Parte 2.

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O caminho de volta foi silencioso. Ao chegarem em casa, são recebidos por Sakura que está sentada no sofá assistindo TV. Ela se levanta imediatamente quando os vê. Gaara dá um breve aceno de cabeça antes de passar direto por ela, enquanto Shikamaru ajuda Itachi a levar Sasuke para seu quarto.

_ Droga, mas que dia! — suspira Sai, jogando-se no sofá.

Sakura começou a se afastar com passos tímidos quando o moreno olhou para ela. — As meninas ainda não chegaram?

_ Uh!.. n-não... — disse quase sussurrando. Depois foi, em passos rápidos, até a cozinha. Sai olha para ela completamente perdido e então decide segui-la. Ele a encontra de costas, encostada na pia.

_ Você está bem? — ela se vira e Sai não consegue dizer se ela estava com medo ou realmente passando mal. — Você está toda pálida.

_ Eu... estou bem, obrigada. Foi só uma tontura. — Diz ao que bebia um copo de água.

_ Se eu puder ajudar em alguma coisa, é só falar.

Sakura olha para ele como se ele fosse louco e estivesse delirando. E não era so ele, todo mundo a trata com uma intimidade que ela nem lembra de ter dado a eles.

_Obrigada, é muito gentil da sua parte. — Diz finalmente, decida a iniciar uma conversa.

_ Por nada, mas... Você está estranha. — Sakura o olha, confusa. — Diz obrigada, não olha nos meus olhos quando fala, até parece outra pessoa.

Sakura não fazia ideia de quem era ele, mas com certeza alguém de confiança do Sasuke para estar na casa com os outros. Ela não se lembra de alguma vez ter falado com ele, mas talvez já se esbararam por aí. Além disso, ele não parecia querer machucá-la. Ao contrário, ele parecia tão legal quanto Ino. Então não faria mal se ela retribuir.

_ Esses dias minha cabeça está pregando peças em mim, como se eu tivesse pequenos buracos na memória. Então...

_ Desculpa interromper — Itachi entra na cozinha. — Sasuke quer falar com você, Sakura.

_ Eu fiz algo de errado? — Disse, enquanto se aproximava de Itachi.

_ Você vai ver por si mesma. — O tom de sua voz deixou claro que ele não tinha paciência para falar mais. Sakura se contenta em apenas calar a boca e caminhar até o escritório de Sasuke.

Ela abre a porta um pouco hesitante. Quando ela encontrou o olhar trevoso de Sasuke, ela quase fugiu. Ia até deixar a porta aberta, mas se intimidou quando o Uchiha ergueu uma sobrancelha. Lembrando-se do que aconteceu na outra noite, ela sentiu a vergonha subir em seu corpo e parou em seu rosto.

_ Não precisa sentar, eu vou ser rápido. — Ele a observa balançar a cabeça e então continua. — Sinto muito se sentiu pressionada quando tentei te beijar, nunca tive qui pedir permissão para fazer isso. Mas enfim, o que eu quero tratar com voce é um outro assunto... Estou deixando você livre.

Sakura arregala os olhos e quase engasga com a saliva.

_ Você... Tá falando sério? — Pela primeira vez ela ousa olhar o Uchiha nos olhos. — Posso realmente ir embora?

_ Sim, e seria bom se fosse o mais rápido possível — Sasuke sempre mantém o tom sério. — Você está livre para escolher para onde quer ir. Coloco à sua disposição um dos meus homens para acompanhá-la.

_Uau! — ela cobre a boca para evitar o grito de entusiasmo. — Posso... Posso ligar para alguém?

Sasuke não hesita e lhe entrega seu telefone. Ele observa a garota caminhar para um canto da sala e falar — em francês — em uma voz moderada com quem estava do outro lado da linha. Por um momento, ele vê um sorriso crescente, mas a massa do cabelo rosa caindo em sua bochecha o impede de ver mais. Sakura interrompe a conversa e se volta para Sasuke.

_ Uh!... Eu tenho alguém que pode vir me buscar. E...

_ Diga a ele que espere por você neste endereço — ele escreve no pedacinho de papel antes de entregá-lo a ela.

Sakura termina a ligação parecendo aliviada. Mas assim que ela se vira para devolver o telefone ao dono, ela se arrepende de não saber o que fazer ou dizer.

