Um Estabelecimento No Meio Do Nada

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…..
— ….
— Eu adormeci?!
Olho envolta com minha visão ainda embaçada, enquanto meus olhos voltam a se acostumar com a luminosidade das coisas.Ate que noto uma coisa…
— Onde eu estou?!
— Richard, onde você está?
E um pouco estranho acordar, e ver que não tem ninguém, nem nada além de um carro.
— Não lembro de ter falado que eu iria dirigir. – Digo confuso
— Pois se fossse, assim eu saberia pra onde estamos indo.
— Estamos? – Paro um pouco e penso
— Só estou eu aqui, não tem ninguém além de mim, por que eu estou falando como se tivesse mais alguém?!
Não sei o que aconteceu, mas a chuva teria ficado mais forte, em algum momento. O caminho que o carro estava seguindo não era, uma estrada era… um loop.
Eu estava certo, estou andando em círculos, nada disso e real, então eu estou parado no mesmo lugar, rodeado do mesmo cenário várias vezes.
— Isso significa que…
De repente, um brilho ofuscante surge, iluminando tudo que estivesse próximo a ele. O brilho parece está se aproximando, e ficando mais forte… como se estivesse queimando…
— Não estou aguentando mais isso, meus olhos estão ardendo…. O que eu faço?
Paro o carro, mas o brilho continua se aproximando, e aumentando… começo a correr, mais o cenário não muda, o carro continua no mesmo lugar, a árvore também.
— Eu estou preso…

Rapidamente levanto, e acabo batendo a cabeça numa coisa que não sei o que era. Olho envolta com a visão cansada e fraca, e percebo que uma parte do sonho era real, a viagem de carro.
— Está tudo normal? – Digo com a voz fraca
Richard me olha e pergunta
— O que está normal? — Fala me encarando
— Tudo! — Respondo
— Acho que você dormiu demais.
— O que?!
— Nem se passaram 1 hora Richard!
— E claro que se passaram, já faz 3 horas que você está dormindo.
— Espera o que?
— Não se passaram 3 horas, ainda são 21:00, como pode ter se passado 3 horas?
— Você está brincando comigo não e Richard?!
— Não, por que acha isso?
Como isso não seria brincadeira, eu lembro exatamente eu adormeci nem fazem 10 minutos.
— Esquece, devo ter imaginado coisa.
— Okay, você que sabe.
Pego meu celular, e ligo o mesmo, olho a hora e, para minha sorte são 9 da noite, o mesmo horário que eu adormeci.
— Vamos passar por um túnel Samuel.
— Ah okay. – Respondo sem me importar
Enquanto passamos pelo túnel, percebo que vendo o carro assim no escuro, parece até que estamos mortos. Ou eu realmente enlouqueci e isso e coisa da minha cabeça. Pelo menos a chuva continua igual.

— Ei cara!
— O que?
— Vai querer alguma coisa?
— Como assim?
— E estamos na frente de um estabelecimento, então vamos comprar alguma coisa
— Ah… pode ir escolher lá. – Não notei o momento que chegamos nesse mercadinho – O que você pretende comprar?
— Sério? Que pergunta óbvia
— Comida né Samuel!
— Tá bom, vou ficar esperando você do lado de fora da loja.
— Você que sabe.
Saímos do carro, e vejo o mesmo se afastando, adentrando o mercadinho, que suspeitosamente fica em lugar nenhum. E estranho, o ser humano construir várias coisas em lugares muito aleatórios, olha onde esse mercadinho está no meio do nada.
Dinheiro o dono do lugar, não deve ganhar, possivelmente o cara deve ser louco da cabeça, e deve ter feito amizade com os produtos.
Decido olhar envolta, e noto um cartaz do lado de uma lixeira, me aproximo. Mais sou surpreendido por um gato, que aparece do nada.
— Vai assustar outro seu filho da…. – Respiro….
E volto minha atenção para o cartaz.
— As maravilhas da mente humana,o romance autoral de uma nova escritora, conheça as extraordinárias estórias Fictícias de Natália Patrícia.
O cartaz esta falando de uma garota, que escreveu um livro falando sobre a mente humana, através de uma estória bem aleatória sobre membros de k-pop, mais que não e ruim. A mesma ganhou muita atenção por isso, mais creio que não era seu objetivo.
Volto para próximo do carro, e noto que tem uma criança no mercadinho. A mesma está me encarando, como se estivesse me analisando, me sinto desconfortável com isso.
Decido ignorar a criança do mercadinho, e pego meu celular pela segunda vez, e vejo se tem alguma mensagem, mas não tem nada. Rapidamente sinto algo me tocando, e quando olho e a criança novamente, dou um salto pra trás.
— Garoto!
— Quer me matar é?!
O Garotinho solta uma risada, e volta correndo pra dentro da loja. Engraçado que ele me parecia familiar. Já devo o ter visto em algum lugar.
Vejo Richard voltando, com uma roupa que não lembro dele está usando. Mas ignoro esse fato e volto pra dentro do carro.
— Ei vamos trocar de lugar?
Olho para ele e pergunto
— Por que?
— Está cansado de dirigir?
— Não, mas estou afim de relaxar um pouco. – Diz colocando as coisas no banco de trás.
— Então tá bom, vamos trocar.
Ele trocou de lugar comigo, mas acho que esqueceu, que eu não sei pra onde estamos indo. As vezes penso que ele não bate bem da cabeça.
— Richard que livro e esse?
— Livro?
— E esse daqui. – Mostro o livro pra ele.
— Não sei, acho que devo ter colocado no carro antes, de começar a viagem.
— Acho que vou lê-lo depois.
— Tanto faz.
Olho pra ele, um pouco irritado com suas palavras, mas noto que o mesmo está olhando a janela, esperando eu ligar o carro.
— Mano, eu me assustei com um Garotinho!
Richard começa a rir, mais não entendo a graça da situação, então o encaro.
— Você e idiota hein!
— Fala isso de novo, e eu mato você!
— Não tá mas aqui quem falou!
— Ótimo, vamos embora desse lugar – Falo ligando o carro.
Saímos da frente do mercadinho, mas o silêncio reinou, o único som que podia ser ouvido era o próprio carro, e de pacotes sendo abertos. Essa viagem e um erro, e ele sabe disso, me deixar dirigir também e um erro. Eu quero bater esse carro, quero voltar pra minha casa.
Morrer seria uma ótima ideia agora, pois assim essa viagem acabaria. Embora não tenhamos nada pra fazer, a companhia um do outro, não e a melhor coisa que tem. Principalmente quando o assunto se esvai.
Aperto o volante, e olho envolta, eu sinto a vontade de bater esse carro, mas uma dor ao mesmo tempo. Isso não faz sentido algum.
Eu estou ficando louco.….

Gotas de ChuvaOnde histórias criam vida. Descubra agora