A viagem vai ser longa

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"Abelhinha, abelhinha, para onde você foi?"

"Na casa da vovó."

"E o que ela te deu?"

"Polenta com leite"

Minha risada ecoa entre as paredes da casinha, meu corpinho está torcido sob os dedos de meu pai.

"Papai, de novo!" De novo!"

Ele não faz, não consigo mais sorrir porque ouço aquele barulho na cave...

Minhas pálpebras se abrem de repente, respiro devagar e, olhando em volta, entendo que estou em um carro, graças às luzes do painel acesas como o motor. O sangue nas minhas mãos secaram e meu coração pulsa com força. Lágrimas picam meus olhos. Abro a porta. O que fiz?

"O corpo daquele merda está na frente do navio. Vá pegar, meus homens não vão limpar sua merda." Ele está no telefone e cospe suas palavras como lâminas que ele joga no ar. Me aproximo um pouco mais.

_ Sasuke, aquilo não foi planejado, então pare de generalizar e cuspir nos meus homens.

_ É você quem se vangloria 24 horas de ter a melhor divisão. Agora aceite essa vergonha e eduque seus homens. Fui claro quando disse que não era para tocar na garota.

O interlocutor estava no alto-falante, o suficiente para eu ouvir o que queria saber, o nome dele é Sasuke...

Minha respiração congela na garganta quando ele se vira e me vê fora do carro. O que ele vai fazer comigo agora ?

Ele se aproxima e quero voltar, mas cambaleio e alcanço a porta de costas. Ele aproveita. Ao me reinstalar no carro, nossos corpos roçam um no outro e ele coloca a mão no meu pescoço e depois em minha bochecha. Como se estivesse medindo a minha temperatura e seu toque me dá como um choque elétrico.

"Fique parada", ele disse severamente. Meus punhos estão cerrados e os lados rasgados do meu vestido estão presos dentro para não deixar minhas pernas expostas. Minha respiração é instável quando desvio o olhar dele. O vejo tirar a jaqueta do terno preto e colocar em mim. Então ele volta ao volante, o motor ronca e, muito rapidamente, chegamos na frente de uma casa grande, um pouco do mesmo estilo que a minha madrasta havia comprado. Na garagem havia pelo menos uma dúzia de carros e eu queria saber se havia tantas pessoas para cada carro ou todos eles pertenciam a Sasuke. Ele me tira do carro segurando-me pelo braço, seu rosto é impassível e tenho dificuldades em segui-lo. Saímos da garagem e entramos diretamente na sala de estar. Ele desabotoa e puxa a manga da camisa até os cotovelos, revelando os antebraços. Me levou até a cozinha e me faz sentar em uma das cadeiras que rodeiam a ilha central. Sasuke lava as mãos olhando para mim pelo canto do olho, depois tira a jaqueta dos meus ombros e me acompanha ao banheiro. Tomo a iniciativa de escorrer a água e lavar as mãos, como se pudesse apagar o que havia causado tão facilmente.

Minhas lágrimas se misturam com o sabão enquanto ele tira alguns produtos de uma gaveta. Acho cada vez mais difícil respirar e percebo que estou em choque. Não posso me tranquilizar, tremo ainda mais e Sasuke levanta meu rosto em direção ao dele antes de aplicar um algodão com anti-sséptico em minhas feridas que começaram a sangrar novamente. Estremeço um pouco e entorto o nariz. Seus olhos escuros encontram os meus e a sensação é como cair de um precipício.

Coloquei minha mão no balcão da pia perto e olho para seu pescoço enquanto sinto o formigamento se intensificar no meu rosto.

Ele se afasta, jogando o algodão em uma lata de lixo.

Em seguida ele me pega pela mão e me faz subir as escadas com ele. Entramos num banheiro e de imediato ele coloca água na grande banheira.

_ Tome um banho.

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