_ Quando é que...

_ Hoje mesmo! — Se apressa em dizer, mas no momento seguinte ela percebe o que acabou de fazer. — Desculpe.

_ Bem, acho que pode ir arrumar suas coisas. Quando estiver pronta para partir.

Sakura queria dizer a ele para pedir ao Itachi para leva-la, mas logo se lembra do tom que ele usou com ela agora pouco. Então decide não incomodá-lo, sob o risco de irritá-lo ainda mais. Ela balança a cabeça positivamente para Sasuke, e se vira para sair. Mas, ele chama por seu nome. A Haruno olha para ele com medo de que ele reconsidere suas palavras e mude de ideia.

_Você não está nem um pouco curiosa para saber por que estou deixando você ir? — Ele não queria ir mais longe com aquela conversa, mas, seu desinteresse o intrigou.

_ Certamente não por pena — ousa dizer e com mais confiança termina: — Mas, acredito que quanto menos eu souber, melhor para mim.

Sasuke não diz mais nada e Sakura entende que a conversa acabou. Ela sobe as escadas toda animada e quando finalmente entra no quarto, ela solta um grito. O que acorda o gatinho que dormia pacificamente na cama. Ela o abraça e lhe dá muitos beijos, depois o coloca de volta no lugar. Depois, corre até o grande armário, pega a maior bolsa que havia e coloca nela, duas mudas de roupas, roupas íntimas e alguns produtos de higiene.

***

Sakura estava esperando, sentada no sofá com Beige em sua caixa e a bolsa a seus pés. Não havia ninguém na sala ou por perto e ela rapidamente sentiu um vazio engolfá-la e seu gato. Mas não demorou muito para Sai aparecer com um passaporte nas mãos. Haruno deduz que era o dela.

_ Pedi ao Sasuke para te levar, se não se importar.

Sakura ficou agradavelmente surpresa com seu gesto. Embora ele ainda fosse um estranho para si, foi um gesto gentil da sua parte.

_ Pelo contrário, sou eu quem te agradeço. — Ela recebe o documento e guarda na bolsa.

_ Se você estiver pronta podemos ir — disse pegando a bolsa da Sakura.

_ Sim, Yamato com certeza já deve ter chegado.

Eles caminham lado a lado até a porta. Sakura se vira uma última vez, lamentando não poder se despedir de Ino, Naruto e até mesmo de Itachi. Mas eventualmente ela se convenceu de que tinha que ser assim.

***

Eles chegam rapidamente ao local combinado e Sakura não pode deixar de suspirar de alívio ao ver o carro de Yamato. Assim que Sai para o carro dele, ela se apressa para sustentar a alça da bolsa no ombro e, em seguida, tira o Beige, que estava miando desde que saíram. Sakura estava tão animada por partir que nem se lembrou de alimentar o felino.

_ Parece que é aqui que nos separamos. — Sai colocou as mãos nos bolsos ao se aproximar da Haruno. — Tem certeza que não quer que eu te ajude a levar as coisas até o carro?

_ Não, tudo bem. O carro não está longe — ela é gentil o suficiente para sorrir para ele.

_ Não parece, mas, vou sentir sua falta. — Um sorriso nervoso escapa dele. — Mas, ao mesmo tempo, estou feliz que você esteja livre. Minha carteira também deve estar animada. — Ele brinca, mas a garota não reage como ele esperava. — Normalmente é nesse momento que você me diz: "Você não fez mais do que sua obrigação, Sai". — Sorri mais uma vez sem graça.

_ Obrigada Sai — Sakura se apressa em dizer assim que finalmente conhece o seu nome. — Obrigada por tudo que você fez por mim. — Ela se inclina na frente dele e então toma a direção do carro que estava a poucos metros deles.

Sai não tira os olhos dela, entretanto espera até que ela entre no carro antes de partir. Sakura coloca a caixa de Bege no chão e bate levemente no vidro fumê.

_ Sr. Yamato, sou eu. Sakura. — Ela não obteve resposta. Então ela decide tentar abrir a porta por si mesma. Mas não deveria ter feito. Um grito ensurdecedor escapa de sua garganta. Depois de ver a imagem de Yamato com uma bala no meio da testa, sua força deixa seu corpo e ela instantaneamente cai no chão.

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