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Você acordou no meio da noite sob o luar da lua e ao lado da fogueira suando, tremendo, não conseguindo respirar. Você estava fora de órbita, não conseguia distinguir realidade e sonho, todos os seus sentidos estavam cortados. Tudo que você ouvia era um zumbido e gritos distantes, sua visão era escura e limitada . Você estava presa no seu corpo de 7 anos e vendo tudo ardendo em chamas, corpos chamando-a, tentando chegar até você.

- Y/N!- Você saiu do transe quando Rayleigh lhe tirar da água e lhe abraçar. -VOCÊ ESTÁ BEM? Consegue me ouvir?

Ele estava falando mas ainda parecia distante para você. O seu corpo estava tremendo, implorando por conforto. Você se aconchegou nos braços do seu mentor, que estava frenético buscando lhe confortar. Aos poucos você foi se acalmando, conforme você ouvia os batimentos fortes e constantes de Rayleigh, esse que lhe afirmava que estava tudo bem, alisando seu cabelo.

-Rayleigh san?- Voce tirou sua cabeça do peitoral e olhou para cima

-Sim, sou eu.

-Eu-eu...

- Você teve um pesadelo.

-Ah! Eu não tinha um pesadelo há tanto tempo. Acho que a falta de narcóticos está afetando meu cérebro, e e-essa mudança de ambiente me trouxe memórias antigas.

-...

-Desculpe lhe preocupar, não é nad- Rayleigh pos sua cabeça de volta em seu tórax.

-Você está tremendo ainda! Isso são sintomas de P.T.S.D, enquanto você não part de tremer eu não vou lhe deixar sair do meu lado.

-...
-...

- Você já foi soldada não foi?
-Sim
-Você lembrou da guerra?
Você assentiu com a cabeça.
-...
-Você quer tirar algo do peito?
-...
-Está tudo bem, se não, mas eu estou aqui, você pode me falar o que te aflinje.

- Você sabe Rayleigh,a guerra transforma as pessoas.
Eu vi inúmera pessoas morreram, matarem, roubarem, destruir, eu vivi o caos.E eu fui parte daquele inferno.
Uma guerra que dura mais de 200 anos...
Eu sou órfã da guerra, me encontraram no rio e eu fui criada em uma vila pobre, eu fiquei no orfanato da igreja até os meus 4 anos,  eles não tinha condições para criar tantas crianças, crianças que morreriam na guerra futuramente ou seriam levadas para servir os nobres.
Nas ruas eu vivi por 2 anos, drogas ,álcool, sexo, pobreza, fome, medo. Para uma criança que viveu protegida no orfanato da igreja aquilo era assustador.
Eu...
Rayleigh esperava você pacientemente contar o seu passado.

-Eu...eu queria viver, e para viver eu faria tudo, eu tinha medo da morte, eu fiquei arisca a tudo e a todos, desenvolvi um instinto de sobrevivência. Aquilo ia tudo que a igreja me ensinou, mas eu fiz. Briguei, roubei, odiei, tive inveja dos nobres, fiquei gananciosa.Depois de apanhar bastante, eu aprendi, eu me adaptei ao ambiente, para sobreviver.
Aos meus seis anos o Rei morreu, e seu irmão mais novo assumiu.Devido a falta de homens e recursos, mulheres e crianças foram obrigados a se alistadas, ele queria tempo na guerra, dispensar os fracos e inválidos.
Nos deram armas, enlatados e um capacete. Os recursos não podiam ser desperdiçados, e com poucos homens e o risco de perder uma região importante para o reino, todos tinham que lutar até o próximo batalhão chegar.
Ninguém avançava, estávamos presos, muitos do que vieram comigo morreram de exaustão, fome, ou simplesmente assassinados pelos inimigos . Muitos deles queriam lutar pela pátria, a guerra ninguém mais sabia a causa, mas para vingar-se dos inimigos, trazer honra a pátria,morrer como heróis eles lutaram cegamente.

Rayleigh percebeu você tremendo...e te abraçou forte e não largou.
-Não precisa de forçar.
-Tudo bem, eu consigo...-Você olhou pro céu se recordando do passado mais uma vez
-Eu estava em alerta o tempo todo, sempre roubando o que eu podia, munição, enlatados,armas, pedras, facas. Por um ano e meio eu e mais alguns jovens sobrevivemos e nos sobressaímos os adultos por nossas peculiaridades.
-Peculiaridades?
-Sim, cada pessoa nobre ou não tem um clã, que possui habilidades únicas e se sobressaem em alguma área .Os nobres possuem mais tendência a essas habilidades, pelo estilo de vida e pelo DNA. Camponeses também conseguem essas habilidades, mas é difícil, se conseguirem vão para a linha de frente da batalha, ou vão para o palácio dependendo da habilidade desenvolvida.
-Inteligência,força,velocidade, akuma no mi, arte são valorizados.
-Arte?Foi daí que você virou artista?
-Eu não era boa em nada em específico, meu foco era sobreviver, mas quando eu soube dos méritos, eu passei a desenhar como uma doida.Mas minha única lembraça não assombrada era da igreja. Eu me tornei especialista em anatomia humana com meus desenhos isso me ajudou na guerra, a matar e fugir da realidade.

One piece x fem!readerOnde histórias criam vida. Descubra agora