submersos no frio e na escuridão desta noite de inverno.

Ele pegou o seu telefone e levou para o ouvido antes de cuspir algumas palavras ao interlocutor e desligar. Em seguida, se aproximou dela novamente, com uma lâmina na mão.

“Não, não, por favor não!” implorou a mulher.

Seu peito subia e descia num ritmo irregular e rápido demais, ela apertou as pálpebras e imaginou o sorriso de sua filha. Suas lágrimas inundavam o seu rosto e ela temia que esse homem na frente dela não fura a sua pele e deixe seu sangue colorir a neve como ela viu há alguns minutos.

“Shhh …era para ter só um hoje à noite, mas eu não coro riscos.”

“Por favor…” — ela se ajoelhou e tentou tocar as botas pretas, mas, teve sua mão esmagada. E para evitar que ela grite ele pegou um punhado da neve e colocou na sua boca. Enquanto ela engasgava deixava escapar: "por favor…por favor"… e seus olhos vagavam entre a lâmina e os olhos do seu possivel assassino.

“Eu não vou dizer nada para ninguém, nem à polícia.”

O homem a encarava impiedosamente chorando, mas não fazia nada. Alguns segundos passaram e rajadas de riso e vozes de pessoas que se aproximavam os alertou. Ele então se ajoelhou na frente da mulher e disse:

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